sexta-feira, novembro 25, 2005

Lula apóia pirataria

Vai um DVD aí, Excelência?
Depois de encher o AeroLula com sua comitiva, o presidente ganha os céus com destino à Rússia. Um sonho para quem, durante toda vida, teve aquela terra como a batcaverna dos seus heróis. Durante o vôo o anfitrião oferece aos convivas uma seção de cinema, para amenizar as horas passadas sobre o oceano. Em cartaz: 2 Filhos de Francisco.

Nas últimas semanas, a assessoria de Lula admitiu que o presidente assistiu a uma cópia pirata do filme, uma vez que a Sony Pictures do Brasil só agora pretende lançar a versão em DVD.

Mas o que é pirataria de software?

Pirataria de software é roubo de direitos autorais. A pirataria acontece quando:
· um indivíduo ou uma entidade oferece contrabando, CD-ROMS, DVDs, aplicativos descarregáveis ou números de série tanto gratuitamente como por dinheiro ou permuta;
· quando fornece produtos educacionais sem autorização para pessoas ou entidades não-qualificadas;
· quando instala ou usa software sem uma licença devidamente autorizada ou em mais sistemas do que aqueles para os quais adquiriu a licença.

Hoje, qualquer pessoa envolvida com a prática ilícita - seja um usuário de programa "pirata", um comerciante ilegal ou um cúmplice na pirataria corporativa - está sujeita a punições que variam de seis meses a quatro anos de detenção, além do pagamento de indenização milionária de até 3000 vezes o valor do software pirateado aos produtores do software. De acordo com a lei brasileira, cabe ao empresário responder por qualquer irregularidade que ocorra na companhia, inclusive por aquelas praticadas por funcionários.

Segundo o advogado Gueiros Jr. a pirataria, de qualquer tipo, destrói empregos, diminui a arrecadação de impostos, fortalece o crime organizado, suja a imagem dos produtores oficiais e ainda ludibria o consumidor, que recebe gato por lebre. Alguns fatores favorecem a prática, como o desemprego e a conseqüente busca pelo trabalho informal, os roubos de carga, a corrupção de fiscais, a sofisticação das quadrilhas e o sistema tributário brasileiro, que muitas vezes torna a produção de bens excessivamente cara.

Como se vê, bastaria escolher em qual dos crimes indiciar o nosso presidente, que, mais uma vez, presta um desserviço ao país, através do mal exemplo que dá aos seus cidadãos.

quinta-feira, novembro 24, 2005

O Quarto Setor


Depois do surgimento do Terceiro Setor agora é a vez da Empresa Social

"El cuarto sector y las empresas sociales" por Christián Tiscornia Para el autor, la movilización por valores, sustentabilidad económica, responsabilidad social, transparencia, innovación, eficiencia y profesionalismo están dando nacimiento a un nuevo tipo de organización que va dando lugar al nacimiento del denominado "Cuarto Sector". http://www.iadb.org/etica/SP4321/DocHit.cfm?DocIndex=2413

Quem achou que o Terceiro Setor seria o ponto culminante da responsabilidade social, enganou-se. O surgimento da chamada empresa social dá o pontapé inicial ao surgimento do Quarto Setor. Essas empresas trabalham dentro dos parâmetros do livre mercado, porém investem suas ações na comunidade e querem ser julgadas por suas contribuições à comunidade.

Nisso tudo o importante é que todos contribuam para a melhoria das condições gerais de vida, porém, de uma forma orquestrada. Nada de mensalões.

quinta-feira, novembro 17, 2005

O professor Lula


Lula: professores não se aprimoram e precisam de reforço
BRASÍLIA. Na abertura da 3ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, em Brasília, realizada em 16/novembro último, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou os professores que não se aprimoram, afirmando que alguns precisam de reforço escolar. Em uma das raras vezes em que conseguiu sair do transe em que geralmente se encontra e manteve um contato com o mundo real, teceu o seguinte comentário:

— Se um professor entra numa sala de aula, dá uma aula e o aluno não aprende, o aluno precisa de reforço; se dá a segunda aula e o aluno continua não aprendendo, o aluno ainda precisa ficar no reforço; mas, se der a terceira e o aluno não aprender, quem precisa de reforço é o professor.

Se não pode ser considerado de todo verdade, até porque Lula e escola não têm muita intimidade um com o outro, o comentário é bastante pertinente (ora vejam!!). Neste mesmo blog trato deste tema.

O presidente também criticou professores por anteciparem a aposentadoria.

— No Brasil é assim: os professores têm condições péssimas de trabalho e, em vez de melhorar, diminui-se o tempo de aposentadoria.

Ele só se esqueceu de dizer, entretanto, o que o seu governo está fazendo para melhorar o quadro. Também não falou de dois pontos fundamentais: a valorização salarial dos professores e a necessidade de o poder público assumir a formação dos profissionais.

E como o Lula é o Lula, é evidente que não deixaria passar em branco a oportunidade de dar sua contribuição ao tema em questão. No mesmo discurso, o presidente tropeçou nas palavras e disse que muita gente ficará "de cabeça em pé" ao saber que o desempenho de alunos que estão na universidade graças ao Prouni é melhor do que o dos demais estudantes.

Pelo visto alguém mais precisa de reforço...

quinta-feira, novembro 10, 2005

Ranking das profissões

Médico e administrador ganham melhor
Conclusão é de estudo da Fundação Getúlio Vargas sobre profissões com maior chance de inserção no mercado de trabalhoJanaina Lage

RIO DE JANEIRO – Médicos e administradores estão no topo da lista de profissões mais bem pagas do País, de acordo com o estudo O Retorno da Educação no Mercado de Trabalho, divulgado ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Os médicos com mestrado ou doutorado estão no topo da lista de chance de ocupação, com 93% de probabilidade de estar empregado. Esta categoria tem uma remuneração salarial média de R$ 8.966. Em compensação, os médicos também lideram a lista do número de horas trabalhadas por semana, com uma jornada média de 52,02 horas. Já os médicos com graduação têm um salário médio de R$ 6.705 e uma probabilidade de ocupação de 90%.

No sentido oposto, os formados em teologia estão entre as piores colocações e em terceiro lugar na jornada de trabalho, com 49,03 horas semanais.

ESCOLARIDADE – Para a FGV, a pesquisa comprova a relação direta entre escolaridade e remuneração. "A hierarquia educacional se reflete na hierarquia dos resultados observados no mercado de trabalho, ou seja, aquele que estudou mais recebe salários mais altos e tem maiores chances de conseguir trabalho", afirmou o coordenador do estudo, o economista Marcelo Neri. Ele destaca que a pesquisa pode ser instrumento tanto do desenho de políticas públicas como para auxiliar a escolha do cidadão na hora de prestar vestibular ou escolher um curso de pós-graduação de acordo com o retorno que cada profissão pode oferecer.

As cinco mais

1- Medicina - (mestrado ou doutorado) - Salário médio: R$ 8.966,07
2- Administração - (mestrado ou doutorado) - Salário médio: R$ 8.012,10
3- Direito - (mestrado ou doutorado) - Salário médio: R$ 7.540,79
4- Ciências econômicas e contábeis - (mestrado ou doutorado) - Salário médio: R$ 7.085,24
5- Engenharia - (mestrado ou doutorado) - Salário médio: R$ 6.938,39

É evidente que categorias como a dos políticos profissionais, onde o dim-dim corre solto não foram consideradas. Por outro lado, onde estariam posicionados os professores? Não se pode esquecer que é deles a missão de elevar ao patamar superior os candidatos ao diploma.

Para que pudessem ser avaliados entretanto, algumas adaptações teriam que ser feitas. Em boa parte das vezes os docentes trabalham com uma hora de 50 minutos, diferente da maioria dos mortais. Outra questão é que a formação em nível superior somente há pouco tempo passou a ser uma exigência, portanto, o nível de escolaridade era, sabidamente, inferior à dos demais profissionais.

Pergunto: por que os professores devem ter a regalia de uma aposentadoria por tempo de serviço menor que as demais categorias profissionais, como os médicos, por exemplo, com suas jornadas de trabalho médias em torno de 52 horas semanais e um trabalho estressante na pressão entre a vida e a morte?

segunda-feira, novembro 07, 2005

Exemplo de Solidariedade

Espíritos Evoluídos


Há alguns anos, nas olimpíadas especiais de Seattle, nos E.U.A., nove participantes, todos com deficiência mental, alinharam-se para a largada da corrida dos 100 metros rasos. Ao sinal, todos partiram, não exatamente em disparada mas com vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida eganhar.

Um dos garotos tropeçou no asfalto, caiu e começou a chorar. Os outros oito ouviram o choro. Diminuíram o passo e olharam para trás. Então viraram e voltaram. Todos eles. Uma das meninas com Síndrome de Down ajoelhou, deu um beijo no garoto e disse:
- Pronto, agora vai sarar!

E todos os nove competidores deram-se os braços e andaram juntos até a linha de chegada. O estádio inteiro levantou e os aplausos duraram muitos minutos...

Talvez os atletas fossem deficientes mentais... Mas com certeza, não eram deficientes espirituais..."Isso porque, lá no fundo, todos nós sabemos que o que realmente importa nesta vida, mais do que ganhar sozinho, é ajudar os outros a vencer, mesmo que isso signifique diminuir os nossos passos..."

"Procure ser uma pessoa de valor,
em vez de procurar ser uma pessoa de sucesso"

sexta-feira, novembro 04, 2005

Sistema de Avaliação

Políticos deveriam ter sistema de avaliação periódico

Veja só o que está acontecendo na Educação:


O governo federal vai fazer uma radiografia do ensino público brasileiro por unidade escolar. A partir deste mês, o Ministério da Educação vai aplicar nas 43 mil escolas públicas urbanas de todo o país um novo instrumento de avaliação de alunos 4ª e 8ª séries do ensino fundamental: a Prova Brasil.
O Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC) aperfeiçoou o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), incluindo a Prova Brasil e mantendo a avaliação amostral do Saeb, exame bienal de proficiência em Matemática e Língua Português, que passa agora a se chamar Avaliação Nacional da Educação Básica (Aneb). Dois importantes instrumentos para diagnosticar a qualidade da educação brasileira.
O levantamento sobre o desempenho das escolas urbanas vai permitir identificar as experiências positivas e as dificuldades de aprendizado enfrentadas por escolas, alunos e professores. As informações vão subsidiar o desenvolvimento de políticas públicas para atender às necessidades dos sistemas de ensino, beneficiando os gestores públicos, a comunidade escolar e a sociedade.

A exemplo do que está acontecendo na Educação, um sistema de avaliação periódica poderia ser criado para que os nossos políticos fossem avaliados, anualmente, de acordo com a sua atuação. Os reultados seriam, então, apresentados à população brasileira, na forma de um ranking. O benefício imediato é que, ao chegarem às próximas eleições, os cidadãos teriam mais elementos em mãos que pudessem orientar o seu voto.

terça-feira, novembro 01, 2005

Portadores de Deficiência (1)


Acessibilidade chega ao ensino a distância


Iniciativa de capacitar remotamente portadores de deficiência para o mercado de trabalho é pioneira

Por lei, empresas com mais de cem funcionários devem empregar deficientes -de 2% a 5%- de acordo com o número de funcionários. O entrave para o cumprimento da cota, segundo as firmas, é a falta de capacitação das pessoas com deficiência.

Já os deficientes alegam que a busca pelo aperfeiçoamento profissional passa por entraves físicos, de locomoção, visuais e auditivos. Esse círculo vicioso pode estar perto do fim.

Uma experiência inédita no país tende a mudar a relação de dependência do deficiente com o ensino formal, facilitando sua entrada ou recolocação no mercado de trabalho. A FGV Online, da Fundação Getulio Vargas, e o Instituto Paradigma, que trabalha com a inclusão econômica e educacional de pessoas com deficiência, vão promover cursos a distância acessíveis a esse público-alvo.

"A educação a distância é o menor caminho entre o aluno portador de necessidades especiais e a educação", diz Ronaldo Mota, secretário da Educação a Distância do Ministério da Educação.

Para Ana Beatriz Thé Praxdes, responsável no Instituto Paradigma pela implementação do projeto, a nova tecnologia tem grandes chances de ser replicada para cursos de educação a distância no país, que dispensam a locomoção, mas ainda não conseguem atender esse público. "Vamos tornar acessíveis os cursos que já existem na FGV Online e oferecer outros específicos."

"[O deficiente] deve se qualificar. Não é só porque a lei de cotas existe que ele tem emprego garantido", recomenda Flávia Cintra, coordenadora de inclusão econômica do instituto.

Na avaliação do secretário Ronaldo Mota, a educação a distância é inclusiva. "Nela, o aluno não é incapaz. É uma oportunidade de romper o isolamento." O aumento do nível de escolaridade do deficiente tende a evitar que ele só seja empregado em cargos específicos para atender a legislação. Essas ocupações levam em conta apenas a restrição física ou mental do profissional.
Existe um slogan: "deficiência é eficiência". Mas nada é mágico. Todo mundo tem de se preparar, passar por um longo processo de aprendizagem", pondera Elisabeth Teixeira, coordenadora de capacitação para o trabalho da Apae-SP (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais). (Andressa Rovani)

Portadores de Deficiência (2)

Como as escolas estão lidando com a capacitação dos portadores de deficiência?

Não é de hoje que a questão do acesso à educação por parte dos portadores de deficiência e seu conseqüente ingresso no mercado de trabalho é um desafio a ser vencido.

A imposição de cotas para contratação pelas empresas, entretanto, em nada resolve a questão. Isso porque o entrave principal a ser vencido situa-se na escola e no modo como ela lida com a situação. Não é de se esperar que dediquem atenção especial à questão, uma vez que seus dirigentes ainda engatinham na adoção de práticas de responsabilidade social nas suas gestões.

Ainda assim, era de se esperar que uma escola que promova a cidadania e forme agentes de mudança para uma sociedade melhor, tivesse cumpridas noções elementares para lidar com as desigualdades. Quantas delas possuem rampas de acesso, banheiros adaptados, sinalização em braile e voz, elevadores para usuários de cadeiras de rodas e outros cuidados?

Em que ponto criaram alternativas para viabilizar o acesso dos alunos portadores de deficiência aos conteúdos educacionais? Iniciativas como a da FGV demonstram que as empresas e ONG’s, mais uma vez, dão um passo à frente das escolas.

O excessivo olhar da escola para si mesma vem se transformando, ao longo do tempo, na grande barreira à sua abertura para o mundo real. Aquele onde as práticas estão distantes das teorias e conceitos que os currículos escolares e professores desatualizados tentam incutir na cabeça dos estudantes.

Mais produtivo seria abrir os olhos e buscar uma formação cujo resultado fosse a melhoria das condições de todos. Uma direção calcada na prática da cidadania, na ética e na adoção de ferramentas de gestão profissionais, seria um bom começo.


As empresas e ONG’s já perceberam isso e deram a largada. É possível que, a médio e longo prazos, seja por inércia ou miopia gerencial, as escolas tradicionais percam ainda mais terreno no segmento educacional. Uma pena!.