segunda-feira, maio 22, 2006

Risco aos negócios

O Ranking das Ameaças

Segundo o resultado de uma pesquisa realizada com 269 executivos de empresas globais, o The Economist Intelligent Unit apresentou os riscos que mais desafiam os negócios:

1 - Reputação (ameaças à imagem de produtos da marca);
2 - Regulatório (Desrespeito à legislação);
3 - Capital Humano (Escassez de talentos e turbulência na sucessão);
4 - Tecnologia (Falhas operacionais e na segurança);
5 - Mercado (Desvalorização dos ativos);
6 - Crédito (Inadimplência dos clientes);
7 - País (Desafios específicos de uma região);
8 - Financiamento (Dificuldade de obter crédito);
9 - Terrorismo;
10 - Desastres Naturais.

Considerando esse ranking, no caso brasileiro, sem dúvida poderíamos acrescentar de maneira clara o governo, os políticos e suas trapalhadas...

quinta-feira, maio 18, 2006

Desperdício de Talentos


Má formação de jovens atrasa o desenvolvimento

Um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas mostra que o país desperdiça um número recorde de mão-de-obra até 24 anos de idade por falta de educação de qualidade. A escolaridade média do jovem brasileiro é de 8,1 anos (menor do que o ensino fundamental que passou a ser de 9 anos recentemente).

O ensino médio não é hoje mais suficiente para entrar no mercado de trabalho, sendo imprescindível à formação superior. Nenhuma nação é capaz de ter desenvolvimento se não investir fortemente na educação e o Brasil deixou de atender a esse requisito básico adotado em outras regiões. Será necessário um grande esforço do Poder Público para reverter esse quadro e propostas concretas estão sendo feitas por algumas organizações.

Um dos papéis esperados do Conselho Nacional de Educação é o de debater assuntos como esses, já que funções cartoriais que antes existiam foram retiradas por meio da recente modificação de sistemática imposta pelo recém-baixado decreto presidencial.

A questão é que o país, além de conseguir aumentar seus índices de desenvolvimento e crescimento, que lhe permita patamares próximos das economias emergentes, como China e Índia, precisa faze-lo de maneira sustentável. Com a perda de talentos e a má qualidade da formação de nossos jovens, jogamos pela janela a oportunidade de nos consolidarmos como uma nação forte e uma economia vigorosa. Quando vamos, realmente, qualificar nossa educação?

terça-feira, maio 02, 2006

Educação


O Estado de São paulo 16/4/2006
Escolas decretam o fim da lousa

Com a invasão da tecnologia nos colégios particulares, aluno usa controle remoto e professor ensina em tela
Ricardo Westin

As provas já podem ser feitas em casa, pela internet. Os professores fazem a chamada com computadores de mão. As circulares endereçadas aos pais chegam pelo e-mail. O avanço da revolução digital sobre as salas de aula não poupa nem mesmo a boa e velha combinação do giz com o quadro-negro: as lousas agora são digitais e interativas.

As novas tecnologias não se limitam à casa ou ao trabalho. Também os colégios - obviamente com mais força os particulares - têm se preocupado em adotar as novidades. Aos poucos, deixam de encarar a revolução digital na educação como um laboratório cheio de computadores destinados a lições de informática aplicada. "As crianças e os adolescentes de hoje são nativos digitais. Nasceram no mundo do computador, do celular. Ao contrário de nós, que somos imigrantes digitais. Se não nos adaptarmos, o diálogo com eles ficará difícil", afirma o professor Sérgio Américo Boggio, um dos diretores do Colégio Bandeirantes, de São Paulo.

O avanço é tão rápido que essa escola aboliu o quadro-negro de 70% das salas. A chamada lousa digital, vedete dos colégios hi-tech, ocupou seu lugar. Parece um simples projetor ligado a um computador. Mas é só a primeira impressão. Além de escrever, o professor pode usar som e vídeo e acessar a internet. E não precisa se debruçar sobre o computador: tudo é feito diretamente na lousa, com canetas e apagadores especiais.

Assim, numa aula de geografia que tem a Índia como tema, o professor pode recorrer ao mundialmente conhecido Google Earth (site que traz detalhadas fotos de todo o planeta tiradas por satélite), exibir imagens da capital do país, Nova Délhi, e abrir a página do primeiro-ministro indiano. Além disso, a aula toda pode ser gravada e jogada na página do colégio na internet. O aluno que faltou não perde a lição.

FIM DA ABSTRAÇÃO

Isso, na avaliação dos profissionais da área, é uma vantagem tanto para alunos como para professores. "Acho um privilégio que eles pertençam a uma geração com tantos recursos", diz Solange Perazza, coordenadora do Colégio Pentágono, também em São Paulo. "Antes, as coisas vinham de uma forma abstrata. Nós tínhamos dificuldade para aprender, elaborar internamente determinados assuntos. Hoje se aprende com muito mais facilidade. E nós, professores, precisamos correr para acompanhar."

O site de outro colégio paulistano, o Dante Alighieri, tem um espaço para que se criem blogs (páginas pessoais). Os professores podem apresentar conteúdos extras (como links para reportagens de jornais) e criar fóruns de discussão - uma sala de aula virtual. Os alunos também criam suas páginas. "Resgatamos a colaboração. Fugimos das atividades solitárias, típicas da internet", explica Valdenice Minatel, coordenadora de Tecnologia Educacional.

Nem as provas têm a mesma cara. No Colégio Peretz, em São Paulo, os alunos as resolvem pelo computador. Discursivas? É só imprimir para a correção. Testes? Mais fácil ainda - a máquina corrige na hora, sem gasto de papel nem trabalho para o professor. Para evitar a cola, a internet fica bloqueada durante o exame.

No Pentágono, algumas provas podem ser resolvidas em casa, via internet. "Os estudantes ficaram eufóricos porque poderiam colar", lembra a professora de matemática Yuri Sano. "Depois entenderam que o objetivo não é a nota. Quando resolvem as questões, mesmo consultando o livro, estão aprendendo. Nesse caso, a prova também é um momento de estudo."

PROGRAMA DE TV

Alguns colégios já estão de olho na tecnologia que a faculdade Faenac, de São Caetano do Sul (SP), usa como diário de classe. Cada um dos 220 professores tem um computador de mão (handheld), onde marca o nome dos ausentes e as notas. Médias e faltas são calculadas automaticamente e vão logo para a internet - mais uma vez sem gastar papel, sem passar pelos digitadores da secretaria.

Uma sala equipada com lousa digital não sai por menos de R$ 20 mil. As escolas esclarecem que a parafernália é incorporada aos poucos, para não assustar os pais na hora da cobrança da mensalidade. Tanta novidade às vezes espanta até os alunos. "Não imaginava que poderia haver tanta coisa numa sala de aula", diz Emília Arapenha, de 18 anos, estudante do Colégio Bandeirantes, referindo-se aos momentos em que a turma recebe controles remotos. Diante da pergunta do professor, em vez de o sabe-tudo levantar a mão, todos apertam a alternativa que julgam correta. Um aparelho "apura os votos", e o professor fica sabendo se o tema foi bem explicado. "A aula fica dinâmica. Até parece gincana de TV", ri Emília.