segunda-feira, junho 23, 2008

Lançamento

Bagunçado ou bem guardado?

O livro "Bagunçado ou bem guardado?" de Luíza Meyer, é um guia para as crianças aprenderem sobre organização. A Matrix Editora promove o lançamento do livro "Bagunçado ou bem guardado?" escrito pela publicitária Luiza Meyer. A noite de autógrafos tem entrada franca e é aberta ao público.

O livro é dedicado ao público infantil e conta a divertida história de Mariana, uma menina que, embora goste muito de brincar, não tem o mesmo entusiasmo e interesse para arrumar seus brinquedos e os deixa espalhados por todo canto.

Em meio a muita diversão e os truques espertos da mãe, ela acaba aprendendo a se organizar melhor para aproveitar ainda mais o tempo das brincadeiras.

A obra tem caráter educativo e o objetivo é mostrar às crianças a importância de manter suas coisas em ordem. O texto foi escrito em forma de poesia, com versos rimados e várias ilustrações, que vão mexer com a imaginação infantil. A ilustração do livro é da artista plástica Elisa Sassi.

Sobre a autora:

Luiza Meyer, mineira de Belo Horizonte (MG) é publicitária e especialista em educação internacional. Inspirada em sua própria filha, a escritora escreveu vários livros especialmente para as crianças, como "Menina de três" e "Se eu fosse...".

Agenda: - Lançamento do livro: Bagunçado ou bem guardado? de Luiza Meyer.
- Data: 26 de junho (quinta-feira). Horário: 19h.

- Local: Espaço Cultural Terraço Leitura (Leitura Pátio Megastore - Av. do Contorno, 6061 - 3º andar; Savassi).

Professores


O time dos professores

Por Marcelo Freitas

Eu adoro futebol. Sendo eu brasileiro, isso é cair na mesmice. Mas tenho outras razões para gostar desse esporte que não aquelas tantas que os “trocentos” milhões de brazucas cultivam. É que ele tem sempre me ensinado alguma coisa. Cresci praticando e aprendendo com ele. Costumo dizer que nenhuma faculdade ou curso que fiz me ensinou tanto quanto participar dos times onde joguei. Espírito de equipe, solidariedade, concentração, liderança, objetividade, planejamento, disciplina e inúmeras outras habilidades poderiam compor o currículo desse aprendizado.

Pois quando achei que já havia esgotado todos os ensinamentos eis que o tal futebol volta para me apresentar mais alguns. Eu tinha acabado de sair de uma mesa redonda onde se havia discutido novos modelos de gestão de pessoas, em especial, a questão dos professores. Com a introdução de conceitos como remuneração variável e avaliação de desempenho atrelada a resultados, por parte das escolas públicas de São Paulo e Minas Gerais, a discussão foi parar no centro da mesa.

É sabido que professores têm enorme resistência em ser avaliados pelos resultados que apresentam, de maneira concreta e objetiva, com dados e fatos. Pior ainda, quando, dessas avaliações, decorre a sua remuneração. O modelo atual, da pasteurização através dos salários iguais – leia-se hora-aula - é constantemente defendida, pelos educadores e dirigentes sindicais, como sendo o modelo mais justo, que proporciona maior equidade à categoria. Balela. Na verdade ele apenas nivela por baixo, igualando competentes e acomodados.

Na era pós-conhecimento, da qual fazemos parte, é a criatividade e o diferencial que dão o tom. E nada melhor para testemunhar isso que avaliarmos o modelo dos times de futebol. Não é por serem todos atletas profissionais e jogadores da mesma equipe que seus salários são iguais. Pelo contrário. A maioria dos atacantes ganha mais que zagueiros. Reconhecidamente, necessitam de mais habilidade para desempenhar essa função. É mais difícil construir que destruir. Mas, mesmo entre jogadores da mesma posição, os salários são diferentes. A premissa é de que cada um é um e contribui de maneira diferente para o grupo. Agregam valor em proporções desiguais e, portanto, são recompensados na medida da sua parcela de contribuição. Será que todos os professores apresentam o mesmo talento para chegar aos resultados esperados pela escola e seus clientes?

Outra contribuição do esporte Bretão se apresenta sob a forma de premiação da equipe pelas suas conquistas. Aí sim, a igualdade é permitida. E até estimulada. Quem já não ouviu falar dos “bichos” por vitórias ou por conquistas? São gratificações que contemplam o atingimento dos objetivos alcançados. Embora os salários sejam diferentes, a premiação não oferece distinção. Não se pode dizer que o goleiro é menos importante que o meio-de-campo, ou que sua contribuição durante a partida independe da participação dos demais. Por isso mesmo, o “bicho” estimula e ressalta o sentido de equipe. O time ganha, todos ganham. Não deveria ser assim com nossos professores?

A ousadia, no sentido de inovação, é uma das exigências que a sociedade faz hoje, dos profissionais de educação. Mas o segmento, habituado à repetição das suas práticas, tanto em sala de aula quanto nos gabinetes dos gestores, não estimula um novo olhar por parte dos educadores e, “por tabela”, não desafia seus alunos a serem criativos. Se algumas experiências nesse sentido surgem no cenário, elas vêm de fora, de outras áreas de formação.

Recentemente, Louise Wilson, diretora do mais famoso curso de moda do mundo, o da Central Saint Martins, de Londres, declarou numa entrevista:

“Prefiro alunos que tiram zero que os que tiram 80. Os primeiros ousaram mais. Os outros apenas repetiram o que aprenderam”.

Eis a questão, colocada na prática. O modelo de gestão de pessoas, que salienta e remunera pelo valor agregado e premia pelo esforço e o sentido de equipe, é, portanto, um exemplo de boa estratégia de Recursos Humanos para o segmento educacional. Ele beneficia toda a cadeia de valores do segmento, dos profissionais aos clientes, passando pela escola e o país. Professores mais ousados e inovadores, capazes de promover diferenciais entre seus alunos, elevam o nível da escola, que passa a ser mais procurada pelos clientes em potencial. Com maior número de alunos, a escola melhora suas receitas e, com isso, seus investimentos no produto que oferece, beneficiando diretamente os alunos. E aluno bem preparado significa profissional de primeira linha e cidadão crítico. Portanto, uma comunidade com elevado nível de educação e cidadania.
Por tudo isso uma boa reflexão se faz necessária. Como gestor educacional, de qual time sua escola faz parte? E seus professores? Seus alunos? Inovar é uma constante e deve ser uma atitude perseguida em todos os quadrantes da escola. E o motivo é muito simples. Assim como acontece no futebol, quando aprendemos as respostas e os atalhos, a vida muda as perguntas e os caminhos. Não é por acaso que os atacantes são mais valorizados. Eles têm que ser criativos e inovadores para saírem da marcação adversária e chegarem ao gol. E é essa versatilidade o que se espera, também, dos nossos educadores.
Fonte: Revista Gestão Educacional / julho 2008