terça-feira, outubro 30, 2012

2013... Cenário da educação

O mercado educacional em 2013

Penso que o segmento educacional está experimentando uma forte consolidação em termos de grandes grupos e que isso deverá continuar em 2013. Nesse aspecto, ganham destaque a profissionalização dos gestores e a busca por executivos e profissionais cada vez mais preparados para lidar com a escola como um negócio. Novas profissões e especializações também estão aparecendo e isso transforma a função dos gestores de RH, elevando-os ao patamar das decisões mais estratégicas.

Outro ponto importante é a corrida do ouro no setor público. Várias empresas já identificaram o potencial desse segmento, até então desprezado por uma fatia do mercado, numa possibilidade de novos negócios. Para vc ter uma ideia, eu mesmo acabei de escrever um projeto para uma grande editora internacional que será lançado em breve e é voltado para as secretarias de educação de pequenos municípios. Além do projeto, escrevi toda a metodologia e os livros guia, sistema de avaliação e o software do programa, totalizando 14 volumes. Então, acredito que esse será um setor importante.

Outra questão relevante está dentro das salas de aula. Entendo que começamos a passar por um ajuste entre os atuais modelos de ensino-aprendizagem e as novas demandas da sociedade. Existe um grande descompasso aí. Se por um lado já temos alguns recursos como tablets e lousas interativas em grande parte das escolas do país, por outro falta método, professores e novos conceitos educacionais para aproveitar todo esse potencial. Precisamos reinventar a escola. Não cabe mais ajustes e maquiagens.

Finalmente, uma questão que venho debatendo em congressos e consultorias diz respeito à necessidade de encontrar novas formas de sustentabilidade para o negócio chamado escola. Já é possível termos aulas gratuitas de renomadas universidades globais, como a Harvard, Yale, Universidade de Paris e tantas outras. E o nosso modelo atual ainda se sustenta pela receita de mensalidades. Até quando?

terça-feira, setembro 04, 2012

Microtendências

O novo comércio

Para quem vive com intensidade o espírito empreendedor, ficar antenado às tendências de mercado é fundamental. Gostaria de partilhar com os colegas e leitores deste blog 12 microtendências que podem iluminar o caminho dos mais ousados inovadores de plantão.

Clique no link a seguir e boa viagem.

http://trendwatching.com/pt/trends/minitrends/#techdomestics

segunda-feira, julho 16, 2012

Educação e rupturas necessárias

As rupturas necessárias

Já faz um tempo que venho defendendo um ponto de vista: a Educação e os processos de ensino e aprendizagem necessitam de uma reinvenção. Vejam bem: eu disse reinvenção. Não se pode pensar mais em melhorias. É necessário romper com tudo e com todos os paradigmas de um processo que foi baseado numa cultura vigente no século XIX. Talvez tenha sido mesmo eficiente naquela época. Agora não é mais.

Nessa mesma lógica de raciocínio, encontrei uma palestra genial, de um cara muito antenado nisso tudo. Chama-se Ken Robinson. Quem segue o meu twitter teve a oportunidade de ver uma das palestras dele. Quem segue este blog tem a chance de ver outra. Muito interessante, mesmo! Confira...




Quem quiser a transcrição da palestra, em português, pode também acessar o site pelo link:

http://www.ted.com/talks/sir_ken_robinson_bring_on_the_revolution.html

segunda-feira, julho 09, 2012

Tablets na sala de aula

O que fazer com o meu tablet?

Tenho visto um movimento significativo no sentido de levar a tecnologia para as salas de aula. Esse movimento, entretanto, ainda tem seu foco na infraestrutura, ou seja, nos equipamentos. O fato é que isso é apenas o começo do processo. A grande maioria dos nossos docentes não sabe mesmo o que fazer com eles, quando o recebem.

Escrevi um artigo para a revista Gestão Educacional sobre o assunto e gostaria de compartilhá-lo com você, caro frequentador desse blog.



O que eu faço com o meu tablet?

Por Marcelo Freitas

Tenho certeza de que a pergunta do título é uma daquelas que a maioria dos professores gostaria de fazer ao receber esse objeto de trabalho “modernoso”, das mãos do diretor da escola. Isso mesmo... ferramenta de trabalho. Evidente que nem todas as escolas ainda incorporaram o equipamento às suas práticas educativas e, assim, nem todos os professores ficaram de saia justa. Ainda.

Depois de muitos e muitos anos, a tecnologia que batia à porta das escolas recebeu permissão para entrar. Não que tenha sido fácil. Acredito mesmo que quem girou a maçaneta foram os alunos e aí...

O fato é que agora esses equipamentos estão pousando nas mesas e carteiras das salas de aula. Bom? Certamente. Eficaz? Ainda é cedo para dizer. Isso porque o equipamento é apenas o meio e não o fim do processo. Para que seja de fato eficaz é preciso que os professores saibam operá-lo com maestria. É fundamental que saibam extrair dele o melhor e, principalmente, que definam que conteúdo será colocado lá dentro e o que fazer com ele na sala de aula.

A equação não é fácil. Se o processo de encaixá-lo no material didático está sendo parcialmente “resolvido” pelas redes de ensino (embora a maioria tenha apenas digitalizado seu material apostilado e depositado no equipamento, substituindo a papelada pelo conteúdo em bits e bytes), a maneira com que será utilizado em todo o seu potencial ainda é uma questão a descoberto.

A nova mídia requer outros conceitos de aprendizagem e novas metodologias de apresentação dos conteúdos, centradas nas hipermídias. Não é apenas a transposição do papel para a telinha. Isso não funciona. É preciso dar dinâmica aos conteúdos, manter o pique multitarefa dos alunos. Envolver e mesclar vários temas simultaneamente. Fazer essa geração de antenados manter a concentração não é mole.

E nesse aspecto o que se vê é uma carência conteúdos concebidos para o uso pedagógico nas mídias digitais. Não é por acaso que as aulas no YouTube fazem tanto sucesso, com milhões de acessos. Mas é preciso pensar maior. É importante explorar, e integrar, não somente as possibilidades de tablets e notebooks, mas também dos celulares. Eles são uma poderosa ferramenta para a aprendizagem. Fazer pequenas tarefas ou jogar em rede com os colegas pode ser uma fonte inesgotável a explorar. E para isso não basta apenas o conteúdo. É preciso forma, interatividade, criatividade, desafio.

Nesse particular, os jogos saem na frente. Se aproveitados com imaginação, eles podem se transformar numa excelente ferramenta de ensino. E é aqui que o papel dos educadores se torna fundamental. É deles que deve partir a iniciativa de transformar e adaptar o conteúdo dos currículos aos jogos e aplicativos. E isso pode ser feito de imediato, pois existe uma enormidade de games nas prateleiras das grandes livrarias capazes de preencher espaços significativos na aquisição de habilidades e competências.

Um exemplo? SimCity. Esse famoso game é a simulação de uma cidade em construção. Nela o jogador assume a posição de prefeito e, a partir daí, é colocado em contato com uma gama de situações e problemas. Já imaginou que potencial de aprendizagem para competências e habilidades como planejamento, tomada de decisão, gestão de recursos, definição de prioridades etc...etc.... ? E em relação aos conteúdos específicos, como geografia e matemática?

Na linha dos simuladores, existe ainda uma infinidade de outros títulos que podem ser trabalhados na perspectiva multidisciplinar, envolvendo desde a gestão de clubes de futebol e basquete, até simuladores de vôo e construção de ferrovias, passando por jogos de estratégia e conhecimento. Enfim, um mundo de opções a explorar.

No frigir dos ovos, não está faltando tanto assim. Falta apenas mais criatividade para sair da mesmice. Educadores, segurem suas manetes e boa viagem.



quarta-feira, março 14, 2012

Inovação melhora

O Brasil está mais inovador?


Interessante uma pesquisa recente realizada pela GE com 2,8 mil executivos de 22 países, o Brasil inclusive (200). Para a maioria deles, nosso país está mais inovador. Veja o que eles pensam:

  • 80% dos entrevistados acreditam que pequenas e médias empresas e indivíduos podem ser tão inovadores quanto grandes empresas;
  • Para 74% dos executivos inovação precisa ser dirigida para atender a necessidades específicas de um mercado;
  • Já para 73% desses executivos, inovação é mais impulsionada por pessoas criativas do que por pesquisas científicas;
  • No geral, 80% dos entrevistados afirmam que o ambiente de inovação melhorou nos últimos cinco anos.
O Brasil apresentou-se num grupo de "muito otimistas", que considera que a inovação irá se converter em melhorias na vida das pessoas. Por outro lado, consideram que o ambiente da inovação em nosso país é desfavorável, ao contrário da China, onde a maioria entende esse ambiente como muito favorável à inovação. Índia e Estados Unidos se apresentaram como países onde o ambiente de inovação é "balanceado".

Mas, se estamos de fato melhorando, quem está gerando essas inovações?

quinta-feira, março 01, 2012

EAD

Perfil do aluno no Brasil

Interessante para quem está no segmento educacional e, principalmente para aqueles que pretendem se lançar nele. O segmento de Educação à Distância é um dos que mais cresce no país e vem criando alguns nichos de oportunidade. Um deles, o sustentado pelas novas classes C e D.

Confira o perfil do aluno, segundo dados do INEP, e tire suas próprias conclusões.




terça-feira, janeiro 17, 2012

Gestão de Pessoas

Gestão de Pessoas:
O processo começa antes...
Dia desses fui procurado por um grupo de gestores educacionais de Curitiba para que pudesse elaborar um plano de carreira e remuneração, baseado em competências, direcionado ao seu corpo docente. O contato me foi dos mais alvissareiros, uma vez que se trata de uma ferramenta moderna de gestão de pessoas. Melhor ainda foi que a demanda partia de um segmento caracterizado pelo atraso na utilização de instrumentos profissionais de gerenciamento.

Parti então em direção à capital paranaense para um primeiro contato. Lá me encontrei com o grupo de 4 dirigentes educacionais e demos início à nossa primeira reunião. Fui logo perguntando: vocês sabem o que é e o que significa uma gestão baseada em competências? Um silêncio gritante veio primeiro . Depois um uníssono “NÃO”. Na minha cabeça uma luz de alerta logo se acendeu! Fui então buscando mais informações sobre “o quê”, especificamente, havia originado a demanda. Que necessidades precisavam ser atendidas? Que problemas estavam enfrentando, enquanto gestores, que os teria feito pensar num plano de carreira e remuneração baseado em competências?

Passada a primeira hora de reunião, eram inúmeras as respostas: aumento da concorrência; excesso de pessoal; muitos professores para poucas disciplinas; pequena contribuição nos resultados; perda de alunos, etc...etc...etc. Chegamos, portanto, à conclusão, de que a instituição na verdade prescindia de mais que uma ferramenta de gestão de pessoas. Na verdade o plano de carreira seria apenas a conseqüência natural de uma série de medidas que deveriam ser tomadas antes de sua implantação.

A necessidade de melhor organizar a gestão dos Recursos Humanos está presente em qualquer ramo de atividade. No segmento de prestação de serviços, especificamente, assume ares estratégicos, uma vez que as pessoas são o maior componente de custos do negócio. Nas escolas todos sabemos o peso de uma folha de pagamentos e o que significam as despesas com pessoal, como componente dos custos operacionais.

Mas a questão principal é que, assim como a instituição aqui citada, a maioria das organizações do segmento educacional não possui um sistema de gestão integrada, onde os processos se encontrem devidamente alinhados com as estratégias de negócios estabelecidas pela alta direção. Por isso mesmo é fácil encontrarmos ações que, em muitos casos, caminham em direções opostas. De nada adianta estabelecer um sistema de remuneração baseado em competências se a instituição não tem claro onde pretende chegar. Em outras palavras, a partir dos objetivos almejados é que se busca desenhar quais as competências organizacionais serão necessárias para se chegar lá. Definidas em escala corporativa, essas competências servirão para estabelecer qual a estrutura necessária e as funções que devem compô-la. Só nesta etapa é que as competências específicas dos ocupantes dos cargos são delineadas.

Como se percebe, é primordial que todo o processo de gestão e, por conseqüência, as ferramentas necessárias para o seu acompanhamento, devem partir do planejamento estratégico institucional. Esse instrumento deve ser bem focado, definindo objetivos bem claros a partir de uma consistente análise dos ambientes interno e externo da escola.
Uma vez elaborado, permite aos gestores estabelecer e tornar conhecidas as políticas de gestão, nas suas diversas esferas (financeira, mercadológica, de Recursos Humanos, qualidade, responsabilidade social, etc.). Nessa perspectiva, cada uma das áreas pode selecionar as ferramentas mais adequadas ao atingimento dos seus objetivos, sempre em consonância com as estratégias gerais.

O passo seguinte é a elaboração dos planos de ação. Objetivos e metas departamentais e individuais são estabelecidas, de maneira que cada área e cada componente da equipe saiba o que dele se espera. Nessa fase é importante não se esquecer de criar os indicadores de performance. Eles não só permitirão fazer o acompanhamento sistemático da evolução do processo, como fornecerão as âncoras necessárias à introdução de planos de remuneração e benefícios baseados em resultados. Boas políticas de recompensa devem partir de indicadores institucionais para assegurar a coerência com os propósitos estratégicos de crescimento e manutenção. O resultado de tudo isso é um grande alinhamento entre os objetivos institucionais e profissionais, garantidos por ferramentas de gestão eficazes e consistentes.

Voltando à nossa reunião de Curitiba, ao seu final, o grupo chegou a um consenso: começar a caminhada dando o primeiro passo. A equipe trabalha hoje na formulação do seu planejamento estratégico sem, contudo, perder de vista a gestão ordinária. Medidas de contenção de custos continuam na pauta do dia. A diferença é que, a partir do início dos trabalhos já se consegue tomar decisões visando o médio e longo prazos e não apagando incêndios. Afinal de contas, trata-se de uma instituição educacional e não do Corpo de Bombeiros.