quinta-feira, outubro 16, 2014

mundo digital

Brasil digital

Como será o Brasil digital nos próximos 10 anos?  De acordo com previsão de uma pesquisa online com 505 adultos brasileiros, de ambos os gêneros e com idades entre 21 e 65 anos.
Fonte: Estudo da MSI e McAfee.


terça-feira, outubro 14, 2014

Empreender

Ensinar a empreender

Esse artigo foi bastante comentado na revista Gestão Educacional. O que você acha? Clique aqui e acesse o conteúdo da publicação.




Tecnologias e Competências

Tecnologias, saberes e competências.
Por Marcelo Freitas

Muito se fala a respeito da educação para o século XXI. Novidades e avanços, em particular no campo da tecnologia e dos seus impactos na vida das pessoas, impulsionam ainda mais o debate em torno do tema. Ao mesmo tempo, a falta de sintonia e o descompasso entre a vida real e a entidade “escola” fica cada vez mais patente. Alunos de todos os níveis consideram a instituição educacional “um saco”, um lugar onde não gostariam de estar.
 
Trazendo luz ao debate, a Fundação Telefônica ouviu milhares de especialistas mundo afora e publicou, recentemente, o resultado dessa pesquisa. O trecho a seguir resume as principais conclusões e merece ser destrinchado com refinamento:

“A sociedade de hoje requer indivíduos criativos, empreendedores, críticos, familiarizados com o mundo digital, que se comuniquem bem e que se adaptem a ambientes diversificados de trabalho.”

Comecemos. A sociedade de hoje...” Veja que estamos falando deste momento, especificamente. Entretanto, se a situação já não é das melhores, é ainda mais complexa se nos lembrarmos de que a educação, e notadamente, o conhecimento gerado hoje, deverá ser usado ao longo da vida, numa sociedade que sequer conhecemos. Trata-se de preparar pessoas para um mundo com desafios ainda maiores.

Continuando: “...requer indivíduos criativos, empreendedores, críticos...”. Se confrontarmos esses quesitos com o que encontramos nas nossas escolas atualmente, entenderemos de imediato a razão pela qual os alunos preferem estar em outro lugar ao invés das salas de aula. Nelas nos defrontamos com um volume excessivo de conteúdos (maioria deles desconectados da realidade prática dos alunos), onde não há espaço para a criação e as descobertas. Tudo já vem pronto e embalado. Ao aluno cabe, na grande maioria das vezes, apenas decorar. Sequer imagina onde, no seu cotidiano, aquilo lhe será útil. Ao exercitar o lado crítico em relação a tudo isso, ele apenas é repreendido pelo professor, por estar atrapalhando a aula e questionando as verdades absolutas que lhe são repassadas. Inútil, portanto, remar contra a maré. Nessa situação, o aluno se vê tolhido do desenvolvimento da habilidade que lhe será, esta sim, tão importante na vida.

A outra habilidade, a de empreender, igualmente passa longe das carteiras das escolas. O tema, entretanto, começa a despontar como uma possibilidade interessante para compor os currículos. Recentemente, desenvolvemos todo um projeto voltado para o desenvolvimento de habilidades empreendedoras, sob demanda de uma grande rede de educação. O mesmo aconteceu com uma escola de Belo Horizonte para a qual trabalhamos. Ela inseriu a disciplina como módulo, dentro do próprio currículo regular, em algumas das suas séries. Agora, mais que isso, a estamos assessorando para que as habilidades empreendedoras tenham seus fundamentos disseminados desde a educação infantil. Um avanço que só está se tornando realidade porque a direção da escola resolveu, ela própria, ser crítica, criativa e empreendedora.

Seguindo, temos “...familiarizados com o mundo digital...”. Aí a enorme trombada com a estrutura vigente nas escolas. O grande dilema é em relação aos professores. Uma visão arcaica e corporativista, fomentada muitas vezes pelos organismos representativos da categoria, torna a missão mais árdua. Do outro lado, é bom lembrar, os alunos já são familiarizados com o mundo digital. E tendem a ser, naturalmente, cada vez mais, pois já são parte de um mundo conectado. A questão fundamental é, portanto, tornar professores, lideranças e gestores também familiarizados com esse universo. Se a distância entre as gerações fortalece a dificuldade, entretanto, as tecnologias estão cada vez mais amigáveis e a sua utilização requer apenas um pouco de abertura pessoal. Há dez anos previ, em um artigo, a introdução do professor holográfico nas salas de aula. Não estamos longe disso. E se pensarmos no futuro dos nossos alunos, esta será, com toda certeza, a realidade do ambiente tecnológico por onde transitarão.

Voltando ao enunciado, temos  “...que se comuniquem bem e que se adaptem a ambientes diversificados de trabalho.” A comunicação é matéria-prima para a aquisição de conhecimentos, habilidades e competências, tanto agora quanto ao longo deste século. Uma recente pesquisa[1] promovida pela Corporate junto aos gestores e lideranças educacionais apontou a Comunicação Interna (71,43%) como a sua principal preocupação, seguida de “baixa qualidade dos profissionais” (57,14%) e “Liderança” (42,86%). A pergunta natural é: como desenvolver pessoas que se comunicam bem quando a própria estrutura da escola não é eficiente nesse quesito?

O mesmo raciocínio vale para o a adaptação a “ambientes diversificados de trabalho”. A escola mantém, por séculos, a mesma estrutura de ambientação, com salas de aula padronizadas, carteiras em fila, pátios para recreio, auditórios e por aí vai. Na era dos ambientes Wi-Fi e dos smartphones com acesso à internet, laboratórios de informática ainda são construídos, como sinal “de vanguarda”. Daí... sem mais comentários...

A mensagem subliminar é que tanto as estruturas operacionais das escolas, quanto a capacitação e preparo das principais lideranças e docentes, necessitam urgentemente de uma ruptura nas suas premissas e nas metodologias existentes. Para tanto, mais que nunca as direções educacionais precisam romper com modelos que já exauriram e incrementar ações que levem à essa nova perspectiva educacional. Nesse aspecto, cursos e programas de capacitação[2] merecem atenção, em especial aqueles voltados para as lideranças e educadores.

Da mesma maneira, é importante introduzir novas perspectivas de desenvolvimento para os alunos, como projetos de empreendedorismo[3] e outros que façam aflorar suas habilidades e tornar a escola um lugar mais prazeroso para estar.

Essas são reflexões importantes e pertinentes ao atual estágio em que a educação se encontra. Caro gestor, sua hora de empreender é agora.



[1] Pesquisa com respostas múltiplas (dados relativos a 08/04/2014)
[2] A Corporate preparou alguns cursos para lideranças, gestores e educadores visando o desenvolvimento de competências em áreas como comunicação interpessoal, gestão de pessoas e fundamentos de estratégia educacional. Entre em contato conosco pelo email: contato@corporateconsultoria.com.
[3] A Corporate, em parceria com a Sapien, desenvolveu ferramentas para o desenvolvimento de empreendedorismo nas escolas. Entre em contato conosco pelo email: contato@corporateconsultoria.com e conheça essas novidades.