sexta-feira, dezembro 18, 2009

Escola de graça?


O futuro da escola é... grátis?

Por Marcelo Freitas

Como acontece de tempos em tempos, uma onda de teses polêmicas foi lançada recentemente no mercado. Desta vez, ela partiu da coletânea de estudos do economista Steven Levitt, Ph.D. pelo MIT, em parceria com o jornalista Stephen J. Dubner e foram reunidas no livro Freakonomics, que numa tradução livre quer dizer algo como "economia excêntrica".


A obra aborda assuntos polêmicos através de ângulos de visão inusitados. É o caso das taxas de criminalidade em Nova Iorque, apresentada pelos autores como sendo, em grande parte, conseqüência da legalização do aborto. Tal abordagem poderia ser considerada, no mínimo, inusitada.

Outra investida polêmica lançou luzes sobre um tema de interesse de executivos e empresários. Inclusive, penso eu, os do segmento educacional. Trata-se de Free!, livro lançado por Chris Anderson, editor da revista Wired e autor do conceito da cauda longa. O tema em questão, desta vez, reponde pelo nome de “preço”.

Para ser breve, a tese defendida pelo autor diz que a tecnologia barateou e diversificou a produção de bens a tal ponto de poderem ser oferecidos de graça. Como explicou o próprio Anderson: "Às vezes, grátis significa realmente custo zero, às vezes, que o preço foi subsidiado com anúncios. Outras vezes ainda quer dizer freemium: uma combinação entre uma oferta gratuita e a versão lapidada ou exclusiva, oferecida mediante o pagamento de uma assinatura."
Mas isso nada tem a ver com as escolas, diriam os mais afoitos. Talvez tenha...

É verdade que a tecnologia tem privilegiado produtos e serviços baseados na internet, a ponto de usarmos vários aplicativos a custo zero. Hoje até mesmo processadores de texto, planilhas eletrônicas e um sem número de outros softwares, antes comprados em houses especilizadas fazem parte do nosso dia-a-dia sem que, para utilizá-los, tenhamos de despender sequer um único centavo.

Saindo do ambiente virtual para o mundo “real” a situação não é muito diferente. Basta ver o segmento de telefonia... do aparelho telefônico aos softwares adicionais ou upgrade`s de banda larga, hospedagem de sites e pacotes de mensagens, várias são as situações em que seriamos obrigados a pagar por produtos e serviços que recebemos de graça.


Já na indústria da educação, na arena competitiva das escolas, alguns lampejos se fazem sentir no horizonte. O fator “inadimplência”, por exemplo. Seria um prenúncio do advento Free? Estaria ele querendo dizer-nos alguma coisa, sinalizando, ou reforçando como prefiro interpretar, o esgotamento de um modelo de sustentabilidade utilizado há séculos pelas instituições de ensino particulares?

Será que podemos considerar o fato apenas uma coincidência? Seria ele um sintoma? Ou quem sabe um claro indicativo de que a semente da teoria de Anderson estaria geminando no solo cansado do mercado educacional?

A resposta só o tempo vai dizer... mas é bom já ir colocando as barbas de molho!

quarta-feira, dezembro 02, 2009

Sustentabilidade e o Jovem


O jovem brasileiro e sua percepção da Sustentabilidade


Uma pesquisa muito interessante conduzida pelo Instituto AKATU-UNEP revela avanços na percepção dos jovens brasileiros sobre o tema "sustentabilidade". São informações valiosas para quem lida com educação ou está presente em segmentos da economia voltados para esse público.


Veja um trechinho, reproduzido a partir do site do Instituto:

" .... Combater a violência e erradicar a pobreza são prioridades

Temas políticos, sociais, econômicos, culturais e ambientais foram apresentados aos jovens, que deveriam indicar os mais importantes em sua opinião. Os resultados revelaram que os jovens dão prioridade a “combater o crime, combater conflitos” (32%), “reduzir e erradicar a pobreza, reduzir a diferença entre ricos e pobres” (27%), “melhorar condições econômicas” (18%) e “combater a degradação ambiental e a poluição” (11%).

Se contextualizados apenas os desafios sociais, os mais citados pelos jovens foram “reduzir a poluição (ar, água, solo)” (72%); “melhorar a saúde da população” (72%); “reduzir o desemprego” (70%), “diminuir a diferença entre ricos e pobres” (61%), “reduzir o trabalho infantil” (61%) e “as mudanças climáticas” (61%). Este último item apresentou significativo aumento se comparado ao índice aferido em pesquisa semelhante — Os jovens e o consumo sustentável — realizada pelo Instituto Akatu e pela UNESCO-UNEP em 2001. Naquele ano, apenas 24% dos jovens disseram preocupar-se com as mudanças climáticas. A preocupação com a redução da poluição no ar, na água e no solo cresceu de 60% em 2001 para 72% este ano.

Em um recorte específico sobre as alterações climáticas, perguntou-se aos jovens se, de posse de mais informações sobre o tema, eles adotariam novos hábitos em suas vidas. O cenário aferido foi positivo, com 40% dos entrevistados afirmando que gostariam de ter mais informações e que acreditam que isto contribuiria para que adotassem práticas sustentáveis. Na opinião de 78% dos jovens, as pessoas em geral mudariam de comportamento se estivessem mais informadas sobre os danos ambientais causados pelas mudanças climáticas. Os jovens também concordaram com as afirmações de que “as pessoas deveriam ser mais conscientes sobre o meio ambiente” (45%) e “as pessoas deveriam espalhar informações sobre este tema” (35%)."


Se quiser receber a pesquisa, na íntegra, entre em contato comigo.