sábado, agosto 01, 2020
Educação pós-pandemia
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segunda-feira, julho 06, 2020
sexta-feira, setembro 06, 2019
terça-feira, janeiro 29, 2019
Inovação
De volta para o futuro
Compartilho com vocês nosso artigo publicado pela revista Linha Direta, edição de novembro 2018. Uma reflexão sobre a importância do uso de cenários nas estratégias de negócios.
sexta-feira, dezembro 07, 2018
terça-feira, novembro 13, 2018
terça-feira, setembro 04, 2018
O fim do diploma?
Por
Marcelo Freitas
Muitos trabalhos futuros não exigirão
um diploma de bacharelado.
Qual o impacto disso para o ensino
superior?

Nessa perspectiva, em vários segmentos, indivíduos
estão sendo chamados a contribuir com suas competências para lidar com novas
situações e responder a novos problemas. Em algumas dessas atividades, o
diploma de ensino superior já não é mais uma necessidade, cedendo espaço para
as certificações. Em decorrência, as faculdades precisam fazer mais para
garantir que suas ofertas sejam solicitadas, tanto por estudantes, como por
empregadores.
O título na primeira página da seção de negócios no
“Boston Globe” de 9 de novembro de 2015, estampou: "O Estado enfrenta
falta de mão de obra, o sistema de ensino para o emprego está caindo." Se
em 2015 já era uma realidade, o que dizer dos dias atuais?
Imagine você: Como poderia haver uma escassez de mão
de obra em Boston, uma área metropolitana conhecida por sua concentração de
faculdades e universidades com uma forte tradição de fornecer uma força de
trabalho treinada para as indústrias da região?
Estamos falando de uma área que abrigava, em 2009[1], mais de 80 faculdades
privadas e universidades, que empregavam 68.600 pessoas e que atraiam mais de
360.000 estudantes de todo o mundo.
A resposta pode ser encontrada em um estudo mais
recente, lançado pela Northeastern
University. Segundo o documento, a maioria das ofertas de emprego na cidade
de Massachusetts, prevista para os próximos sete anos, não exigirá um diploma
de faculdade. E mais: o sistema de educação no estado não conseguirá treinar pessoas
suficientes para preencher as vagas de emprego esperadas.
Massachusetts não é a única em suas necessidades de
força de trabalho qualificada. Essa é também uma realidade que começa a fazer
parte do nosso horizonte, aqui no Brasil. A globalização impacta os diversos
segmentos de maneira planetária, o que leva a um alinhamento das tendências, em
qualquer ponto do planeta.

Esse quadro, portanto, deixa claro: há uma mensagem
significativa sendo entregue aqui. Tudo indica haver uma desconexão entre o
ensino superior e a indústria, ou mercado de trabalho, quando se trata de
identificar rapidamente as necessidades da economia e, a partir daí, determinar
a melhor maneira de educar e formar um contingente de pessoas qualificadas. O
desajuste entre a oferta e a demanda dos profissionais evoluiu nas últimas
décadas, e isso pode levar à suspeita de que o ensino superior talvez não
esteja "recebendo a mensagem".
O fato é que há uma lição de casa a ser feita por
cada uma de nossas instituições educacionais, esteja ela em que nível for. É
preciso reconhecer a responsabilidade do sistema educacional nesse contexto, pois
não se trata somente de educar os alunos, mas também de oferecer-lhes as
habilidades que proporcionam flexibilidade em sua carreira. Nem todos os
estudantes vão procurar, ou exigir, um diploma de nível superior para ter
sucesso. Alguns podem querer certificações e licenças além do crédito acadêmico,
ou em vez de um diploma.
É importante para as escolas, portanto, ampliar o
horizonte e expandir a oferta de alternativas educacionais de qualidade, sendo flexíveis,
mas ao mesmo tempo pragmáticas, na definição da missão de educar para o futuro.
Nessa perspectiva, é preciso interagir mais com o ecossistema político, econômico
e empresarial, conversando regularmente com economistas, governos e gestores indústrias
para analisar o futuro. E então, vamos bater um papo?
segunda-feira, julho 16, 2018
Ambiente 4.0
Da obsolescência aos novos paradigmas
Por Marcelo Freitas
Dois terços dos universitários formados lutam para conseguir um emprego.
O que está acontecendo com a preparação desses jovens?
Durante muito tempo, o diploma universitário era tido como o sinal mais forte de prontidão para o trabalho. Gastava-se, como de resto ainda se faz hoje, muito tempo escolhendo uma carreira e uma escola onde se poderia melhor aprender os conhecimentos necessários para se dar bem na profissão escolhida. Por um determinado lapso de tempo é possível que essa estratégia tenha dado certo, porém, hoje em dia, o que se vê, de maneira geral, é um crescente contingente de jovens que, mesmo de posse do tão sonhado diploma, permanece à margem do mercado de trabalho.
Avaliando de perto a situação, poderíamos nos atrever a listar várias razões para tal. Da parte dos empregadores, por exemplo, o alto nível de exigência imposto pela concorrência cada vez mais acirrada, tem feito com que a graduação tenha se tornado obsoleta, antes mesmo do estudante terminar o seu curso. As mudanças na arena competitiva, assim como os avanços trazidos por tecnologias disruptivas contribuem para mudar o cenário rapidamente.
Reclamam também as empresas de que falta a esses jovens formandos as habilidades sociais necessárias para a ocupação dos postos de trabalho em aberto, como a capacidade para lidar com a resolução de problemas, a ausência de um pensamento crítico, a dificuldade de comunicação e trabalho em equipe.
Importante observar ainda que, embora o nível de obsolescência dos conteúdos seja extremamente elevado, muitas das dificuldades encontradas pelos jovens na sua vida adulta dizem respeito a comportamentos e atitudes, a habilidades que não estão diretamente ligadas aos referidos conteúdos, mas sim, à construção do capital social. “Saber Conviver” já era um dos pilares da educação enunciados por Jacques Delors nos quatro pilares da educação para o século 21. E tal tem se mostrado uma realidade.
Como resultado, os jovens adultos de hoje já não têm um plano de carreira tão claro e simples como as gerações anteriores. Muitos acabam à deriva durante sua terceira década de vida, fruto da crescente dificuldade em conseguir espaço no mercado de trabalho, como demonstram as estatísticas de emprego.
Querendo, ou não, toda essa problemática recai sobre a escola e seu papel na formação dos alunos. Do ponto de vista econômico e familiar, como podem os alunos, e seus pais, se sentirem seguros de que haverá retorno sobre um dos maiores investimentos que estão prestes a fazer, o da educação de seus filhos?
Sou levado a pensar que tal situação tem como raiz duas grandes premissas: o foco no conteúdo e a expectativa de que todos os alunos tenham um rendimento comum nos diversos campos do conhecimento.
Em relação ao primeiro, enfatizar o repasse de conteúdos numa sociedade onde a informação está na palma da mão é, no mínimo, obtuso. Nesse ambiente de acesso fácil a qualquer tipo de conteúdo, são as habilidades e atitudes em relação às informações que determinam o aproveitamento do aprendizado. Somado a isso, a integração traz consigo o conceito de aprendizagem colaborativa e cocriação, pressupondo, portanto, ênfase nas habilidades sociais, de comunicação e relacionamento.
O segundo equívoco no processo educacional, consiste em utilizar um modelo que aposta na premissa de que todos os alunos tenham o mesmo nível de aproveitamento nos diversos campos do conhecimento. Tal situação faz com que se crie um exército de alunos medianos e se deixe de explorar as suas reais capacidades e habilidades em campos específicos, onde suas aptidões lhes dariam vantagens competitivas em termos de capital humano. As pessoas não são iguais e é assim que a escola deveria lidar com elas. Cada um no seu quadrado, como diz o dito popular. Plataformas adaptativas estão ajudando e melhorar o desempenho médio dos alunos, porém, ainda se fixam na mesma premissa.
Embora a tecnologia já esteja apta a proporcionar ferramentas de aprendizagem personalizada, os sistemas educacionais, com suas avaliações em massa e o grande funil dos vestibulares e seus conteúdos intermináveis, acaba por reforçar junto às escolas as premissas anteriores, forçando-as a desenvolver alunos medianos. Se trabalhassem para fortalecer as aptidões inatas, as chances de desenvolvimento de profissionais de patamar elevado seriam significativamente maiores.
Em um sistema mais flexível, os alunos perceberiam que o bacharelado não é a única porta de entrada para atividades especialistas que o mercado demanda. Uma gama crescente de postos de trabalho esta disponível para além dos diplomas e tende a crescer. É o caso dos certificados de trabalho e das certificações que organismos profissionais, ou a própria indústria, podem emitir. Algumas dessas certificações, aliás, são a porta de entrada para uma proporção significativa dos empregos que não serão facilmente automatizados por robôs.
Uma melhor divisão nas competências que deveriam ser adquiridas ao longo dos diversos níveis de ensino, também poderia somar muito no retorno do investimento em educação. Nas etapas básicas, por exemplo, a ênfase poderia ser dada na aquisição de habilidades e atitudes, posto que é o momento ideal de construção da pessoa, do elemento humano. Trata-se de desenvolver habilidades como o trabalho em equipe, a convivência com as diferenças e os conflitos.
Metodologias de solução de problemas, de design thinking e de construção de projetos, assim como competências como o raciocínio lógico, a capacidade de análise e síntese, liderança e as diversas formas de expressão deveriam ocupar o espaço hoje tomado por conteúdos que, diga-se de passagem, os alunos jamais usarão na sua vida prática.
Nos níveis superiores, os conteúdos mais técnicos e pertinentes às atividades profissionais e à carreira deveriam, aí sim, ocupar mais espaço nas matrizes curriculares. Uma vez que os alunos de ensino superior já escolheram suas carreiras com base em suas aptidões, seu desenvolvimento nos cursos deveria ser estimulado pela descoberta de novas experiências, aprofundamento em pesquisas, estudos no exterior e estágios diversos. Tais ações não só os fortalecerá em termos de habilidades interpessoais demandadas pelo mercado de trabalho, como de resto lhes proporcionará um aprofundamento em teoria e prática dos conhecimentos adquiridos.
Em síntese, as mudanças estão acontecendo em todos os segmentos da sociedade e de maneira acelerada como jamais visto. É chegado o momento de também deixar que aconteçam na Educação. Para tanto, é preciso repensar o seu modus operandi, seu modelo de negócios e, principalmente, reconhecer que os resultados alcançados pelo sistema atual não vêm respondendo à altura quando confrontados às expectativas dos diversos públicos a que serve. Está posto, portanto, um dos maiores desafios desse momento, qual seja o de realizar um verdadeiro mergulho em profundidade na estrutura do sistema educacional, nas suas práticas e seu modelo de sustentabilidade.
segunda-feira, junho 04, 2018
Edtechs e as escolas
Uma startup chamada escola
Por Marcelo Freitas
O universo das startups está revolucionando os mercados.
Não seria o momento de dar à escola um novo modelo de negócios?
Você sabe o que é uma inovação disruptiva? Inovações disruptivas são fruto de novas cabeças, nascem de oportunidades apresentadas pelo mercado e provocam mudanças bruscas nos segmentos de negócios onde surgem. Isso porque a aposta na inovação disruptiva significa criar tecnologias, produtos e serviços mais acessíveis, em novos modelos de negócios, que rompem com o status quo existente.
Nas últimas décadas, a tecnologia alterou a natureza dos mercados de forma inesperada e, muitas vezes, radical, o que provocou o surgimento de inúmeras oportunidades. Nessa nova arena, o “adequado” já não é mais suficiente. Ser “grande” não é mais sinônimo de ser imbatível e os ciclos de vida dos produtos passaram de anos, para meses.
Ao mesmo tempo, a tecnologia tornou possível atender diferentes públicos de maneira simultânea e singular, na medida em que os bits foram tomando o lugar dos meios físicos, em escala crescente. E nesse caso, qual o impacto sobre as escolas tradicionais e seus modelos de negócios?
Já faz tempo venho repetindo, quase como um mantra, que a Educação, enquanto “indústria”, corre sério risco de se ver engolida por empresas dos segmentos de tecnologia e de entretenimento. Pois o que parecia ser apenas fruto de uma leitura estratégica, na medida em que o tempo passa, vai caminhando para se tornar uma realidade.
Com novos programas profissionais, gigantes da tecnologia como Amazon, Google, Microsoft, entre outros, estão aumentando sua presença no segmento educacional. Ela acontece na oferta de aplicativos, ferramentas e serviços, mas também está presente na forma de uma crescente participação em plataformas de Ensino à Distância, como edX e Coursera, com a oferta de mais cursos direcionados a pessoas que buscam qualificação em ferramentas tecnológica, ou assuntos os mais diversos.

Internamente, também, as gigantes já estão revendo suas estruturas para melhor se qualificarem. A Amazon, por exemplo, contratou uma especialista da Escola de Graduados em Educação, de Stanford, para ser a nova Diretora de Ciência e Engenharia de Aprendizagem. Ela se encarregará de capacitar a enorme força de trabalho da Amazon, mas também levará para o segmento de tecnologia a expertise nos processos de ensino e aprendizagem. Esse movimento estratégico vai tornando a Amazon, aos poucos, sua própria universidade.
Outro exemplo: o novo Microsoft Professional Program in IT Support, oferece um plano de estudos composto de 13 cursos e 1 projeto aplicativo final, através da plataforma edX. Mais espaço comercial, participação de mercado e competência educacional.
Nesse processo, as empresas de tecnologia vão se apropriando da expertise das instituições educacionais para, em seguida, oferecer novos e inovadores formatos de cursos, produtos ou serviços. Um exemplo dessa estratégia de apropriação de competências foi apresentado pela gigante russa Yandex, que anunciou recentemente a associação com a Universidade de Tel Aviv, com vistas ao lançamento de um programa curricular de TI.
Tal situação traz consigo um fato novo: as certificações vão ganhando espaço no mundo do trabalho e, aos poucos, tomando o lugar dos diplomas. Uma silenciosa mudança disruptiva, que vai tirando do segmento educacional a primazia dos processos de ensino-aprendizagem, assim como retira das escolas a referência como templo do conhecimento.

“Faz aproximadamente 100 anos que a eletricidade transformou
todas as indústrias importantes. A Inteligência Artificial já avançou ao
ponto em que detém o mesmo poder”.
Andrew Ng, na conferência AI Frontiers.
Considerando todo esse movimento estratégico, não seria o momento das Instituições Educacionais repensarem seus modelos de negócios, seus serviços e produtos, e começarem a se movimentar, criando barreiras de entrada? Movimentos disruptivos são silenciosos, começam pelos flancos até que tenham construído uma sólida posição de ataque. Uber, AirBnb e outras estão aí para comprovar. Por que não antecipar e transformar a escola numa “grande startup”?
sexta-feira, maio 04, 2018
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