sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Recall


Educação não tem recall

Se você tem carro já pode ter passado pela experiência do recall. Não é novidade na indústria automobilística. Quando uma determinada montadora percebe uma falha importante na fabricação de seus carros, convoca os proprietários para que possam comparecer à sua rede de concessionárias a fim de reparar o problema. É um gesto responsável, embora deixe embutida a confissão por falta de qualidade no produto vendido.

Num segmento como o de serviços, por exemplo, voltar atrás e reparar um falha na qualidade nem sempre é possível. Setores como o da educação e da saúde são exemplos claros. Em erro no aprendizado das crianças pode representar problemas para o resto da vida. Na medicina, por outro lado, pode ser mesmo o resto da vida. Um erro médico pode ser irreparável e por fim à vida do paciente.

Por isso mesmo, processos que lidam com esse tipo de serviço devem, constantemente, ser monitorados e auditados. Ter claro os objetivos e verificar de forma objetiva seus resultados é uma necessidade. Nas escolas, infelizmente, apenas o resultado do rendimento dos alunos é acompanhado, através de provas, que na verdade somente aferem a quantidade de conhecimento retido pelo estudante naquele momento. Não as habilidades e competências que levam para o resto da vida.

Focar nas avaliações de conteúdo, geralmente mal conduzidas e arbitradas pelos professores nem sempre capacitados à altura de emitirem juízo sobre seus aprendizes, é um equívoco. Prova disso é que, se esses professores prestarem exames vestibulares depois de alguns anos de formado, eles próprios certamente não serão aprovados. Habilidades e competências, ao contrário, são para a vida toda. Conhecimento é perecível. Existe, portanto, uma forte concentração no objetivo errado. Ou pelo menos na parte menos importante do aprendizado.

E em Educação não tem RECALL!