Preparando pessoas para a sociedade 4.0
Por Marcelo Freitas
Um dos objetivos da escola, e talvez o principal
deles, é preparar as pessoas para a vida adulta. Estabelecer pontos de
referência em relação aos diversos saberes, socializar para a vida em comunidade,
desenvolver competências para o universo do trabalho são colunas que devem
sustentar a estrutura de uma boa escola. Foi-se o tempo em que dela era
esperado apenas o repasse de um inesgotável volume de conteúdos e a
padronização de uma série de habilidades e conhecimentos, demandados por uma
sociedade com as características da era pós-revolução industrial.
As mudanças sociais e econômicas, a integração do
mundo em um único bloco e a explosão das novas tecnologias trataram de mudar
toda a paisagem. Conexão virou a palavra que define o modo como pessoas, e
coisas, estabelecem relações, sejam comerciais, sejam afetivas, sejam sociais
ou funcionais. Se por um lado a tecnologia encurtou distâncias entre os povos,
ela também criou elos, ou conexões, entre pessoas e máquinas. E é cada dia
maior a maneira pela qual essas conexões se expandem, chegando agora à chamada
“internet das coisas”.
Esse novo ambiente, onde a rápida automação de
processos se une à internet das coisas, promete mudar radicalmente a maneira
como fazemos nossas atividades. E na indústria isso acontece com um impacto
ainda maior. Com robôs cada vez mais participativos no processo, a exigência de
profissionais qualificados crescerá assombrosamente. Estaremos diante de uma
nova sociedade e, portanto, é preciso pensar rapidamente o papel da escola e
como ela lida com isso.
Para começar é importante estabelecer um paradigma
novo em relação ao perfil dos alunos que ela deverá formar e dos especialistas
que irá demandar. Na chamada indústria 4.0, será exigido dos profissionais o
desenvolvimento de uma visão multidisciplinar para lidar com a manufatura
avançada, que deve revolucionar as linhas de montagem e gerar produtos
inovadores e customizados em um futuro próximo. Como preparar os alunos para isso?
Qual perfil de profissional a escola deverá desenvolver?
Em escala crescente, técnicos deixarão de exercer
funções repetitivas, como o encaixe de uma peça em um smartphone, passando a se concentrar em tarefas mais estratégicas e
no controle de projetos. Essa situação significa uma tendência de aumento no
número de pessoas com alta qualificação no mercado. Qualificação essa vai do
preparo técnico ao desenvolvimento de novos perfis de liderança, capazes de
deixar de lado o controle de horas de trabalho e indicadores de produtividade hoje
existentes, para se concentrar na capacidade de geração de resultados e valor
agregado, por parte das equipes lideradas.
Esse novo cenário marcado pela manufatura avançada
representa um renascimento das próprias indústrias. Isso significa que elas voltarão
a ter um ambiente desafiador, muito propício ao espírito empreendedor e
inovador dos jovens em formação. Esse novo ambiente apresenta um conjunto de
fatores altamente atraentes para a nova geração, pois implica entender a
convergência entre informação, TI, eletrônica e hardware, ingredientes que
mexem com a cabeça desses jovens da geração digital.
A internet das coisas, portanto, estará presente
nos diversos ambientes, da casa ao trabalho, passando pelo entretenimento,
tratamentos de saúde e ambientes de aprendizagem. Quem quiser ocupar o seu espaço
deverá se preparar. Para ser empregado nas fábricas do futuro, por exemplo, os
profissionais deverão desenvolver novas habilidades com vistas ao aumento da
produtividade, como aprender a trabalhar lado a lado com robôs colaborativos.
Isso significa dizer que o profissional não ocupará apenas uma parte específica
da linha de montagem, mas se envolverá em todo o processo produtivo, o que
demandará o exercício de tarefas e funções mais complexas e criativas. Daí a
necessidade da escola se concentrar em desenvolver nos seus alunos, a
capacidade analítica para cruzar dados e tomar decisões a partir de informações
fornecidas por máquinas e aplicativos, em tempo real.
Por isso mesmo é importante, senão vital, que ela esteja
preparada e aberta às mudanças, tenha flexibilidade para se adaptar à nova
realidade e se habitue a uma aprendizagem multidisciplinar contínua. Isso não
significa que o conhecimento técnico perdeu importância no currículo. Apenas
que ele não é suficiente. Conceitos e espaços limitados, como no tempo da
revolução industrial, não sobrevivem “a uma consulta no Google”. É preciso trabalhar
o desenvolvimento de competências, portanto, em diversas frentes. Os educadores
precisam gostar de tecnologia, de inovação e, principalmente, ter curiosidade
para aprender e acompanhar uma sociedade que sempre se reinventa a cada
momento.
As atividades hoje, e mais ainda no futuro,
transcendem, portanto, os limites da sala de aula. Esta, aliás, deve ser
completamente esquecida da forma como a temos hoje. É importante recriar esse
espaço e ampliar as conexões com o ambiente virtual, familiar e do trabalho, de
modo a produzir sinergia. Criar
ambientes que reflitam a realidade fora da escola. Além da arquitetura, dos
processos e do design do ambiente, ferramentas que unam escolas, alunos,
famílias e aprendizagem precisam ser embarcadas nesse processo, o quanto antes.
Afinal, saber se comunicar, interagir e colaborar são habilidades cada vez mais
demandadas.
De olho nessa perspectiva de longo prazo, buscando
auxiliar as escolas a pensar nisso com mais profundidade e estabelecer uma
conexão com a nova realidade, uma parceria entre o Movimento Escola Responsável e a
Corporate Gestão Empresarial está
criando a SAPIENS,
uma divisão voltada para o desenvolvimento de soluções criativas e inteligentes
para os diversos processos educacionais e de gestão das escolas, sempre tendo
como foco a melhoria dos resultados das instituições. Do realinhamento dos
processos à criação de aplicativos e soluções tecnológicas, todos os caminhos
da SAPIENS conduzem à transformação da escola em um espaço novo e atraente, que
permita aos alunos desenvolver todo o seu potencial de crescimento. Além disso existe,
na SAPIENS, uma grande preocupação com a sustentabilidade, onde cada inovação valoriza
ideias que permitam atender as expectativas de gestores, educadores, alunos e
famílias em relação ao desempenho e resultados esperados.
Já estamos inseridos em uma nova era. O ambiente se
modificou e as demandas estão caminhando a passos largos na direção de novas
competências, novas formas de relacionamento entre as instituições, entre a
escola e seus diversos públicos e, por isso mesmo, as velhas ferramentas e
modelos de negócios já não lhe garantem a sustentabilidade necessária. Conexão
é a palavra de ordem. Inovação e criatividade o combustível.
[1]
Conheça o Movimento Escola Responsável: www.escolaresponsavel.com
[2]
Para conhecer as áreas de atuação da Corporate, acesse
www.corporateconsultoria.com
[3]
Entenda o que é a SAPIENS acessando o site da Corporate:
www.corporateconsultoria.com