segunda-feira, julho 03, 2006

Liderança

Executivos aprendem com a Copa do Mundo...

Esta copa do mundo traz lições interessantes. E não é a primeira vez que o esporte nos apresenta ensinamentos que podem ser aplicados na nossa vida cotidiana... e mais especialmente no dia-a-dia do trabalho.Uma delas é sobre liderança.

Uma equipe é o reflexo do seu líder, já diziam os antigos. E os fatos recentes da Copa nos vêm confirmar a sabedoria popular. Basta compararmos as performances das seleções de Brasil e Portugal. Enquanto a primeira entrou na disputa como favorita absoluta, a segunda poderia ser considerada um azarão até mesmo para uma possível chegada às oitavas de final. O time de Parreira, senhor de si e com a mais absoluta arrogância, desfilava seu favoritismo para os milhares de expectadores que enchiam os locais de treino para ver o dream team brasileiro. Centenas de reportes do mundo inteiro a cobrir, ao vivo, até mesmo uma seção de alongamento.

Do outro lado, treinamento e muito suor. Pragmatismo, humildade. Enquanto o treinador brasileiro se limitava a observar o “rachão” dos seus comandados, uma espécie de pelada sem compromisso, Luís Felipe Scolari ensaiava dezenas de vezes a mesma jogada, levando seus jogadores à exaustão.

O mais visível retrato da força de uma liderança, entretanto, era transmitido pelas imagens durante as partidas. Na participação de cada uma das seleções, já na fase das quartas de final, Felipão era a encarnação do espírito guerreiro. Esbravejando, gritando, reclamando com a arbitragem, motivando seus comandados a partir da lateral do campo, transmitia para a equipe a atitude de um time que busca seu objetivo. Atitude, é a palavra.

Em contrapartida, enquanto o Brasil via a França jogar, com Zidane passeando em campo, Parreira era uma figura impassível. Encarnava o que Bjorn Borg, o homem de gelo do tênis, imortalizou. Um monolito sem expressão. Era o retrato da falta de emoção, da falta de vibração... da ausência daquilo que mais caracteriza o brasileiro: a fibra e a raça. Diante disso, os jogadores dentro de campo mantinham a mesma arrogância e repetiam. Quando um subordinado olha para seu líder, busca nele o exemplo, a força, a orientação. Olhando para fora do campo, os jogadores apenas podiam ver a acomodação e a apatia diante de uma situação que se complicava cada vez mais na medida em que o jogo se dirigia para o seu final.

Coração, alma, raça, fibra... requisitos de liderança que calam alto quando se pretende atingir objetivos. Fatores que podem fazer a diferença entre uma equipe vencedora e um fiasco. Nas empresas e nas organizações em geral, precisamos cada vez mais de um Felipão. Adeus Parreira!