sexta-feira, dezembro 07, 2018

Solidarize!

Plataforma digital ArtKids chega com a proposta de desenvolver competências socioemocionais, como a solidariedade, de um jeito novo e divertido, unindo crianças, famílias e escolas. Assista


Faça contato e coloque sua escola no caminho da Solidariedade. SOLIDARIZE!

terça-feira, novembro 13, 2018

Cara de unicórnio,
cabeça de dinossauro.


Muitas empresas e escolas estão buscando se adaptar rapidamente ao novo ambiente 4.0. Entretanto, não basta apenas se encher de tecnologia. Nesse artigo que escrevi para a revista Linha Direta, procuro apresentar algumas facetas dessa revolução. Acompanhe.




terça-feira, setembro 04, 2018


O fim do diploma?
Por Marcelo Freitas

Muitos trabalhos futuros não exigirão um diploma de bacharelado.
Qual o impacto disso para o ensino superior?


O mundo do trabalho, a exemplo do que acontece em todas as dimensões da vida, está em rápido processo de mudança. As profissões, como as conhecemos, estão passando por um amplo processo de metamorfose. Algumas delas, inclusive, estão morrendo, outras em processo terminal. Enquanto isso, vão surgindo novas especialidades, fazendo desabrochar profissões até então inexistentes.

Nessa perspectiva, em vários segmentos, indivíduos estão sendo chamados a contribuir com suas competências para lidar com novas situações e responder a novos problemas. Em algumas dessas atividades, o diploma de ensino superior já não é mais uma necessidade, cedendo espaço para as certificações. Em decorrência, as faculdades precisam fazer mais para garantir que suas ofertas sejam solicitadas, tanto por estudantes, como por empregadores.

O título na primeira página da seção de negócios no “Boston Globe” de 9 de novembro de 2015, estampou: "O Estado enfrenta falta de mão de obra, o sistema de ensino para o emprego está caindo." Se em 2015 já era uma realidade, o que dizer dos dias atuais?

Imagine você: Como poderia haver uma escassez de mão de obra em Boston, uma área metropolitana conhecida por sua concentração de faculdades e universidades com uma forte tradição de fornecer uma força de trabalho treinada para as indústrias da região?

Estamos falando de uma área que abrigava, em 2009[1], mais de 80 faculdades privadas e universidades, que empregavam 68.600 pessoas e que atraiam mais de 360.000 estudantes de todo o mundo.

A resposta pode ser encontrada em um estudo mais recente, lançado pela Northeastern University. Segundo o documento, a maioria das ofertas de emprego na cidade de Massachusetts, prevista para os próximos sete anos, não exigirá um diploma de faculdade. E mais: o sistema de educação no estado não conseguirá treinar pessoas suficientes para preencher as vagas de emprego esperadas.

Massachusetts não é a única em suas necessidades de força de trabalho qualificada. Essa é também uma realidade que começa a fazer parte do nosso horizonte, aqui no Brasil. A globalização impacta os diversos segmentos de maneira planetária, o que leva a um alinhamento das tendências, em qualquer ponto do planeta.

A grande questão é que está cada vez mais difícil para as faculdades acompanhar a demanda por uma força de trabalho qualificada, o que tem levado muitas empresas a criarem suas universidades corporativas ou qualificarem seus empregados em cursos específicos, ofertados por instituições certificadoras. Essa é uma característica de determinados setores e certas áreas-chave. Nelas o treinamento, e o desenvolvimento de habilidades, são muito específicos, e muitas vezes não exigem, propriamente, um diploma de bacharelado.

Esse quadro, portanto, deixa claro: há uma mensagem significativa sendo entregue aqui. Tudo indica haver uma desconexão entre o ensino superior e a indústria, ou mercado de trabalho, quando se trata de identificar rapidamente as necessidades da economia e, a partir daí, determinar a melhor maneira de educar e formar um contingente de pessoas qualificadas. O desajuste entre a oferta e a demanda dos profissionais evoluiu nas últimas décadas, e isso pode levar à suspeita de que o ensino superior talvez não esteja "recebendo a mensagem".

O fato é que há uma lição de casa a ser feita por cada uma de nossas instituições educacionais, esteja ela em que nível for. É preciso reconhecer a responsabilidade do sistema educacional nesse contexto, pois não se trata somente de educar os alunos, mas também de oferecer-lhes as habilidades que proporcionam flexibilidade em sua carreira. Nem todos os estudantes vão procurar, ou exigir, um diploma de nível superior para ter sucesso. Alguns podem querer certificações e licenças além do crédito acadêmico, ou em vez de um diploma.

É importante para as escolas, portanto, ampliar o horizonte e expandir a oferta de alternativas educacionais de qualidade, sendo flexíveis, mas ao mesmo tempo pragmáticas, na definição da missão de educar para o futuro. Nessa perspectiva, é preciso interagir mais com o ecossistema político, econômico e empresarial, conversando regularmente com economistas, governos e gestores indústrias para analisar o futuro. E então, vamos bater um papo?


[1] Segundo dados do Bureau of Labor Statistics

segunda-feira, julho 16, 2018

Ambiente 4.0

Da obsolescência aos novos paradigmas 
Por Marcelo Freitas

Dois terços dos universitários formados lutam para conseguir um emprego. 
O que está acontecendo com a preparação desses jovens?

Durante muito tempo, o diploma universitário era tido como o sinal mais forte de prontidão para o trabalho. Gastava-se, como de resto ainda se faz hoje, muito tempo escolhendo uma carreira e uma escola onde se poderia melhor aprender os conhecimentos necessários para se dar bem na profissão escolhida. Por um determinado lapso de tempo é possível que essa estratégia tenha dado certo, porém, hoje em dia, o que se vê, de maneira geral, é um crescente contingente de jovens que, mesmo de posse do tão sonhado diploma, permanece à margem do mercado de trabalho.

Avaliando de perto a situação, poderíamos nos atrever a listar várias razões para tal. Da parte dos empregadores, por exemplo, o alto nível de exigência imposto pela concorrência cada vez mais acirrada, tem feito com que a graduação tenha se tornado obsoleta, antes mesmo do estudante terminar o seu curso. As mudanças na arena competitiva, assim como os avanços trazidos por tecnologias disruptivas contribuem para mudar o cenário rapidamente.

Reclamam também as empresas de que falta a esses jovens formandos as habilidades sociais necessárias para a ocupação dos postos de trabalho em aberto, como a capacidade para lidar com a resolução de problemas, a ausência de um pensamento crítico, a dificuldade de comunicação e trabalho em equipe.

Importante observar ainda que, embora o nível de obsolescência dos conteúdos seja extremamente elevado, muitas das dificuldades encontradas pelos jovens na sua vida adulta dizem respeito a comportamentos e atitudes, a habilidades que não estão diretamente ligadas aos referidos conteúdos, mas sim, à construção do capital social. “Saber Conviver” já era um dos pilares da educação enunciados por Jacques Delors nos quatro pilares da educação para o século 21. E tal tem se mostrado uma realidade.

Como resultado, os jovens adultos de hoje já não têm um plano de carreira tão claro e simples como as gerações anteriores. Muitos acabam à deriva durante sua terceira década de vida, fruto da crescente dificuldade em conseguir espaço no mercado de trabalho, como demonstram as estatísticas de emprego.

Querendo, ou não, toda essa problemática recai sobre a escola e seu papel na formação dos alunos. Do ponto de vista econômico e familiar, como podem os alunos, e seus pais, se sentirem seguros de que haverá retorno sobre um dos maiores investimentos que estão prestes a fazer, o da educação de seus filhos?

Sou levado a pensar que tal situação tem como raiz duas grandes premissas: o foco no conteúdo e a expectativa de que todos os alunos tenham um rendimento comum nos diversos campos do conhecimento.

Em relação ao primeiro, enfatizar o repasse de conteúdos numa sociedade onde a informação está na palma da mão é, no mínimo, obtuso. Nesse ambiente de acesso fácil a qualquer tipo de conteúdo, são as habilidades e atitudes em relação às informações que determinam o aproveitamento do aprendizado. Somado a isso, a integração traz consigo o conceito de aprendizagem colaborativa e cocriação, pressupondo, portanto, ênfase nas habilidades sociais, de comunicação e relacionamento.

O segundo equívoco no processo educacional, consiste em utilizar um modelo que aposta na premissa de que todos os alunos tenham o mesmo nível de aproveitamento nos diversos campos do conhecimento. Tal situação faz com que se crie um exército de alunos medianos e se deixe de explorar as suas reais capacidades e habilidades em campos específicos, onde suas aptidões lhes dariam vantagens competitivas em termos de capital humano. As pessoas não são iguais e é assim que a escola deveria lidar com elas. Cada um no seu quadrado, como diz o dito popular. Plataformas adaptativas estão ajudando e melhorar o desempenho médio dos alunos, porém, ainda se fixam na mesma premissa.


Embora a tecnologia já esteja apta a proporcionar ferramentas de aprendizagem personalizada, os sistemas educacionais, com suas avaliações em massa e o grande funil dos vestibulares e seus conteúdos intermináveis, acaba por reforçar junto às escolas as premissas anteriores, forçando-as a desenvolver alunos medianos. Se trabalhassem para fortalecer as aptidões inatas, as chances de desenvolvimento de profissionais de patamar elevado seriam significativamente maiores.

Em um sistema mais flexível, os alunos perceberiam que o bacharelado não é a única porta de entrada para atividades especialistas que o mercado demanda. Uma gama crescente de postos de trabalho esta disponível para além dos diplomas e tende a crescer. É o caso dos certificados de trabalho e das certificações que organismos profissionais, ou a própria indústria, podem emitir. Algumas dessas certificações, aliás, são a porta de entrada para uma proporção significativa dos empregos que não serão facilmente automatizados por robôs.

Uma melhor divisão nas competências que deveriam ser adquiridas ao longo dos diversos níveis de ensino, também poderia somar muito no retorno do investimento em educação. Nas etapas básicas, por exemplo, a ênfase poderia ser dada na aquisição de habilidades e atitudes, posto que é o momento ideal de construção da pessoa, do elemento humano. Trata-se de desenvolver habilidades como o trabalho em equipe, a convivência com as diferenças e os conflitos.


Metodologias de solução de problemas, de design thinking e de construção de projetos, assim como competências como o raciocínio lógico, a capacidade de análise e síntese, liderança e as diversas formas de expressão deveriam ocupar o espaço hoje tomado por conteúdos que, diga-se de passagem, os alunos jamais usarão na sua vida prática.

Nos níveis superiores, os conteúdos mais técnicos e pertinentes às atividades profissionais e à carreira deveriam, aí sim, ocupar mais espaço nas matrizes curriculares. Uma vez que os alunos de ensino superior já escolheram suas carreiras com base em suas aptidões, seu desenvolvimento nos cursos deveria ser estimulado pela descoberta de novas experiências, aprofundamento em pesquisas, estudos no exterior e estágios diversos. Tais ações não só os fortalecerá em termos de habilidades interpessoais demandadas pelo mercado de trabalho, como de resto lhes proporcionará um aprofundamento em teoria e prática dos conhecimentos adquiridos.

Em síntese, as mudanças estão acontecendo em todos os segmentos da sociedade e de maneira acelerada como jamais visto. É chegado o momento de também deixar que aconteçam na Educação. Para tanto, é preciso repensar o seu modus operandi, seu modelo de negócios e, principalmente, reconhecer que os resultados alcançados pelo sistema atual não vêm respondendo à altura quando confrontados às expectativas dos diversos públicos a que serve. Está posto, portanto, um dos maiores desafios desse momento, qual seja o de realizar um verdadeiro mergulho em profundidade na estrutura do sistema educacional, nas suas práticas e seu modelo de sustentabilidade.

segunda-feira, junho 04, 2018

Edtechs e as escolas

Uma startup chamada escola 
Por Marcelo Freitas

O universo das startups está revolucionando os mercados. 
Não seria o momento de dar à escola um novo modelo de negócios? 


Você sabe o que é uma inovação disruptiva? Inovações disruptivas são fruto de novas cabeças, nascem de oportunidades apresentadas pelo mercado e provocam mudanças bruscas nos segmentos de negócios onde surgem. Isso porque a aposta na inovação disruptiva significa criar tecnologias, produtos e serviços mais acessíveis, em novos modelos de negócios, que rompem com o status quo existente.

Nas últimas décadas, a tecnologia alterou a natureza dos mercados de forma inesperada e, muitas vezes, radical, o que provocou o surgimento de inúmeras oportunidades. Nessa nova arena, o “adequado” já não é mais suficiente. Ser “grande” não é mais sinônimo de ser imbatível e os ciclos de vida dos produtos passaram de anos, para meses.

Ao mesmo tempo, a tecnologia tornou possível atender diferentes públicos de maneira simultânea e singular, na medida em que os bits foram tomando o lugar dos meios físicos, em escala crescente. E nesse caso, qual o impacto sobre as escolas tradicionais e seus modelos de negócios?

Já faz tempo venho repetindo, quase como um mantra, que a Educação, enquanto “indústria”, corre sério risco de se ver engolida por empresas dos segmentos de tecnologia e de entretenimento. Pois o que parecia ser apenas fruto de uma leitura estratégica, na medida em que o tempo passa, vai caminhando para se tornar uma realidade.

Com novos programas profissionais, gigantes da tecnologia como Amazon, Google, Microsoft, entre outros, estão aumentando sua presença no segmento educacional. Ela acontece na oferta de aplicativos, ferramentas e serviços, mas também está presente na forma de uma crescente participação em plataformas de Ensino à Distância, como edX e Coursera, com a oferta de mais cursos direcionados a pessoas que buscam qualificação em ferramentas tecnológica, ou assuntos os mais diversos.

Com esse movimento buscam também ampliar a oferta de profissionais qualificados para abastecer o segmento de tecnologia, qualificando desenvolvedores para utilizarem seus próprios sistemas. Dessa maneira, estão se dedicando a oferecer aos estudantes a oportunidade de desenvolver novas habilidades profissionais em áreas críticas como a computação em nuvem. Ao mesmo tempo, ampliam sua influência no segmento educacional, ditando quais conteúdos devem ser desenvolvidos e, mais que isso, ganhando espaço no mercado de Ensino.

Internamente, também, as gigantes já estão revendo suas estruturas para melhor se qualificarem. A Amazon, por exemplo, contratou uma especialista da Escola de Graduados em Educação, de Stanford, para ser a nova Diretora de Ciência e Engenharia de Aprendizagem. Ela se encarregará de capacitar a enorme força de trabalho da Amazon, mas também levará para o segmento de tecnologia a expertise nos processos de ensino e aprendizagem. Esse movimento estratégico vai tornando a Amazon, aos poucos, sua própria universidade. 

Outro exemplo: o novo Microsoft Professional Program in IT Support, oferece um plano de estudos composto de 13 cursos e 1 projeto aplicativo final, através da plataforma edX. Mais espaço comercial, participação de mercado e competência educacional.

Nesse processo, as empresas de tecnologia vão se apropriando da expertise das instituições educacionais para, em seguida, oferecer novos e inovadores formatos de cursos, produtos ou serviços. Um exemplo dessa estratégia de apropriação de competências foi apresentado pela gigante russa Yandex, que anunciou recentemente a associação com a Universidade de Tel Aviv, com vistas ao lançamento de um programa curricular de TI.

Tal situação traz consigo um fato novo: as certificações vão ganhando espaço no mundo do trabalho e, aos poucos, tomando o lugar dos diplomas. Uma silenciosa mudança disruptiva, que vai tirando do segmento educacional a primazia dos processos de ensino-aprendizagem, assim como retira das escolas a referência como templo do conhecimento.

Todo esse movimento chama também a atenção de outros agentes, que se movimentam na mesma direção. É o caso de grandes investidores, que buscam ampliar suas participações em startups, em especial aquelas que lidam com inteligência artificial, cuja utilização é tida por muitos como sendo responsável pela próxima grande revolução no campo da Educação. Andrew Ng, considerado o guru da Inteligência Artificial – IA, anunciou a criação de um fundo, com aporte inicial de 175 milhões de dólares, para apoiar startups focadas em IA. O primeiro passo foi criar uma incubadora de startups dedicadas a construir empresas transformadoras e melhorar a vida das pessoas.

Andrew Ng foi professor de Ciências da Computação na Universidade de Stanford e cofundador da plataforma Coursera. Segundo ele,

“Faz aproximadamente 100 anos que a eletricidade transformou 
todas as indústrias importantes. A Inteligência Artificial já avançou ao 
ponto em que detém o mesmo poder”. 
Andrew Ng, na conferência AI Frontiers.

Considerando todo esse movimento estratégico, não seria o momento das Instituições Educacionais repensarem seus modelos de negócios, seus serviços e produtos, e começarem a se movimentar, criando barreiras de entrada? Movimentos disruptivos são silenciosos, começam pelos flancos até que tenham construído uma sólida posição de ataque. Uber, AirBnb e outras estão aí para comprovar. Por que não antecipar e transformar a escola numa “grande startup”?


quinta-feira, março 29, 2018

Custo da Educação

O Custo da Educação no Brasil

Assista nosso debate no Programa Brasil das Gerais, de 15/mar, quando falamos sobre o custo da educação no Brasil. Números estarrecedores.


quarta-feira, março 14, 2018

Educação e inovação

Os novos rumos da Educação


Oi pessoal. Tive o prazer de conversar com a jornalista Déborah Rajão, da Rádio Inconfidência de Belo Horizonte e falamos um pouco sobre os rumos da Educação diante da Revolução Tecnológica. Acompanhe aí o nosso papo.


sexta-feira, março 09, 2018

Gestor profissional

Profissionalização: o dilema na escolha do gestor


A proliferação do uso de tecnologias de gestão mais arrojadas nas escolas tem sido um fator determinante para a contratação de profissionais gabaritados para assumir a direção das escolas.

Não se pode creditar somente ao acirramento da concorrência o avanço do processo de profissionalização nas instituições educacionais. A sociedade como um todo se transformou. Está mais exigente. Os padrões de qualidade se elevaram em virtude da ampliação e globalização dos mercados. E o consumidor, por conseguinte, está mais criterioso... mais comparativo... mais atento aos diferenciais de qualidade.

Assim sendo, o mercado das empresas de recursos humanos foi atraído para um novo segmento: o da Educação.

Do ponto de vista dos profissionais de Administração, certamente a abertura desse novo nicho é recebida com aplausos. Para as escolas, entretanto, caracteriza-se como uma encruzilhada: capacitar os antigos profissionais das carreiras educacionais ou captar executivos no mercado? São ambas alternativas viáveis... porém sempre com seus prós e contras.

Capacitar antigos colaboradores é importante. Entretanto, forma-los para uma carreira de direção implica tempo e custos elevados e nenhuma garantia de que, uma vez formados, o concorrente não possa expatriá-los para suas fronteiras.

Recrutar novos profissionais com perfil executivo, por sua vez, significa trazer novas experiências, métodos e tecnologias, várias delas ainda estranhas ao ambiente escolar. Implica, também, disputar esses profissionais com empresas de outros segmentos, muitas vezes em desvantagem. Maior poder de remuneração, oferta de uma boa carteira de benefícios e programas de capacitação mais arrojados são fatores que tornam as empresas de outros segmentos mais atraentes aos olhos dos executivos profissionais.

O fato é que a maioria das instituições educacionais ainda se sente desconfortável no momento de tomar uma decisão a respeito do assunto. Nesse sentido, um bom começo é avaliar o seu Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI, ou o Planejamento Estratégico. Através deles, pode-se perceber como a escola pretende caminhar e, como conseqüência, qual o perfil dos profissionais que demandará para viabilizar o seu planejamento.

Considerando o tempo necessário para o atingimento dos objetivos propostos e os recursos projetados, pode-se decidir entre formar internamente seus futuros dirigentes ou busca-los no mercado.

Para tanto, importante, antes de mais nada, ter em mãos o perfil deste profissional. Descrever quais habilidades e competências dele serão exigidas. Eis algumas delas:


  • Ter uma visão abrangente da instituição;
  • Encarnar os valores essenciais da vida acadêmica, perante os diversos públicos de relacionamento da escola;
  • Ser capaz de traduzir para o conjunto social os princípios éticos da instituição;
  • Ter capacidade de articulação entre as questões e necessidades do presente e uma visão de futuro;
  • Com base no que apreendeu da coletividade onde trabalha, ter em mente uma proposta estratégica e não apenas a rotina do seu cargo.
  • Trabalhar com foco em resultados.


Não se pode esquecer que, seja qual for o caminho, o gestor educacional será o ponto de referência para toda a comunidade educativa. A face mais visível da escola sempre será o seu dirigente.

Ressalte-se, finalmente, que tão importante quanto a captação deste profissional é a sua retenção. Instituições prestadoras de serviços educacionais são empresas de longos ciclos de negócios. Daí a importância de um ambiente de tranqüilidade que possibilite ao dirigente apresentar resultados. Um período mínimo de continuidade do gestor no cargo é, portanto, um fator importante. Caprichar no processo seletivo deste profissional, estabelecer uma boa carteira de benefícios e uma clara política de remuneração atrelada a resultados pode significar a diferença entre crescer ou implodir. Façam suas escolhas.


(Artigo de minha autoria publicado pela Revista Gestão Educacional, em abril/2017).

quinta-feira, fevereiro 15, 2018

2030

Tá preparado? 2030 já está em curso. 

Por Marcelo Freitas



Imagine que você é contratado para criar um veículo. Ele, entretanto, deverá circular pelas ruas da sua cidade, não no próximo ano, mas em 2030. Embora vá começar a esboçar o projeto de imediato, seria sensato imaginar que você, sendo um bom projetista, se debruçaria sobre a análise do ambiente onde este veículo seria introduzido, não é mesmo?

  • Qual contexto o envolveria? 
  • Como seriam as vias de tráfego nesse ano, localizado no futuro? 
  • Quais os materiais estariam disponíveis? 
  • Que tipo de combustível? 
  • Qual a tecnologia de produção a ser utilizada? 
  • E que tipo de pessoas usaria esse veículo? 
  • Qual seria o perfil dos profissionais que sua equipe necessitaria para tocar a fábrica?


Agora imagine uma organização em que a matéria-prima dos seus serviços leva algo em torno de 20 anos para ser transformada em resultado final. Não seria igualmente sensato avaliar o contexto e o ambiente no qual seria integrada, quando o processo fosse terminado?

Estou falando da empresa "Você S/A". Para que se torne um profissional, esse foi o tempo dispendido na sua preparação. São aproximados 20 anos de trabalho e construção. E que não pode parar.

Usando a mesma analogia do veículo, é importante que você observe o futuro para, desta maneira, direcionar sua preparação profissional para encarar os desafios que ele vai te apresentar. Vamos à reflexão:

  • Que conhecimentos você vai precisar? 
  • Quais as competências lhe serão exigidas no seu ambiente de trabalho, um local que certamente será dominado por automação sem precedentes? 
  • Quais aptidões deverão ser fomentadas no seu desenvolvimento, para se caracterizarem como diferenciais competitivos em um mundo inundado de inteligência artificial? 


Um estudo

Pensando nessas questões, três grandes instituições se juntaram para produzir o relatório “The Future of Skills: Employment in 2030”  (O futuro das habilidades: Emprego em 2030). Esta publicação, organizada pela Pearson, uma das organizações líderes mundiais em educação, em parceria estratégica com a Nesta, fundação dedicada à inovação, e a Escuela Oxford Martin, o centro de investigação em problemas globais da Universidade de Oxford, no Reino Unido, aprofunda a discussão sobre a automação e propõe um caminho para lidar com a situação.

Trata-se de indicar as habilidades, competências e conhecimentos que os profissionais de distintas áreas necessitarão para permanecer relevantes em um futuro não muito distante. Importante salientar que o estudo não considerou apenas a automação, mas também outros fatores como a globalização; as mudanças demográficas; a sustentabilidade ecológica; a crescente urbanização e disparidade econômica e as incertezas políticas.

A informação relevante é que as competências socioemocionais estão em alta, até por serem elas mais duradouras e pertinentes num ambiente em constante mudança. Por outro lado, os diplomas e licenciaturas deixarão de ser o principal requisito de empregabilidade, na medida em que os profissionais se adaptarão a trabalhar em um ambiente tecnológico em constante evolução.

Para finalizar, aí vão as principais habilidades e competências apontadas pelo estudo:

Ranking Reino Unido

1 Fluidez de Ideias
2 Critério e Tomada de Decisões
3 Originalidade
4 Aprendizagem ativa
5 Avaliação de Sistemas
6 Estratégias de Aprendizagem
7 Resolução de problemas complexos
8 Pensamento Crítico
9 Análise de Sistemas
10 Raciocínio Lógico e dedutivo

Esta na hora, portanto, de focar no futuro e se preparar para os novos desafios. E se for preciso uma ajudinha, conte conosco!

quinta-feira, janeiro 25, 2018

Gamefication

O “faz de conta” digital 


Antes de colocar os pés em um avião militar, os pilotos são exaustivamente treinados para conhecer cada minúcia daquele equipamento. São jornadas exaustivas, estudando e conhecendo o seu funcionamento, a função de cada peça e dos seus instrumentos de controle.

Mas isso não basta. É igualmente importante entender a reação do equipamento, e do piloto, em situação de voo, sob os mais diversos tipos de ambiente. Para tal, é preciso desenvolver habilidades e competências próprias, como raciocínio rápido, tomadas de decisão em situações de emergência ou sob fogo cruzado. Habilidades desse tipo não se aprendem lendo manuais. É preciso colocar a mão na massa. Mas como fazer isso sem colocar em risco a vida do piloto e um equipamento de milhões de dólares?

A resposta é através do “faz de conta”. Sem tirar as rodas do chão, réplicas das cabines e painéis de controle são utilizados com eficiência nos treinamentos. Abastecidos com sistemas inteligentes que reproduzem situações da realidade, os simuladores são altamente eficazes na tarefa de avaliar situações problemas, as tomadas de decisão e as consequências decorrentes. Com uma grande vantagem: não há mortes nem perdas reais.

Uma outra virtude do uso de simuladores, é que as decisões tomadas em cada exercício, e suas consequências, podem ser depois avaliadas, revistas e compartilhadas. O uso desse tipo de prática em segmentos como o militar, tem demonstrado alto grau de eficiência no processo de aprendizagem e aquisição de competências por parte dos treinandos.

Tomando esse exemplo como referência, podemos inferir que metodologias semelhantes poderiam, e deveriam, ser utilizadas com mais intensidade nas escolas. Embora no Ensino superior essa prática já venha acontecendo em áreas como a saúde e as engenharias, ela ainda não é uma prática muito comum nas escolas de Educação Básica.

Nesse caso específico, ao contrário do que se pode imaginar, não é necessário um alto investimento para tornar o uso de simuladores uma prática corriqueira. Isso porque o mercado de games dessa natureza já está bastante recheado de alternativas. Elas vão dos jogos de estratégia, àqueles que desenvolvem habilidades de gestão, passando por um espectro de possibilidades bastante sortido. Neles o participante pode assumir o papel de um presidente da república, que precisa lidar com a diplomacia internacional, ou um executivo, que negocia contratos com fornecedores de outros países, ou ainda um general, que conduz seu exército para batalhas que envolvem ganhos de territórios. Também pode ser o piloto de um avião em plena segunda guerra mundial, ou um agente de polícia, que tem que desbaratar um cartel de traficantes.

A grande vantagem é que esses games estão disponíveis em qualquer loja física ou plataforma digital, pagos ou gratuitos. E mais: em alguns deles se pode jogar em equipe e online, em tempo real.
Até mesmo a aplicação de estudos de casos, método de aprendizagem já bem difundido entre os professores, podem ser amplamente enriquecidos com a utilização de games e simuladores. Além de possibilitar avaliações de causa e efeito, o uso de games torna o aprendizado leve e atraente para os alunos, mesmo em situações complexas da realidade.

Além do desenvolvimento de habilidades socioemocionais, os simuladores também permitem maior interação dos estudantes com a situação problema, a troca constante de opiniões entre eles e, a partir daí, a construção colaborativa do conhecimento.

Some-se a todas essas vantagens o fato de que a utilização de simuladores permite aos alunos ter o resultado imediato de uma avaliação sobre sua aprendizagem, porém, não como uma nota ou avaliação numérica, mas com distintivos e condecorações decorrentes da utilização de princípios de gameficação. Esse tipo de avaliação permite que os professores estabeleçam distintivos digitais de acordo com os resultados e consequências das decisões tomadas nos casos.

Bom pra todo mundo. Que tal, então, transformar a escola num lugar onde o “faz de conta” é uma ferramenta eficaz para o desenvolvimento de competências? Se precisar de uma mãozinha, conte conosco . Basta entrar em contato e conversamos.

(Artigo publicado na revista Linha Direta de outubro/2017)