Educação na arena competitiva
Seja
globalização, internacionalização ou somente fusões e aquisições, o fato é que
o segmento educacional está em pleno movimento de consolidação. O mesmo já foi
visto em relação aos bancos. A exemplo do que aconteceu no setor financeiro, a
tendência é que também as grandes redes de educação continuem a buscar músculos,
numa escala sem precedentes. Segundo estudos mais recentes, escolas com menos
de 400 alunos tendem a desaparecer. Darão lugar a redes maiores ou se engajarão
em sistemas de cooperativas, franquias, parcerias e outros...
Com
o mercado educacional se abrindo a cada dia, o surgimento de novos
protagonistas na arena competitiva alterou, e tende a alterar ainda mais, o
cenário e as práticas de gestão do segmento. A entrada de competidores, como as
consultorias, o Ensino a Distância – EAD, as universidades corporativas, as
escolas-empresa internacionais e investidores de risco, apoiados por outras
variáveis como a expansão das telecomunicações, o avanço da indústria do
entretenimento e da tecnologia da informação, colocam em xeque as práticas
pedagógicas e o modelo de gestão vigente.
Esse
movimento abre espaço para a inovação, a criatividade e a profissionalização.
Adaptar modelos estruturais utilizados em outros segmentos, pode, nesse
aspecto, ser um passo no sentido da agilidade e da queima de etapas. Um
conceito interessante a ser adotado, por exemplo, pode ser o do Shopping
Cultural, desenvolvido por uma empresa mineira de consultoria em gestão
educacional. Nele, o relacionamento da instituição educacional com a comunidade
e a transformação de áreas tradicionais como laboratório de informática e
cantina em cybercafé e praça de alimentação, respectivamente, são apontados
como boas oportunidades de inovação. A questão básica, entretanto, é que deve
haver, numa escalada crescente, a instituição de novos paradigmas, apoiados em
ferramentas profissionais de gestão.
Por
outro lado a oferta de novos produtos e a melhoria na prestação de serviços auxiliares
que facilitem a vida dos clientes é um fator significativo na luta pela
diferenciação. Haja vista o crescimento dos MOOC’s (Massive open online
courses).
Um
arsenal de técnicas e ferramentas de Marketing e Recursos Humanos terá que ser
mobilizado, portanto, para ajudar os gestores a construir uma estratégia vencedora.
Processos seletivos tecnicamente competentes; programas de capacitação
sistematizados e remuneração baseada em competências e resultados são algumas
armas desse instrumental. Ousadia gerencial: esse o novo nome do jogo.
A
camisa-de-força do tradicionalismo que envolve as lideranças do segmento
precisa ser deixada de lado. Para isso existem recursos que podem auxiliá-las
nessa transição. Consultorias especializadas e mentores profissionais podem
contribuir significativamente no processo. Resta, entretanto, a vontade para
dar o primeiro passo... e nesse particular é bom dá-lo logo pois os novos
concorrentes já iniciaram essa caminhada.