terça-feira, novembro 27, 2007

Diferenças

Diferente?



Cotas raciais nas faculdades, Estatuto da Igualdade Racial e coisas do tipo não seriam as piores formas de discriminação social??

Sustentabilidade


A agenda da sustentabilidade

Por Marcelo Freitas


Em tempos de aquecimento global e crescente conscientização sobre as questões que afetam diretamente a vida no planeta, um movimento vem ganhando força no segmento empresarial. Trata-se de um tema ligado às práticas de responsabilidade social corporativa que mais diretamente sensibilizam os gestores: a sustentabilidade dos negócios.

O conceito de sustentabilidade, diferente do enfoque puramente econômico que se possa dar a ele, reflete uma expectativa de alcance muito maior. Trata-se de perseguir metas empresariais de forma compatível com o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais.

Engana-se, porém, quem acredite ser essas metas diferentes de tudo aquilo que os gestores sempre perseguiram. Nada disso. A grande questão não está no “QUE” fazer mas no “COMO” chegar lá! Daí que, não por acaso, as empresas organizaram uma agenda sobre o assunto, e nela elegeram os sete principais itens da sustentabilidade a ser trabalhados. São eles:

1. Economizar Custos, reduzindo impactos ambientais e tratando bem os empregados;
2. Aumentar a receita, promovendo melhorias ambientais e beneficiando a economia local;
3. Reduzir riscos, por meio do engajamento dos públicos interessados;
4. Melhorar a reputação, incrementando a eficiência ambiental;
5. Desenvolver o capital humano, com uma gestão de recursos humanos mais eficiente;
6. Facilitar o acesso ao capital, com uma melhor governança;
7. Criar outras oportunidades, promovendo o desenvolvimento da comunidade e lançando produtos que não prejudiquem o meio ambiente.

Como se pode ver, nenhuma novidade em relação às metas a ser atingidas, mas sim no caminho a ser percorrido para tal. Assim como tocam às empresas, os itens falam de perto aos gestores educacionais. Nesse particular, entretanto, o compromisso das escolas, considerando a preservação de um patrimônio de valores e cultura às futuras gerações, alcança níveis de responsabilidade ainda mais altos.

A adoção de políticas e processos que traduzam a intenção em ação, nas escolas, é de uma urgência a toda prova, posto que a grande maioria delas ainda não se propôs a transferir os conceitos de cidadania, das salas de aula, para a esfera operacional da própria instituição.

Equivoca-se o gestor ao pensar que tal fato não é percebido pela comunidade educativa. Aos poucos ela passará a cobrar mais coerência entre o discurso e a prática. Como ensinar os alunos a preservar as florestas quando a escola consome uma montanha de papel não reciclado? Como convencê-los a tratar a diversidade como algo natural, quando discrimina o ingresso de portadores de deficiência nos seu quadro de colaboradores? Como orientá-los, ainda, sobre o aproveitamento do lixo, quando a escola utiliza copos plásticos e não possui uma política de coleta seletiva para os dejetos?

As escolas serão, cada vez mais, cobradas pelo exemplo. É bom que comecem a praticar uma gestão mais profissional e coerente com os princípios da sustentabilidade respaldem o aprendizado do aluno no convívio com esses fundamentos de cidadania. A hora é boa e o momento é de sensibilidade. Cabe aos gestores educacionais se empenharem na adoção de políticas e processos gerenciais que reflitam nitidamente a opção da escola por uma nova práxis.
Um estilo novo de desenvolvimento organizacional que não irá privar a próxima geração de receber um planeta sadio. Pelo contrário, irá contribuir para nela arraigar os conceitos de cidadania que os seus professores tanto têm se empenhado em plantar dentro das salas de aula. Senhores gestores a semente, agora, está com vocês!