quarta-feira, dezembro 10, 2008

Competências

Onde estão as competências?


Hoje em dia o grande debate caminha na direção da necessidade de adquirir competências para lidar com um mundo em constante e rápida mudança. A integração em nível global, gerada pelo encurtamento das distâncias, os avanços tecnológicos e a comunicação de massa traz consigo uma série de premissas que podem determinar o sucesso ou o fracasso pessoal.

Nessa nova ordem, alinhar-se a essas premissas passa a ser fundamental. Nas empresas e nas escolas, a formação volta-se para elas. Importante, então, "ouvir" o recado de um dos mais conceituados especialistas em práticas pedagógicas e instituições de ensino: o sociólogo suíço Philippe Perrenoud, doutor em Sociologia e Antropologia, professor da Universidade de Genebra.

"A descrição de competências deve partir da análise de situações, da ação, e disso derivar conhecimentos. Os países que querem ir rápido demais se lançam na elaboração de programas sem dedicar tempo à observação das práticas sociais, sem identificar situações com as quais as pessoas são e serão verdadeiramente confrontadas. O que sabemos das competências que precisam um desempregado, um imigrante, um portador de deficiência, uma mãe solteira, um jovem da periferia? Se o sistema educativo não perder tempo reconstruindo a transposição didática (a transformação de um conhecimento científico em conhecimento escolar), não questionará as finalidades da escola e se contentará em verter antigos conteúdos dentro de um novo recipiente. Sob a capa de competências, dá-se ênfase a capacidades sem contexto. Resultado: conserva-se o essencial dos saberes necessários aos estudos longos e os lobbies disciplinares ficam satisfeitos." (Leia o conteúdo completo da entrevista em: http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0135/aberto/mt_247407.shtml)

Com a palavra, os educadores...

segunda-feira, dezembro 01, 2008

Violência na escola

Um novo olhar sobre a violência nas escolas


Muito se tem alardeado sobre a questão da violência nas escolas. Acontece, porém, que na grande maioria das vezes as informações que inundam a mídia apenas abordam uma visão unilateral do problema. Não raras vezes são fruto de pesquisas e abordagens um tanto passionais, uma vez que provenientes de fontes duvidosas, como os sindicatos de professores ou de trabalhadores na educação. Na Edição 2089, ano 41 - nº 48 da Revista Veja, Gustavo Ioshpe aborda muito bem o outro lado da questão, num olhar menos contaminado, deixando à mostra que a situação não é bem essa. Segundo a matéria, "Informativo do INEP a respeito mostrou que 4,2% dos professores tinham visto alunos com armas brancas e 2,9% com armas de fogo na escola; 5,4% deles foram ameaçados por um aluno e 0,7% agredidos fisicamente por um aluno."

Apesar de intolerável, o bicho não é tão feio assim. Não estamos diante da epidemia sobre a qual gostam de alardear os sindicatos.

Por pura coincidência, o jornal O Estado de São Paulo, na edição "virtual" de 01/12/2008 apresenta a seguinte matéria:


"ONG: 1 milhão de crianças sofrem violência nas escolas
Seg, 01 Dez, 09h40

Todos os dias, um milhão de crianças sofrem algum tipo de violência nas escolas, em todo o mundo. O levantamento, feito pela organização não-governamental Plan com base em estudos em 66 países, entre os quais o Brasil, motivou a entidade a lançar a campanha Aprender Sem Medo. A intenção é erradicar das escolas violência sexual, castigos físicos e bullying - agressões entre alunos. No País, a ONG vai trabalhar em escolas do Maranhão e Pernambuco.

'Tudo o que acontece na escola é parte da educação de uma criança. E o abuso sexual, os castigos acabam se tornando parte do aprendizado dos nossos alunos. Não podemos deixar que sejam educados para a violência', defendeu Bell'Aube Houinato, da Plan International. Ela esteve no Brasil para participar do 3º Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes - falou sobre o abuso sexual de estudantes em troca de boas notas e comércio sexual infantil para a compra de material escolar e pagamento de mensalidades na África.

O relatório internacional da campanha Aprender sem Medo cita pesquisa com adolescentes equatorianas vítimas de violência sexual: 36,9% apontavam ter sido agredidas por um professor. O Centro de Proteção Infantil e da Família, na Tailândia, informou que a cada semana um professor é acusado de abusar de estudantes."


Diante dessa outra face, não seria igualmente importante aprofundar essas informações?

Com a palavra os dirigentes sindicais da educação...