Crise,
Mudanças e Oportunidades.
“Fazer
acontecer, implica maximizar o resultado que se pode obter utilizando recursos
disponíveis”.
Júlio Ribeiro |
Não é errado dizer que as crises são benéficas. Geralmente
as vemos como um transtorno, algo a ser evitado. Mas não é bem assim... É nas
crises que surgem os “novos problemas”. E isso nos lança em um ambiente de
seleção natural, que por sua vez nos empurra em busca da melhoria da
competitividade e nos motiva, ou força, a inovar. Em suma, um problema é a matéria-prima da criatividade.
Ao nos defrontarmos com ambientes de crise, e seus novos
problemas, enfrentamos o desafio de fazer acontecer em um novo ambiente. A
crise nos coloca diante de uma nova realidade. E essa nova realidade, à qual
nos vemos envolvidos neste momento, é marcada por algumas características no
ambiente de negócios:
- Explosão da oferta, ainda que seja perecível;
- Tecnologia digital substituindo funções, tarefas, cargos e valores;
- Mercados hiperfragmentados;
- Dificuldade de se criar uma identidade da marca, em virtude da saturação da propaganda e do volume de nichos específicos.
Esses fatores, combinados, criam novas demandas e exigem,
portanto, mudanças constantes, adaptações ágeis e novas propostas de valor ao
mercado consumidor. Em relação à TI não é diferente. Daí a pergunta: Seria
possível salvar as vendas com as tradicionais estratégias de segmentação e
posicionamento? Em muitos casos isso implica lançar modelos diferentes, cores
variadas, uma propaganda criativa e novas formas de utilização do produto.
Essas alternativas, entretanto, podem não ser suficientes. A resposta pode
estar ligada, diretamente, ao conceito de “lateralidade”, e não à segmentação
ou reposicionamento proporcionado pelos movimentos de reação tradicionalmente
utilizados em situações semelhantes.
Os problemas causados pelas crises são, de fato,
oportunidades disfarçadas que exigem estratégias diferenciadas capazes de
manter a empresa na arena competitiva. Surgem novos nichos, segmentos e
clientes tradicionais ávidos por soluções para os “novos problemas” trazidos
pelas crises. Para atender a essa demanda, as empresas vão à busca de encontrar
alternativas inovadoras desenvolvendo novos produtos e serviços, explorando a
criatividade e inovação. Em outras palavras, a “evolução” está ligada à “inovação”
e esta, em última análise, à “sobrevivência”.
Para as empresas, o ponto de partida é avaliar o produto que
oferece ao mercado e, a partir dele, explorar as alternativas de como agregar
valor a ele, de maneira que possa ser solução para os “novos problemas”.
Segmentar um mercado pode restringir sua ação a um
determinado nicho e, com isso, descartar públicos e/ou situações potenciais.
Por outro lado, um novo posicionamento pode ser uma alternativa, seja evidenciando
características já existentes ou acentuando a personalidade da marca, visando
assim torná-la mais visível em relação às concorrentes. Entretanto, esse
processo também não leva à expansão em direção a novos mercados. No campo das
inovações, a priori, o produto básico não muda. É aí que surge a alternativa de
trabalhar com o conceito de “lateralidade”.
Na perspectiva das inovações laterais a ideia não é
substituir as inovações verticais, mas ir além dos processos lógicos e
sequenciais em que elas se baseiam. Trata-se de uma alternativa concreta contra
a homogeneidade de produtos e serviços oferecidos pelo mercado, fazendo com que
haja um descolamento da hiperconcorrência.
Em resumo, o pensamento lateral agrega ao marketing
vertical: necessidades, usos, situações ou públicos-alvo. Um bom exemplo de
utilização desse tipo de estratégia, que pode ser aplicado em momentos crise,
na perspectiva de TI, é representado pela equação:
Banco + Internet +
Celular = Bankline.
Ou ainda:
Compra + comodidade +
internet = e-commerce
Essas, assim como inúmeras outras inovações que levaram à
evolução das empresas e mercados, são fruto de novas demandas originadas por
crises e mudanças de ambiente. A grande notícia é que todas as áreas apresentam
oportunidades para se desenvolverem nesses momentos, pois sempre existirão
pessoas capazes de criar alternativas sólidas e sustentáveis de geração valor.
Crise? Que nada. Seja bem-vindo a um novo ambiente de
oportunidades!
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