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sexta-feira, dezembro 27, 2024

ESG na Economia

ECONOMIA ECOLÓGICA: UM MODELO ESG PARA AS NAÇÕES?

A natureza como limite da Economia.

Quando muito se fala em ESG, torna-se premente o aprofundamento na leitura do contexto. Nesse sentido, estou terminando uma das leituras que considero relevantes nessa perspectiva. Trata-se de "A Natureza como Limite da Economia", de Andrei Cechin.


Em tempos de sustentabilidade, a contribuição dos economistas é um ingrediente significativo. Ela amplia a discussão, considerando o papel das nações nas suas relações econômicas, uma vez que elas formam o ambiente e o contexto onde atuam as empresas.

Nesse sentido, o autor traz à tona o nome de Nicholas Georgescu-Roegen, um economista que ousou pensar diferente. Neste momento, suas ideias retornam à pauta e, numa perspectiva estratégica, é importante reavaliá-las.

Nicholas Georgescu-Roegen: o pioneiro da economia ecológica

Nicholas Georgescu-Roegen, economista e matemático romeno, nasceu em Constanța em 1906 e faleceu em Nashville em 1994. Sua obra, marcada por uma visão crítica e inovadora, deixou um legado fundamental para a compreensão da relação entre economia e meio ambiente.

Com formação em Estatística pela Universidade de Paris, Georgescu-Roegen exerceu importantes funções públicas em seu país natal antes de emigrar para os Estados Unidos em 1946. Lá, sob a orientação de Joseph Schumpeter, aprofundou seus estudos em economia. Como professor da Universidade Vanderbilt, em Nashville, Tennessee, desenvolveu uma teoria econômica radicalmente diferente daquela predominante em sua época.



Em sua obra mais conhecida, "The Entropy Law and the Economic Process" (1971), Georgescu-Roegen introduziu a segunda lei da termodinâmica, a lei da entropia, no debate econômico. Ao fazê-lo, evidenciou a inevitabilidade da degradação dos recursos naturais em decorrência das atividades humanas e questionou a sustentabilidade do crescimento econômico ilimitado, defendido pelos economistas neoclássicos.

O economista romeno propôs o decrescimento econômico como alternativa ao modelo de desenvolvimento vigente, argumentando que a economia deve ser vista como um subsistema da biosfera e, portanto, sujeita às suas limitações. Sua obra pioneira inspirou o surgimento da economia ecológica, que busca integrar os princípios ecológicos à análise econômica.

Vale a leitura.

quarta-feira, fevereiro 25, 2015

A Escola Responsável e a sustentabilidade energética

Por Marcelo Freitas

A situação crítica de abastecimento de energia elétrica que explodiu logo no início deste ano não é consequência apenas da falta de chuvas. Esse fator só fez agravar a situação. Durante as últimas décadas o crescimento populacional, as necessidades de irrigação da agricultura e maior utilização da água nas indústrias, aumentaram o consumo desse precioso líquido. Como este é também o principal combustível de nosso sistema elétrico e não houve um aumento proporcional da capacidade de armazenamento dos reservatórios das hidrelétricas, a matemática da água não fecha: a vazão de nossos rios tem que atender a uma demanda cada vez maior de usos não energéticos. Esses fatos são mais evidentes em regiões mais densamente povoadas, como o sudeste.

Além da população amplamente afetada, as empresas também o são. E nesse caso, as escolas não fogem à regra. Sabemos também que existe uma crescente cobrança da sociedade para que as empresas atuem de forma responsável, do ponto de vista da utilização de seus recursos, entre eles, os energéticos. Acontece, porém, que é justamente nas salas de aula que nossos jovens aprendem sobre sustentabilidade. Mas integrar ações de cidadania empresarial à estratégia de gestão das organizações, e em especial das escolas, tem sido um exercício de amadurecimento contínuo.

Nos segmentos produtivos da cadeia empresarial essa mudança de consciência tem se alastrado em ritmo mais acelerado mas, no caso das escolas, ele precisa ser intensificado, pois assume ares de condição. Pressuposto do seu cotidiano e ponto indispensável no seu mapa estratégico, pois é ali, na escola, que preparamos as novas gerações.

E educação é, reconhecidamente, o melhor caminho para oferecer respostas a problemas como a preservação ambiental e as desigualdades sociais, a má utilização dos recursos naturais e públicos, a formação da consciência em relação ao meio ambiente, à ética e à biodiversidade.

Nesse particular, com seu potencial técnico, experiência no campo da pesquisa e capacidade de multiplicação, as instituições educacionais podem, e devem, contribuir mais incisivamente para o desenvolvimento sustentável. Elas têm de assumir seu papel de agente de transformação cultural. Devem, portanto, praticar a chamada “gestão responsável”.

Nessa perspectiva, o Movimento Escola Responsável[1] vem buscando articular iniciativas e projetos que ajudem efetivamente as escolas a transpor obstáculos e vencer desafios no sentido das práticas de cidadania corporativa. E o projeto mais recente foi justamente buscar alternativas para a eficiência energética das escolas.

Mas o que é eficiência energética? A eficiência energética consiste em obter o melhor desempenho na produção de um serviço com o menor gasto de energia possível. Como exemplo de ação nesse sentido está a modernização de equipamentos e processos de uso de energia alternativa, como a energia solar e eólica. Os programas voltados para o consumo consciente também contribuem para a economia.

Um bom projeto de eficiência energética é um conjunto de medidas bem definidas que, quando implantadas, levarão a uma redução, previamente determinada, dos custos de consumo de energia.

E no caso das escolas, como isso pode ser feito? Para auxiliar as escolas a desenvolver esse tipo de ação, que envolve serviços de simulação computacional, estudos de iluminação natural, conforto térmico, sombreamento, consumo e custos operacionais e de viabilidade técnica da utilização de energias renováveis, o Movimento Escola Responsável buscou uma parceria competente e certificada nessa área, de maneira que as escolas possam ser orientadas a respeito. Através da parceria, as escolas podem ter uma avaliação das possibilidades de redução do consumo e, consequentemente, dos seus custos com energia.

A parceria viabiliza e elaboração de um projeto de eficiência energética para as escolas interessadas em reduzir seus gastos com energia. Esses projetos envolvem ações em diversas etapas, como avaliação do desempenho energético da escola, a identificação e comparação de soluções e cenários e ainda a implementação de soluções e estratégias, sempre objetivando proporcionar a redução do consumo e o uso racional de energia para diferentes tipos de utilização. Através de normas de desempenho e certificações, por exemplo, podem-se verificar os níveis de desempenho ambiental, eficiência energética e sustentabilidade atingidos por uma edificação.

O projeto, em resumo, aponta sugestões de viabilidade tecnoeconômica de implantação, incluindo as especificações técnicas, o “project finance”, equipamentos, materiais e serviços. Além disso, é possível agregar o gerenciamento do projeto, com o processo de implantação dessas ações, e a gestão dos resultados, após o término das intervenções.  Tudo isso mantendo-se intacta as atividades da escola e a qualidade dos serviços educacionais.

Assim sendo, qualquer escola pode ser beneficiada com um projeto de eficiência energética, seja através de melhorias nas suas instalações seja na adequação de seus procedimentos. Aquelas escolas e redes de ensino que desejarem, poderão entrar em contato[2]  para obter maiores informações e acertar os detalhes.

É importante ressaltar que a execução dos projetos envolve uma alternativa inteligente que permite que todas as ações sejam feitas com recursos de investidores, que serão ressarcidos a partir da geração de resultados que o projeto apresentar e a consequente redução do valor das contas de energia elétrica.

Gerir a escola de maneira socialmente responsável, portanto, é buscar sua sustentabilidade de forma coerente com princípios éticos e com a construção de práticas socioambientais sustentáveis. A execução de ações desse tipo por parte da escola, além de reforçar sua imagem institucional e usufruir dos resultados intrínsecos das ações, traz no seu bojo a coerência e a credibilidade em relação ao que se ensina em sala de aula. E nada melhor que pautar o ensinamento pelo exemplo.

Trata-se, portanto, de um imenso campo de oportunidades de ação para as escolas. Não seria nada mal para a escola liderar esse movimento e contribuir para o desenvolvimento sustentável do planeta, não é mesmo? Isso é uma escola responsável.



[1] www.escolaresponsavel.com
[2] Basta entrar em contato através do email: contato@escolaresponsavel.com, informando que o assunto é eficiência energética.

sexta-feira, julho 15, 2011

Governança Corporativa

Um negócio chamado Governança Corporativa

Imagine que durante anos a fio você “batalhou” para erguer um empreendimento e fazê-lo crescer. Envolveu a família, os amigos e trabalhou forte. Como fruto do seu labor, ele se expandiu, avançou e agora conta com inúmeras unidades de operação. Entretanto, com todo esse movimento, você passou a enfrentar uma forte concorrência e aqueles métodos caseiros que um dia fizeram sucesso não mais respondem às necessidades do momento. É preciso uma virada, admitir profissionais mais experientes e capacitados a lidar com esse novo ambiente. Isso, contudo, significa abrir mão do controle da operação. O que fazer?

Numa situação semelhante, outro personagem é afetado por um processo semelhante. Ele faz parte de uma associação filantrópica, confessional, e assumiu a sua gestão há pouco tempo. Durante quase um século sua instituição viveu sob a batuta de outras lideranças que, ainda que de maneira empírica e com métodos igualmente caseiros, consolidaram uma série de iniciativas de caráter social... escolas, inclusive. Com a abertura do mercado; a desregulamentação do segmento educacional e o avanço das práticas de gestão nos diversos setores da economia, nos últimos 20 anos, essa liderança se vê agora diante da necessária profissionalização de seus sistemas de gerenciamento. Isso significa transferir para fora dos seus “muros” o poder de conduzir a instituição. Passar às mãos e terceiros o que antes era feito internamente pelos membros da associação. Hora de passar o controle e a condução dos “negócios”. O dilema está criado.

Essas duas situações servem apenas para ilustrar o que vem acontecendo no mercado educacional nos últimos vinte anos. São exemplos que refletem a expansão e a competitividade crescente do setor rumo aos processos de profissionalização. Com o mercado mais aberto, a concorrência entre as escolas passou a ter um caráter de vida ou morte. Ameaça para uns... Oportunidade para outros.

Percebendo esse movimento, grandes investidores, empreendedores atentos e instituições de outros segmentos voltaram seus olhares para essas demandas emergentes num setor ainda árido em termos de práticas de gestão e com grande potencial de crescimento.

Habituados a lidar com a competição, esses novos elementos trouxeram consigo o tempero que faltava para fazer ferver a luta por um lugar ao sol.

Foi nessa onda que grandes redes educacionais se formaram e que passam, nesse momento, por um movimento de consolidação, transformando-se em potentes conglomerados de educação. Enquanto algumas dessas instituições se preparam para um passo mais agressivo, como a abertura de capital na bolsa, por outro lado, instituições menores, muitas delas empreendimentos de cunho familiar ou confessional, como as dos exemplos acima, viram-se diante do desafio de passar às mãos de gestores profissionais o controle do negócio. Era chegada a hora de separar a propriedade, do controle.

Para essa transição e o seu conseqüente sucesso, verificou-se a necessidade de regras claras, transparência nas ações e afinidade de interesses. Essa situação, que não é atípica, surge basicamente em duas situações: Quando uma corporação ganha vida e necessita organizar o exercício do poder ou, quando a propriedade de uma empresa é separada de sua gestão. Nesse particular, organizações que antes eram dominadas por seus proprietários-gestores, traço presente desde o final do século XIX e início do século XX, são hoje caracterizadas por uma gestão profissional, nem sempre exercida por executivos que sejam, também, acionistas ou associados.

É aí que ganha impulso o conceito de Governança Corporativa. Alguns autores, como Tricker (2000), são contundentes ao afirmar que “o século XIX foi dos empreendedores, o século XX o da gestão e o século atual promete ser o da Governança Corporativa”.

Ela se faz presente pela necessidade de mediar os potenciais conflitos de interesse entre os diversos públicos da instituição, os chamados stakeholders: clientes, empregados, comunidade local, governo etc.

Tais conflitos acontecem, segundo especialistas, em virtude de algumas razões, tanto internas quanto externas. No primeiro grupo, podem ser citadas as falhas na relação entre executivos e acionistas e a atuação da direção em sentido conflitante ao que pretendem os acionistas. No segundo, as mudanças macroambientais; o movimento ativista dos investidores e as reações das entidades reguladoras aos excessos financeiros das empresas.

Seja de que ordem for, entretanto, a força dos processos de governança corporativa contribui para sistematizar as relações, ao mesmo tempo em que estende ao mercado o conceito de transparência na gestão. Isso, em outras palavras, significa explicitar as práticas de princípios como a lealdade, a conformidade e a prestação de contas aos seus diversos públicos.

Tal mecanismo fortalece o processo de profissionalização, ao mesmo tempo em que favorece ações como o realce da marca junto ao mercado e a confiabilidade dos investidores em processos como o de captação de recursos. Além disso, a utilização de modelos de governança corporativa facilita o enraizamento, junto aos executivos profissionais, dos valores institucionais oriundos dos proprietários, acionistas ou associados, indicando, com clareza, o rumo e as práticas que se pretende para o empreendimento.

No caso das escolas, entretanto, a situação não é tão tranqüila assim. Habituadas a conviver com uma administração doméstica durante séculos, muitas dessas instituições ainda resistem bravamente à introdução de mecanismos de gestão mais atuais e eficazes. Uma das principais causas está ligada às estruturas internas de poder. Embora muitas das suas lideranças percebam a necessidade de separar a propriedade do seu controle, elas relutam em pavimentar o caminho. Na sua ótica distorcida, entendem que isso representa perda de poder, não somente institucional, como também pessoal.

Em outras vezes, é o despreparo que gera a insegurança em ceder à profissionalização. O sentimento de vulnerabilidade que toca os gestores acaba por conduzir a um resultado ainda mais perverso. O do capitão que afunda com o navio.

Seja em virtude da ilusória perda do poder, seja pelo provável despreparo em lidar com a situação, o fato é que os dirigentes educacionais necessitam, urgentemente, considerar que essas duas justificativas ainda são frágeis para conter a necessária segregação entre a propriedade e o seu controle. A competitividade do mercado impõe rápidas mudanças para as quais boa parte dos atuais gestores educacionais encontra-se despreparada.

Se transparência e sustentabilidade já eram conceitos delicados para a comunidade educativa e suas lideranças, do ponto de vista do negócio, o que dizer de assuntos mais complexos como a abertura de capital e a captação de recursos?

O fato concreto é que se você, caro leitor, é parte do empreendimento chamado escola, quer no papel de proprietário, acionista, associado ou executivo, e seu modelo de gestão ainda não contempla o conceito de Governança Corporativa, é bom começar a colocar o assunto na pauta do dia, pois esse será o seu próximo dever-de-casa.

Leia sobre o assunto, pesquise e descubra as boas práticas de outros segmentos. Se necessário, utilize ajuda externa, como treinamentos, palestras e consultorias . Elas poderão ajudar a transpor obstáculos e pavimentar a estrada. Mas lembre-se: o mercado não espera muito e costuma ser impiedoso com os mais lentos...

Artigo Publicado pela Revista Linha Direta

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Capital Humano

Pessoas de alto desempenho


A busca por profissionais que fazem a diferença está deixando o mercado de trabalho histérico nos últimos anos. Isso não é novidade pra ninguém. O capital humano em épocas de crise, inovação na velocidade da luz e mudanças contínuas exige gente diferenciada.

Onde encontra-las? Que tipo é esse? Faz parte da geração Y? X? Z?... Qual o seu DNA?

Essas e outras questões têm azucrinado os profissionais de RH e, antes deles, os próprios gestores e líderes empresariais.

Para dar uma mãozinha, aí vai a dica do professor James Champy acerca do tipo de pessoas que constroe organizações de alto desempenho:

• Revelam intensa ambição.
• Elevam seu senso de propósito.
• Estabelecem uma estrutura de liderança.
• Compreendem as regras de governança.
• Valorizam pessoas, processos e tecnologias.
• Entendem o valor capacitador da tecnologia.
• Têm sede de mudança.
• Focam a sustentabilidade.

E você, se identifica com alguma dessas características?