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terça-feira, novembro 13, 2018

Cara de unicórnio,
cabeça de dinossauro.


Muitas empresas e escolas estão buscando se adaptar rapidamente ao novo ambiente 4.0. Entretanto, não basta apenas se encher de tecnologia. Nesse artigo que escrevi para a revista Linha Direta, procuro apresentar algumas facetas dessa revolução. Acompanhe.




quinta-feira, março 29, 2018

Custo da Educação

O Custo da Educação no Brasil

Assista nosso debate no Programa Brasil das Gerais, de 15/mar, quando falamos sobre o custo da educação no Brasil. Números estarrecedores.


terça-feira, agosto 01, 2017

Posse de bola não é gol.

Como as escolas podem melhorar a gestão de seus processos escolhendo os indicadores adequados.


No inverno de 2014, o Brasil era tomado por uma bolha de euforia. Em meio às crises políticas e um noticiário econômico nada animador, o circo do futebol fazia unir ideologias antagônicas em torno da seleção brasileira de futebol. A Copa do Mundo era a cortina de fumaça que trazia a alegria de volta ao cenário tupiniquim. Era a pátria de chuteiras em campo.

Se não encantava pela magia da seleção de Telê Santana, o “selecionado canarinho” avançava no torneio e chegava às semifinais contra a simpática, e politicamente correta, seleção da Alemanha. O palco não poderia ser mais acolhedor. Mineirão lotado, hino nacional cantado à capela e um belo horizonte como moldura. Mas...

Se hoje um extraterrestre fizesse um “pitstop” no Brasil e pegasse um dos jornais da época, lá encontraria os principais números do jogo:
  • ·        Posse de bola: Brasil, 52%. Alemanha, 48%.
  • ·        Chutes a gol: Brasil, 18 . Alemanha, 14 .
  • ·        Faltas cometidas: Brasil, 11. Alemanha, 14.
  • ·        Impedimentos: Brasil, 3. Alemanha, 0.
  • ·        Minutos com a bola: Brasil, 32. Alemanha, 30.

O ET não teria dúvidas em adivinhar a sequência. Enfim, Brasil na final. Mas todos sabemos, amargamente, não foi bem isso o que aconteceu. Alemanha 7, Brasil 1.

Esse episódio nos leva a pensar em uma situação muito comum no mundo corporativo, e a escola não está fora dele. A eleição de indicadores de performance para auxiliar a gestão da  organização na tomada de decisões. É a partir do seu monitoramento, que muitas delas traçam planos estratégicos, conferem o andar dos processos, definem as prioridades e estabelecem objetivos e metas.

Acontece porém que, em muitos casos, esses indicadores com o tempo se afastam dos reais fatores de sucesso de uma organização. Isso faz com que as lideranças passem a buscar a melhoria do desempenho em processos que já não são mais relevantes para o resultado, em virtude de mudanças no ambiente, seja ele interno ou externo.

O exemplo da nossa seleção fala bem de perto nesse caso, e serve para mostrar esse desvio. O objetivo do jogo de futebol é fazer gol, e tentar não levar. Mas muitos técnicos se prendem a estatísticas como essa para justificar o injustificável. Aproveitando a contundência do placar naquela fatídica partida, é importante ressaltar algumas lições importantes que podemos levar para a escola:

Posse de bola não é gol. Qual seleção foi mais eficiente: o Brasil, que se manteve o maior tempo com a bola nos pés, mas não foi capaz de converter isso em gols, ou a Alemanha, que mesmo não tendo superioridade na posse da bola, foi objetiva em transformar as oportunidades que teve em vantagem no placar? Isso se chama foco no resultado!

Chute a gol não conta ponto. Tentar, apenas, não adianta. É preciso eficiência nos processos para gerar resultados. Treinar a equipe, tendo como base o objetivo final, é fundamental. Agregar valor é uma missão de todos no time, cada um na sua esfera de competência. E nesse ponto é preciso que haja eficiência e produtividade.

Impedimento é retrabalho. Quando um jogador é pilhado em impedimento, todo o trabalho de construção da equipe é jogado por terra. A falha de posicionamento de apenas um atleta representa o mesmo que a existência de um elo fraco no processo. Daí a necessidade de ter todas as atividades alinhadas com a proposta de valor da organização, neste caso particular, os processos que realmente são necessários à eficiência da escola.

Em todas essas questões, um bom planejamento, e um olhar crítico sobre a necessidade de cada processo existente, são fundamentais. Nesse aspecto, é importante que haja desprendimento dos gestores para abandonar práticas obsoletas quando se constata que o ambiente mudou. Em muitos casos, é preciso promover a disrupção, abandonar definitivamente processos e modelos que tornaram aquela escola um expoente durante muitos anos, mas que já não conseguem mais responder à proposta de valor da escola junto aos seus clientes.

Para tornar mais ágil e eficiente essa análise, o auxílio de recursos tecnológicos, hoje disponíveis em abundância, tornam o trabalho mais assertivo, reduzindo o risco implícito nas decisões. Alguns deles, como o Panorama Escola, uma plataforma que agrega recursos de pesquisa e dashboard de gerenciamento de indicadores, podem encurtar a distância entre a obsolescência e a efetividade. Essa plataforma, criada pela Corporate*[1], utiliza conceitos de business intelligence, permitindo ao gestor cruzar dados internos e externos para avaliar possíveis desalinhamentos e mudanças de rumo do mercado.

Assim como um técnico de futebol, os gestores educacionais devem ter em mente o foco principal e os objetivos a serem alcançados. Pesquisar, analisar e acompanhar os processos-chave por meio de indicadores eficientes, faz com que suas decisões não se baseiem em uma cortina de fumaça.
Ao contrário, trabalhar com afinco para tornar melhores velhos processos que foram sucesso no passado, mas não agregam valor à demanda atual da escola, significa investir nos “impedimentos” e nas “bolas chutadas para fora”. E a escola não pode ser eficiente em tomar de 7 a 1, não é mesmo?

 (Artigo publicado pela Revista Linha Direta, ed. 231/ junho 2017)




[1] Saiba mais em www.corporateconsultoria.com

segunda-feira, junho 26, 2017

Escolas incubadoras: ajudando ideias a dar frutos

Por Marcelo Freitas


Empreendedores de todas as idades sempre estão ligados em oportunidades para criar algo novo. Ideias não faltam, porém, o que nem sempre está disponível são os recursos e um ambiente propício para que elas floresçam. Esse ambiente envolve alguns requisitos como um bom networking, canais para se chegar ao mercado e mentorias adequadas.

Por isso mesmo, para aqueles que buscam transformar ideias em negócios, as universidades se constituem em verdadeiros paraísos. A questão é que nem todas perceberam o enorme potencial de disrupção que isso representa, e continuam estáticas. A boa notícia é que, em meio ao conjunto, algumas instituições perceberam a oportunidade e começam a repensar o seu modelo de negócios e sua estrutura. Algumas até já se propõem adotar modelos de gestão derivados de startups. Outras, por sua vez, organizam centros de empreendedorismo para funcionarem como incubadoras de projetos, oriundos de trabalhos dos alunos.

Sob esse viés, esses espaços potencializam a capacidade de formar equipes e desenvolver negócios, pois constroem redes que possibilitam, inclusive, levantar investimentos suficientes para avançar com os projetos e protótipos. Além disso, contam com suporte de professores e técnicos altamente qualificados, que ajudam a modelar os processos.

Embora iniciativas empreendedoras não dependam da universidade para florescer, este espaço de aprendizagem pode oferecer uma perna forte para sustentar a caminhada. E isso é bom para os dois lados, pois, do ponto de vista das instituições educacionais, surge a oportunidade de ocupar um espaço até então desprezado: o das incubadoras de negócios.

Daí que não será surpresa se mais e mais universidades em todo o país começarem a formar suas próprias incubadoras de empresas - criadouros para startups inovadoras - com espaço de escritório, mentores, financiamento e a oportunidade de contar com a diversidade de agentes envolvidos, sejam professores ou estudantes de diferentes disciplinas.

Embora as instituições de ensino superior sejam o ambiente mais propício a essa transformação, nas escolas de educação básica o modelo também pode ser uma ótima oportunidade de diferenciação. Novas estruturas, novos arranjos no modelo de negócios e uma visão moderna de gestão são os ingredientes necessários. Oficinas, capacitações, ferramentas tecnológicas e adoção de conceitos robustos são o caminho para fazer acontecer.

É com base nesse viés disruptivo e inovador que a Corporate , empresa sediada em Belo Horizonte, vem desenhando projetos de reestruturação para escolas e mantenedoras que busquem a sintonia com os novos tempos. Nesses programas a ênfase é trocar o “por quê?” pelo “Por que não?”.
Já pensou nisso? Por que não?

terça-feira, janeiro 07, 2014

Educação em 2013

O ano de 2013 no segmento educacional


Mais um ano se foi e com ele a rotina das escolas. Melhorias aqui e ali, ambiente mais tecnológico avançando gradativamente, educadores ainda meio perdidos sobre os caminhos a tomar e gestores educacionais diante de novos desafios.

Apesar do descompasso entre o ambiente educacional e o “mundo real”, agora encorpado também com o ambiente virtual, algumas experiências mais arrojadas começam a pipocar mundo afora. E isso é muito bom.

No meu entendimento, o atual cenário educacional nos remete a dois grandes desafios: entender o novo paradigma do processo de aprendizagem e incluí-lo no modelo educacional e, concomitantemente, tornar sustentável o modelo de negócios necessário a torná-lo realidade.

O advento do livre acesso ao conteúdo proporcionado pela tecnologia, tornou evidente o que todos já sabiam. Cada pessoa tem sua própria maneira de aprender. Uns pesquisando sozinhos, outros trabalhando em grupo. Alguns com tutoria, outros usando a criatividade. Somos diferentes. O grande desafio, portanto, é tornar a educação “sob medida” uma realidade.

Experiências nesse sentido estão acontecendo e mostrando que isso é possível. Partindo do pressuposto de que cada aluno tem necessidades diferentes e aprende de maneira própria, o projeto School of One[1], desenvolvido numa parceria entre o governo americano e empresas de ponta no segmento de tecnologia, tem proporcionado resultados de aprendizagem até 30% acima da média dos modelos convencionais.

Do outro lado do planeta, a “Young Foundation”, uma organização que se propõe apresentar um instrumental na condução do pensamento, ação e mudança social no Reino Unido em áreas como a educação, vem desenvolvendo o projeto denominado Escola Estúdio. Ele parte de constatações concretas baseadas em pesquisas. Através delas, os educadores locais constataram que um grande número de jovens:

·        Aprende melhor fazendo;
·        Aprende ainda mais, fazendo coisas “de verdade”;
·        E apresentam melhor rendimento quando trabalhando em grupo.

Com o projeto ainda em fase de adaptações, a percepção dos alunos que passaram pela experiência é de que, dessa maneira, o processo de aprendizagem é mais motivador e mais estimulante. A escola passou a ser um lugar de desafios e conquistas. Um lugar mais atraente e muito mais prazeroso, portanto.

O resultado é que, dois anos depois de implantado o projeto, os alunos que estavam nos grupos de pior performance saltaram para o topo da lista e engordaram o quartil mais alto.

Ainda no Reino Unido, a Steve Jobs School tem trabalhado com a introdução de ferramentas tecnológicas dentro das salas de aula de uma maneira contextualizada e eficaz.

Na Suécia, uma empresa que opera cerca de trinta escolas ameaça revolucionar completamente o modelo convencional. Os centros docentes de Vittra não são escolas usuais. Essa rede de escolas considera que o modelo educacional deve mudar completamente e, por isso, mesmo propuseram acabar com as salas de aula. O objetivo é incentivar a criatividade dos alunos e tornar concreto o fato de que qualquer lugar é bom para se aprender.

Os alunos dessas escolas não são regidos pelos mesmos princípios que o sistema educacional convencional, nem estão organizados em torno de temas e lições de vida. Sua filosofia está comprometida com a tecnologia intensiva, educação bilíngue e aprendizagem baseada na experiência. Para fechar, propõe um sistema educacional capaz de recriar ambientes de aprendizagem baseadas na vida real.

Embora essas e outras experiências estejam dando partida a uma mudança de conceitos educacionais, é fundamental rever os paradigmas também no negócio chamado escola. Nesse aspecto, o ano de 2013 introduziu uma nova realidade com a qual, por anos, já sinalizávamos. As escolas entraram, definitivamente, numa era de competição global. O tempo em que o seu concorrente era a escola ao lado, meu caro gestor, está indo embora. Acredito que a grande “novidade” no ambiente educacional são os MOOC’s – Massive Open Online Courses.

Essa modalidade introduz, definitivamente, a concorrência em escala mundial. Tanto as escolas, quanto seus profissionais, estarão diante de fortes adversários na arena de negócios e no próprio mercado de trabalho. O professor da sua escola concorre agora com aquele profissional da Harvard, Yale, MIT...

Os MOOC’s colocam à disposição de pessoas do mundo inteiro cursos de altíssimo nível a custos irrisórios ou, em sua maioria, gratuitos. E é aí que surge a outra variável: sustentabilidade. Como deve ser o modelo de negócios para sustentar esse novo tipo de empreendimento? Como concorrer com produtos educacionais de alto valor agregado que nada custam e ainda tornar a escola rentável?

Meus caros gestores e educadores sinto dizer-lhes que a chapa está esquentando... que venha 2014!



* Comentário escrito para a edição especial da Revista Linha Direta/dez 2013


[1] www.schoolofone.org

quinta-feira, julho 18, 2013

Papo de Congresso

Especial













Ensino escolar e novas mídias ainda não estão conectados 

Pauta sobre utilizar as tecnologias em favor do processo de aprendizagem foi abordada pelo o especialista em Gestão Educacional Marcelo Freitas, em conferência desta quinta-feira à tarde no 12º Congresso do Ensino Privado Gaúcho
As novas mídias ensinam formas totalmente diferentes de se comunicar e relacionar todos os dias às pessoas. Crianças e adolescentes, em especial, nasceram familiarizados com estes recursos, mas as escolas e os educadores ainda estão nos primórdios de como utilizá-los em favor do processo de ensino e aprendizagem. O especialista em gestão educacional Marcelo Freitas falou acerca deste desafio ao público do 12º Congresso do Ensino Privado Gaúcho, promovido pelo SINEPE/RS. A programação da tarde desta quinta-feira (18) iniciou com conferência sobre "As mídias na arquitetura das aprendizagens".

"O que estamos chamando de novas mídias são as TIC`s (Tecnologias da Informação e Comunicação) e, apesar de toda a disseminação desses meios, eles ainda são pouco compreendidos no universo escolar", avalia Freitas. De acordo com ele, as crianças de hoje encontram na escola um ambiente arcaico, passivo, construído sobre os paradigmas dos séculos XVIII e XIX. "E eles precisam ser totalmente quebrados! Há necessidade de uma grande ruptura, de recriar muitas coisas, e não apenas readaptar", salientou.  

NÃO BASTA INTRODUZIR TABLETS OU LOUSAS DIGITAIS
O mundo de agora funciona de outra maneira. As crianças e jovens, desde a fase mais tenra da idade, aprendem de forma interativa, com ou sem a presença dos adultos, pais ou professores. Freitas explicou que as mídias são apenas aquilo que o próprio nome diz: os meios. "Acontece que as TIC`s trazem consigo outra lógica e é exatamente isso o que causa o conflito. Não basta introduzir tablets, lousas digitais e ambientes tridimensionais, se continuamos colocando nossos alunos sentados em fila na sala de aula e aplicando o mesmo conteúdo de maneira homogênea para todos eles". 

Cada um exige um tipo de lidar com a aprendizagem que é diferente do outro. Em sua visão, a reinvenção dos processos de ensino-aprendizagem, deve ser apoiada no uso das novas tecnologias, mas, principalmente, na quebra dos paradigmas. "Por isso, precisa haver uma revisão total dos processos, desde os parâmetros técnicos até às avaliações. "Não insistir em reforçar as fraquezas do aluno, melhor é concentrar esforços no que ele pode se sobressair". Completou refletindo que os professores não têm o papel de formar, isto é, colocar em formas, mas sim de desenvolver. 

EVENTO
O Congresso do Ensino Privado Gaúcho, promovido pelo SINEPE/RS, é um dos maiores eventos do setor educacional no País. Em sua 12ª edição, neste ano reúne mais de 2,7 mil pessoas para debater o tema "A maestria do professor na arquitetura da aprendizagem", no Centro de Eventos da PUCRS, em Porto Alegre. O objetivo é discutir os desafios e as oportunidades para o professor, sua relação com as novas tecnologias e a sociedade e seu papel enquanto líder do processo de ensino e aprendizagem
por Ana Cristina Basei

segunda-feira, julho 01, 2013

Professores de hoje

Em Primeira-mão 
Meu professor tem 13 anos
Por Marcelo Freitas

Como muitos dos leitores, tenho dois filhos em idade pré-adolescente. Uma experiência ímpar em todos os sentidos. Para nós educadores, então, um laboratório de observação sem igual. Lembro-me quando Júlia, a mais nova, interveio numa conversa entre os “adultos” da casa para fazer uma observação sobre a cultura Maia e me deixou de boca aberta. Tinha apenas 6 anos, à época. Intrigado, perguntei se havia aprendido aquilo na escola e, de repente, ela soltou: “não papai, foi no Discovery Kids”. 

Algumas conversas depois e lá vinha ela com outra consideração desse naipe. De novo perguntei: sua professora te disse isso? E ela novamente soltou: “não papai, passou no programa “X”, do Disney Chanel”. Bingo. Aí me perguntei: continuo pagando a escola ou somente a TV a cabo?

Ainda com aquilo girando pela cabeça saí com o Rafa, o mais velho. 8 aninhos na época. Enquanto dirigia, emprestei-lhe meu novo smartphone e disse que tinha um joguinho legal para ele brincar. Comentei que depois de pelo menos uma hora jogando, ainda não tinha conseguido avançar da primeira fase. Pelo retrovisor podia vê-lo no banco de trás, concentrado, “fuçando” o celular. Quando chegamos ao destino, perguntei a ele: “Conseguiu encontrar o joguinho? Tentou jogar”? E ele me respondeu, com a maior naturalidade: “Tô na fase 3”.

Hoje em dia, já com 13 anos, ele é meu consultor de mídias. Me ensina a jogar aqueles games que exigem atenção múltipla, destreza manual e raciocínio extremamente rápido para tomar decisões. Me mostra como baixar filmes, instalar softwares e coisas do gênero. Quando pergunto a ele como descobriu determinados “atalhos” no game, ele simplesmente me responde: “Ué, pai, digita aí no Google  - manhas do game X - que vc acha. Aproveita e assiste uns vídeos no Youtube sobre o joguinho. O que eu não descobri eu entrei numa comunidade com outros jogadores e eles me ensinaram”. Cheque-mate.

Estou dizendo tudo isso apenas para ilustrar como as novas gerações aprendem e lidam com o conhecimento. Chegam ao ponto de uma criança de 8 anos ensinar a outras em idade as mais variadas. A escola já não é mais o centro das atenções e da aprendizagem, embora esteja lá para cumprir a missão de ensinar. As novas gerações “se viram” de outras formas e o resultado final é extremamente próximo daqueles alcançados pela escola. Às vezes, até melhor.

Vi recentemente uma palestra  do indiano Sugata Mitra, na plataforma do conhecimento TED – Ideas Worth Spreading, onde ele relata situações semelhantes e suas experiências nesse universo. Fala sobre o modelo que suporta as escolas e de como preparamos nossos alunos para serem iguais, uns aos outros. E comenta sobre a capacidade das novas gerações em experimentar e aprender sozinhos ou com a ajuda de outras crianças e agentes, que não aqueles da escola formal. 

A exemplo do que ele fez, tente disponibilizar a uma criança em idade escolar um computador e veja o que acontece. Se os programas estiverem em outro idioma, não tem problema. Eles dão um jeito. Você se surpreenderá com o que essa criança fará num curto espaço de tempo. 

A moral da história é que a lógica do nosso sistema educacional e, em particular das nossas escolas, não se sustenta mais. É preciso incorporar novos paradigmas e começar a trabalhar noutra direção. Pergunto: Por que nossas escolas dividem as turmas de acordo com a faixa etária, por exemplo? Certamente não faltarão argumentos de professores e pedagogos para justificar essa premissa. Não os discuto. Apenas questiono se isso trás, de fato, resultados acima daqueles que seriam obtidos no caso de um grupo mais diversificado. Afinal, em casa, os irmãos geralmente aprendem uns com os outros, sem que tenham a mesma idade. As trocas e experiências nesse sentido são ricas. 

Os resultados apresentados por Sugata Mitra, os quais compartilho, nos faz realmente pensar diferente. Os maiores ensinando os menores. Os menores questionando os mais velhos e instigando-os a buscar respostas. Por que não?

As tecnologias estão à disposição para novas experiências de ensino-aprendizagem mas, antes de qualquer coisa, é preciso mudar o olhar. Ousar. Arriscar passos novos. Enxergar o que está acontecendo e, a partir daí, dar forma às novas maneiras de se aprender, tendo como base novas premissas. E aí sim, gerir um novo negócio chamado, quem sabe, “escola”.

(artigo a ser publicado na edição de agosto da Revista Gestão Educacional)

terça-feira, outubro 30, 2012

2013... Cenário da educação

O mercado educacional em 2013

Penso que o segmento educacional está experimentando uma forte consolidação em termos de grandes grupos e que isso deverá continuar em 2013. Nesse aspecto, ganham destaque a profissionalização dos gestores e a busca por executivos e profissionais cada vez mais preparados para lidar com a escola como um negócio. Novas profissões e especializações também estão aparecendo e isso transforma a função dos gestores de RH, elevando-os ao patamar das decisões mais estratégicas.

Outro ponto importante é a corrida do ouro no setor público. Várias empresas já identificaram o potencial desse segmento, até então desprezado por uma fatia do mercado, numa possibilidade de novos negócios. Para vc ter uma ideia, eu mesmo acabei de escrever um projeto para uma grande editora internacional que será lançado em breve e é voltado para as secretarias de educação de pequenos municípios. Além do projeto, escrevi toda a metodologia e os livros guia, sistema de avaliação e o software do programa, totalizando 14 volumes. Então, acredito que esse será um setor importante.

Outra questão relevante está dentro das salas de aula. Entendo que começamos a passar por um ajuste entre os atuais modelos de ensino-aprendizagem e as novas demandas da sociedade. Existe um grande descompasso aí. Se por um lado já temos alguns recursos como tablets e lousas interativas em grande parte das escolas do país, por outro falta método, professores e novos conceitos educacionais para aproveitar todo esse potencial. Precisamos reinventar a escola. Não cabe mais ajustes e maquiagens.

Finalmente, uma questão que venho debatendo em congressos e consultorias diz respeito à necessidade de encontrar novas formas de sustentabilidade para o negócio chamado escola. Já é possível termos aulas gratuitas de renomadas universidades globais, como a Harvard, Yale, Universidade de Paris e tantas outras. E o nosso modelo atual ainda se sustenta pela receita de mensalidades. Até quando?

segunda-feira, julho 09, 2012

Tablets na sala de aula

O que fazer com o meu tablet?

Tenho visto um movimento significativo no sentido de levar a tecnologia para as salas de aula. Esse movimento, entretanto, ainda tem seu foco na infraestrutura, ou seja, nos equipamentos. O fato é que isso é apenas o começo do processo. A grande maioria dos nossos docentes não sabe mesmo o que fazer com eles, quando o recebem.

Escrevi um artigo para a revista Gestão Educacional sobre o assunto e gostaria de compartilhá-lo com você, caro frequentador desse blog.



O que eu faço com o meu tablet?

Por Marcelo Freitas

Tenho certeza de que a pergunta do título é uma daquelas que a maioria dos professores gostaria de fazer ao receber esse objeto de trabalho “modernoso”, das mãos do diretor da escola. Isso mesmo... ferramenta de trabalho. Evidente que nem todas as escolas ainda incorporaram o equipamento às suas práticas educativas e, assim, nem todos os professores ficaram de saia justa. Ainda.

Depois de muitos e muitos anos, a tecnologia que batia à porta das escolas recebeu permissão para entrar. Não que tenha sido fácil. Acredito mesmo que quem girou a maçaneta foram os alunos e aí...

O fato é que agora esses equipamentos estão pousando nas mesas e carteiras das salas de aula. Bom? Certamente. Eficaz? Ainda é cedo para dizer. Isso porque o equipamento é apenas o meio e não o fim do processo. Para que seja de fato eficaz é preciso que os professores saibam operá-lo com maestria. É fundamental que saibam extrair dele o melhor e, principalmente, que definam que conteúdo será colocado lá dentro e o que fazer com ele na sala de aula.

A equação não é fácil. Se o processo de encaixá-lo no material didático está sendo parcialmente “resolvido” pelas redes de ensino (embora a maioria tenha apenas digitalizado seu material apostilado e depositado no equipamento, substituindo a papelada pelo conteúdo em bits e bytes), a maneira com que será utilizado em todo o seu potencial ainda é uma questão a descoberto.

A nova mídia requer outros conceitos de aprendizagem e novas metodologias de apresentação dos conteúdos, centradas nas hipermídias. Não é apenas a transposição do papel para a telinha. Isso não funciona. É preciso dar dinâmica aos conteúdos, manter o pique multitarefa dos alunos. Envolver e mesclar vários temas simultaneamente. Fazer essa geração de antenados manter a concentração não é mole.

E nesse aspecto o que se vê é uma carência conteúdos concebidos para o uso pedagógico nas mídias digitais. Não é por acaso que as aulas no YouTube fazem tanto sucesso, com milhões de acessos. Mas é preciso pensar maior. É importante explorar, e integrar, não somente as possibilidades de tablets e notebooks, mas também dos celulares. Eles são uma poderosa ferramenta para a aprendizagem. Fazer pequenas tarefas ou jogar em rede com os colegas pode ser uma fonte inesgotável a explorar. E para isso não basta apenas o conteúdo. É preciso forma, interatividade, criatividade, desafio.

Nesse particular, os jogos saem na frente. Se aproveitados com imaginação, eles podem se transformar numa excelente ferramenta de ensino. E é aqui que o papel dos educadores se torna fundamental. É deles que deve partir a iniciativa de transformar e adaptar o conteúdo dos currículos aos jogos e aplicativos. E isso pode ser feito de imediato, pois existe uma enormidade de games nas prateleiras das grandes livrarias capazes de preencher espaços significativos na aquisição de habilidades e competências.

Um exemplo? SimCity. Esse famoso game é a simulação de uma cidade em construção. Nela o jogador assume a posição de prefeito e, a partir daí, é colocado em contato com uma gama de situações e problemas. Já imaginou que potencial de aprendizagem para competências e habilidades como planejamento, tomada de decisão, gestão de recursos, definição de prioridades etc...etc.... ? E em relação aos conteúdos específicos, como geografia e matemática?

Na linha dos simuladores, existe ainda uma infinidade de outros títulos que podem ser trabalhados na perspectiva multidisciplinar, envolvendo desde a gestão de clubes de futebol e basquete, até simuladores de vôo e construção de ferrovias, passando por jogos de estratégia e conhecimento. Enfim, um mundo de opções a explorar.

No frigir dos ovos, não está faltando tanto assim. Falta apenas mais criatividade para sair da mesmice. Educadores, segurem suas manetes e boa viagem.



quinta-feira, março 01, 2012

EAD

Perfil do aluno no Brasil

Interessante para quem está no segmento educacional e, principalmente para aqueles que pretendem se lançar nele. O segmento de Educação à Distância é um dos que mais cresce no país e vem criando alguns nichos de oportunidade. Um deles, o sustentado pelas novas classes C e D.

Confira o perfil do aluno, segundo dados do INEP, e tire suas próprias conclusões.




sexta-feira, setembro 09, 2011

Aprendendo em rede


Hoje em dia ninguém sobrevive muito tempo estando sozinho. Até mesmo empresas concorrentes já se organizam, de alguma forma, para compartilhar processos não estratégicos, visando reduzir custos, melhorar a qualidade e atender melhor os seus clientes.

A internet, por sua vez, conecta milhões de pessoas e organizações, proporcionando alianças, trocas de informações e conhecimento. Nessa onda, as redes setoriais, ou redes de pares setoriais estão, cada vez mais, ganhando espaço. Trata-se de uma experiência interessante, onde empresas do mesmo segmento, porém estabelecidas em mercados diferentes e não concorrentes, trocam experiências, desenvolvem projetos e organizam estudos buscando a melhoria de todos.

Elas ajudam seus membros a aprenderem através da experiência de seus pares, fortalecendo-os para enfrentar problemas enraizados e comuns em muitas organizações. Fornecem subsídios para o compartilhamento de soluções que, a princípio, teriam que ser buscadas através de consultorias ou com base no processo de tentativa e erro.

Uma outra qualidade das redes setoriais é que elas têm contribuído bastante para estimular a adoção de melhores práticas por parte do conjunto de seus membros, a partir do estabelecimento do “benchmark” do grupo. Proporcionam aos gestores integrantes a possibilidade de trocar experiências e conhecimentos, representando verdadeiros atalhos no processo de aprendizagem. Conceitos que só poderiam ser adquiridos através de cursos formais ou outra forma de capacitação, são compartilhados pela prática dos relatos de casos.


No segmento Educacional

Se adotadas no segmento educacional, as redes setoriais podem ser de grande valia. Dependendo do enfoque e dos objetivos a elas atribuídos, redes setoriais poderiam ser compostas de diversas formas, considerando os mais variados perfis de grupos. Eis alguns deles:

o Por segmento: Escolas de educação infantil; Ensino Fundamental; Ensino Médio; formação profissionalizante; Ensino superior, etc;

o Por região geográfica: instituições da região metropolitana da cidade “X”; do bairro “tal”; etc...;

o Pelo porte: escolas com até 200 alunos; entre 200 até mil alunos, etc...;

o Misto: Escolas com até mil alunos na região metropolitana da cidade “X”; Instituições de Ensino médio, com até 200 alunos; etc;

o Por características específicas: escolas particulares; escolas públicas; escolas confessionais; instituições de ensino profissional; Escolas de idiomas; projetos de Organizações não Governamentais; etc;

Uma condição singular, entretanto, é que seus membros não concorram entre si nos mesmos mercados, pois essa situação prejudicaria a livre troca de informações, fazendo com que o grupo ficasse prejudicado.

Virtudes

Uma das principais virtudes da formação de redes setoriais é alertar seus participantes sobre alguns dos maiores perigos da governança: a miopia e a inércia. Isso porque a tendência dos executivos, e os educacionais não fogem à regra, é dar excessiva relevância aos problemas locais, muitas vezes ignorando os fatos globais, distantes ou que lhes são pouco familiares. Inovações emergentes são muitas vezes relegadas por não fazerem parte (naquele momento) da realidade local. A situação se complica, entretanto, quando o problema avança sobre suas fronteiras, pois aí já é tarde demais para se preparar ou para solucioná-lo.

A outra questão é a inércia. Ela induz executivos, funcionários e educadores a agirem sempre da mesma forma, atendo-se a pressupostos já testados e estabelecidos. Eles dão prioridade aos conhecimentos que dominam, negligenciando a exploração de novos conceitos. Muitas instituições inovadoras ou de grande porte, em virtude da inércia, tornam-se vítimas da arrogância, não conseguindo manter sua vantagem competitiva e sendo ultrapassadas pelos rivais.

Particularmente em setores onde a concorrência é acirrada e predominantemente local, como no caso das escolas, a miopia e a inércia são componentes de grande risco. Por isso mesmo a participação em redes setoriais torna-se importante, na medida em que traz informações confiáveis, além de novos conhecimentos e capacidades aos seus membros.


Outras formas de composição

Por outro lado, a composição de redes setoriais pode também abarcar a participação de profissionais de outros segmentos, tornando o grupo mais eclético. Esses participantes servem para oxigenar o pensamento do restante dos membros, trazendo inovações que deram certo em outros segmentos e proporcionando a oportunidade da introdução de mudanças significativas na operação e organização das escolas. Essa composição pode trazer componentes de toda a cadeia de valores da educação, como fornecedores de material escolar; “softwares” educativos e gerenciais, brinquedos pedagógicos, fornecedores de material didático, agências de publicidade, gráficas e toda uma gama de empresas que se relacionam com as escolas.

A escolha das instituições que compõem o grupo, assim como a participação efetiva e franca de seus membros representantes, é que tornará a experiência da rede setorial uma ação ímpar no trato da inovação e do estabelecimento de novos patamares de qualidade para o setor educacional. Então... mãos-à-obra!

sexta-feira, julho 15, 2011

Governança Corporativa

Um negócio chamado Governança Corporativa

Imagine que durante anos a fio você “batalhou” para erguer um empreendimento e fazê-lo crescer. Envolveu a família, os amigos e trabalhou forte. Como fruto do seu labor, ele se expandiu, avançou e agora conta com inúmeras unidades de operação. Entretanto, com todo esse movimento, você passou a enfrentar uma forte concorrência e aqueles métodos caseiros que um dia fizeram sucesso não mais respondem às necessidades do momento. É preciso uma virada, admitir profissionais mais experientes e capacitados a lidar com esse novo ambiente. Isso, contudo, significa abrir mão do controle da operação. O que fazer?

Numa situação semelhante, outro personagem é afetado por um processo semelhante. Ele faz parte de uma associação filantrópica, confessional, e assumiu a sua gestão há pouco tempo. Durante quase um século sua instituição viveu sob a batuta de outras lideranças que, ainda que de maneira empírica e com métodos igualmente caseiros, consolidaram uma série de iniciativas de caráter social... escolas, inclusive. Com a abertura do mercado; a desregulamentação do segmento educacional e o avanço das práticas de gestão nos diversos setores da economia, nos últimos 20 anos, essa liderança se vê agora diante da necessária profissionalização de seus sistemas de gerenciamento. Isso significa transferir para fora dos seus “muros” o poder de conduzir a instituição. Passar às mãos e terceiros o que antes era feito internamente pelos membros da associação. Hora de passar o controle e a condução dos “negócios”. O dilema está criado.

Essas duas situações servem apenas para ilustrar o que vem acontecendo no mercado educacional nos últimos vinte anos. São exemplos que refletem a expansão e a competitividade crescente do setor rumo aos processos de profissionalização. Com o mercado mais aberto, a concorrência entre as escolas passou a ter um caráter de vida ou morte. Ameaça para uns... Oportunidade para outros.

Percebendo esse movimento, grandes investidores, empreendedores atentos e instituições de outros segmentos voltaram seus olhares para essas demandas emergentes num setor ainda árido em termos de práticas de gestão e com grande potencial de crescimento.

Habituados a lidar com a competição, esses novos elementos trouxeram consigo o tempero que faltava para fazer ferver a luta por um lugar ao sol.

Foi nessa onda que grandes redes educacionais se formaram e que passam, nesse momento, por um movimento de consolidação, transformando-se em potentes conglomerados de educação. Enquanto algumas dessas instituições se preparam para um passo mais agressivo, como a abertura de capital na bolsa, por outro lado, instituições menores, muitas delas empreendimentos de cunho familiar ou confessional, como as dos exemplos acima, viram-se diante do desafio de passar às mãos de gestores profissionais o controle do negócio. Era chegada a hora de separar a propriedade, do controle.

Para essa transição e o seu conseqüente sucesso, verificou-se a necessidade de regras claras, transparência nas ações e afinidade de interesses. Essa situação, que não é atípica, surge basicamente em duas situações: Quando uma corporação ganha vida e necessita organizar o exercício do poder ou, quando a propriedade de uma empresa é separada de sua gestão. Nesse particular, organizações que antes eram dominadas por seus proprietários-gestores, traço presente desde o final do século XIX e início do século XX, são hoje caracterizadas por uma gestão profissional, nem sempre exercida por executivos que sejam, também, acionistas ou associados.

É aí que ganha impulso o conceito de Governança Corporativa. Alguns autores, como Tricker (2000), são contundentes ao afirmar que “o século XIX foi dos empreendedores, o século XX o da gestão e o século atual promete ser o da Governança Corporativa”.

Ela se faz presente pela necessidade de mediar os potenciais conflitos de interesse entre os diversos públicos da instituição, os chamados stakeholders: clientes, empregados, comunidade local, governo etc.

Tais conflitos acontecem, segundo especialistas, em virtude de algumas razões, tanto internas quanto externas. No primeiro grupo, podem ser citadas as falhas na relação entre executivos e acionistas e a atuação da direção em sentido conflitante ao que pretendem os acionistas. No segundo, as mudanças macroambientais; o movimento ativista dos investidores e as reações das entidades reguladoras aos excessos financeiros das empresas.

Seja de que ordem for, entretanto, a força dos processos de governança corporativa contribui para sistematizar as relações, ao mesmo tempo em que estende ao mercado o conceito de transparência na gestão. Isso, em outras palavras, significa explicitar as práticas de princípios como a lealdade, a conformidade e a prestação de contas aos seus diversos públicos.

Tal mecanismo fortalece o processo de profissionalização, ao mesmo tempo em que favorece ações como o realce da marca junto ao mercado e a confiabilidade dos investidores em processos como o de captação de recursos. Além disso, a utilização de modelos de governança corporativa facilita o enraizamento, junto aos executivos profissionais, dos valores institucionais oriundos dos proprietários, acionistas ou associados, indicando, com clareza, o rumo e as práticas que se pretende para o empreendimento.

No caso das escolas, entretanto, a situação não é tão tranqüila assim. Habituadas a conviver com uma administração doméstica durante séculos, muitas dessas instituições ainda resistem bravamente à introdução de mecanismos de gestão mais atuais e eficazes. Uma das principais causas está ligada às estruturas internas de poder. Embora muitas das suas lideranças percebam a necessidade de separar a propriedade do seu controle, elas relutam em pavimentar o caminho. Na sua ótica distorcida, entendem que isso representa perda de poder, não somente institucional, como também pessoal.

Em outras vezes, é o despreparo que gera a insegurança em ceder à profissionalização. O sentimento de vulnerabilidade que toca os gestores acaba por conduzir a um resultado ainda mais perverso. O do capitão que afunda com o navio.

Seja em virtude da ilusória perda do poder, seja pelo provável despreparo em lidar com a situação, o fato é que os dirigentes educacionais necessitam, urgentemente, considerar que essas duas justificativas ainda são frágeis para conter a necessária segregação entre a propriedade e o seu controle. A competitividade do mercado impõe rápidas mudanças para as quais boa parte dos atuais gestores educacionais encontra-se despreparada.

Se transparência e sustentabilidade já eram conceitos delicados para a comunidade educativa e suas lideranças, do ponto de vista do negócio, o que dizer de assuntos mais complexos como a abertura de capital e a captação de recursos?

O fato concreto é que se você, caro leitor, é parte do empreendimento chamado escola, quer no papel de proprietário, acionista, associado ou executivo, e seu modelo de gestão ainda não contempla o conceito de Governança Corporativa, é bom começar a colocar o assunto na pauta do dia, pois esse será o seu próximo dever-de-casa.

Leia sobre o assunto, pesquise e descubra as boas práticas de outros segmentos. Se necessário, utilize ajuda externa, como treinamentos, palestras e consultorias . Elas poderão ajudar a transpor obstáculos e pavimentar a estrada. Mas lembre-se: o mercado não espera muito e costuma ser impiedoso com os mais lentos...

Artigo Publicado pela Revista Linha Direta

domingo, fevereiro 06, 2011

iPad na educação

Troque a mochila pelo tablet


De um jeito ou de outro o problema das pesadas e desumanas mochilas escolares está encontrando alternativas de solução. Antes, a ideia era colocar escaninhos espalhados pelas escolas para que os alunos deixassem ali o "peso da responsabilidade" estudantil.

Solução "meia-boca", pois ainda são obrigados a revezar o pesado material ao deixar a escola. Ninguém se lembrou de que utilizam-no para fazer as tarefas de casa.

Outra solução, essa de fato mais duradoura, seria atualizar o conceito e o modelo de escola, vigentes. A era do conteudismo já acabou, mas nossos educadores ainda fincam o pé nesse território. Para manter no alto essa bandeira, precisam de um astronômico aparato de livros e cadernos. Coitados dos alunos que durante anos arrastam esse pesado fardo e, ao chegarem à vida adulta, ou sentem a obsolescência de todo aquele conteúdo ou percebem que não fazem a menor ideia de como utiliza-lo.

Mas, para amenizar as coisas, uma outra alternativa vem se juntar às anteriores. O arrojado e inovativo ambiente da tecnologia proporcioinou a recente difusão dos tablets. Com eles é possível reunir todo o material didático a ser utilizado num único e leve aparelhinho. E com inúmeras vantagens de conecção com a internet, visualização de filmes, acesso a e-books, videoconferência, jogos e por aí vai. Ao vivo e em cores! Instantâneo...

Como já havíamos cantado a pedra tempos atrás, algumas escolas já perceberam as vantagens e começaram a fazer deles uso obrigatório. A maioria nos Estados Unidos, onde vem se tornando material obrigatório para os alunos. As próprias escolas criaram, também, alternativas de acesso aos equipamentos, desde financiamentos até leasing e comodato, de modo que os alunos possam desfrutar dessa facilidade.

Acontece, porém, que dois entraves ainda persistem. O primeiro, velho conhecido, é a aversão dos professores à inovação. O corporativismo faz voz uníssona e rejeita qualquer tentativa de novos ares no segmento.

O segundo, deve-se, ao meu ver, à falta de aplicativos direcionados ao segmento educacional. Não se trata apenas de copiar o livro impresso para a versão digital. É mais que isso. Muito mais. Por ser um equipamento multimídia, será necessário reinventar métodos e formas de aprendizagem para que se possa tirar proveito de todo esse potencial. E aí voltamos ao primeiro entrave: os educadores.

Para resumir, deixo então a dica para o pessoal da tecnologia aplicada: A bola da vez são os aplicativos educacionais para tablets, em especial, para o iPad.

Agora é correr...

terça-feira, dezembro 21, 2010

Cultura & Inovação

Salada de Novidades

O ano vai terminando mas o mundo não para de girar. Aliás, parece que cada dia ele gira mais rápido. Cheguei a poucos dias de um retiro na vizinha Buenos Aires e já percebi que tinha ficado para trás. Perdi o lugar na fila enquanto fui ali e voltei. Como dizem os mais jovens, "a fila andou".

Correndo pra não perder de vez o ritmo, encontrei algumas novidades que valem a pena comentar. A primeira delas é o novo Facebook. Ele propõe uma nova revolução na rede a partir de 2011. Trata-se de um serviço que integra e-mail a outros serviços, como chat e SMS, centralizando as conversas em um único histórico e em um novo formato que deve estimular outros mercados devido sua praticidade e diferencial. E eu fico me perguntando como as escolas e os especialistas em educação estão vendo essas alternativas de comunicação sem criarem uma utilidade prática para elas dentro de um processo de ensino-aprendizagem.
Isso é perfeitamente possível. Existem brechas para educar e formar usando espaços inaproveitados, como fez a uma editora tailandesa, de onde vem a outra pitada de inovação. Ela percebeu a oportunidade de divulgar seus títulos num daqueles momentos em que a gente se sente um verdadeiro inútil: aguardando numa fila para ser atendido.

Conforme matéria publicada na revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, "A primeira inovação foi inserir resumos dos seus livros mais recentes nas senhas que as pessoas precisam pegar para serem atendidas. A empresa fez o mesmo com jogos americanos de restaurantes, que têm forma de um livro aberto e resumos das obras.
A empresa tailandesa ainda criou, também, um aplicativo para ser inserido em páginas em que o usuário precisa esperar até que algum dispositivo esteja completamente carregado. Basta escolher um dos livros que estão dispostos em “estante” virtual para ler enquanto espera um vídeo ser carregado, por exemplo."

Por aí se vê o quanto uma mente criativa e um olhar observador podem fazer. Será que tudo isso não inspira nossos estudiosos a criarem metodologias educativas ou aplicarem nas escolas inovações gerenciais que possam dar a elas uma nova dinâmica de organização, funcionamento e resultados?

Vamos pensar fora do quadrado!

quarta-feira, outubro 20, 2010

Educação Internacional

Rapidinhas...

Algumas notícias interessantes para o pessoal que curte educação ou está interessado em participar de algum curso no exterior.

Parceria levará estudantes brasileiros ao Canadá

Convênio firmado na última semana pelo Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) e a Association of Canadian Community Colleges (ACCC) possibilitará o intercâmbio de estudantes das Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica em escolas técnicas canadenses.
 
Instituição alemã oferece bolsas para brasileiros

Três programa de bolsas de estudo do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD) voltados a brasileiros interessados em estudar na Alemanha estão com inscrições abertas.
As oportunidades são para especialização em Artes Plásticas, Design e Cinema, e bolsas de pesquisa sobre Proteção ao Clima.

Para o primeiro as inscrições ficam abertas até 1 de novembro. Já os interessados em conseguir uma oportunidade na área de pesquisas o prazo termina no dia 15 de dezembro.

terça-feira, setembro 21, 2010

Vestibular inovador

Novos Ares

É sabido que o segmento educacional é um dos mais conservadores do mundo. Algumas instituições, entretanto, vêem tentando se ajustar aos novos tempos incorporando ferramentas mais modernas aos seus sistemas de ensino e vestibulares.

Veja algumas dessas iniciativas.

 A Tufts University, fundada há 158 anos, a partir de 2010, vai exigir pouco mais de um minuto de quem quiser estudar na instituição. Pelo menos durante a primeira etapa de seu processo seletivo. Localizada na região metropolitana de Boston, em Massachusetts, a universidade oferece agora aos candidatos a oportunidade de escolherem entre fazer uma tradicional redação ou registrar um vídeo com cerca de um minuto no YouTube – ou outro portal de fácil acesso. Mais...(http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI131508-16353,00-UNIVERSIDADE+ACEITA+VIDEO+DO+YOUTUBE+NO+LUGAR+DE+REDACAO+PARA+SELECIONAR+AL.html)

Em Bolonha (Itália), a recessão econômica transformou um curso na Universidade do Sorvete, num verdadeiro sucesso em 2009. Após perderem o emprego em grandes bancos e empresas, dezenas de executivos decidiram tentar a mão como empreendedores no maravilhoso mundo do sorvete italiano, aumentando em 90% o número de inscritos em relação ao ano anterior, que era de 6 mil alunos. Os estudantes, que pagam o equivalente a R$ 1.800 por semana por um dos seis cursos oferecidos na Carpigiani Gelato University, incluem também chefs vindos da Austrália, China, Sudão, Líbano e Reino Unido. Mais... (http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI119191-16367,00-COM+RECESSAO+EXECUTIVOS+VAO+REFRESCAR+IDEIAS+NA+UNIVERSIDADE+DO+SORVETE.html)

A Missouri University publicou uma regra que diz que, a partir das novas turmas que começam no outono deste ano (nos Estados Unidos, em setembro), todos os alunos de graduação de jornalismo são obrigados a ter ou um iPod Touch, ou um iPhone.

Segundo a universidade, o aparelho servirá para que os estudantes recebam palestras da própria faculdade, informações e outros complementos para as aulas assistidas. Os vídeos serão enviados pelo iTunes, a loja de mídias da Apple, e a universidade diz que não será cobrada nenhuma taxa para que os estudantes baixem os vídeos. Para os estudantes que provarem não ter condições de comprar ou o iPhone, ou o iPod Touch, a universidade oferece financiamentos, por meio de recursos para crédito estudantil do governo dos Estados Unidos. Mais...(http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI72133-16382,00-FACULDADE+EXIGE+IPOD+TOUCH+OU+IPHONE+PARA+ALUNOS+DE+GRADUACAO.html)
 
Será que os novos tempos, enfim, estão chegando à escola?

quarta-feira, março 12, 2008

Big Brother na escola


Escolas usarão Web para informar pais de alunos.

Parece que estamos entrando, de fato, na era do valor agregado. Escolas estão disponibilizando serviços até então impensados para o segmento. As notícias seguintes foram publicadas na grande mídia. Agora só falta mesmo a proliferação de um recurso utilizado por algumas instituições para as turmas de educação infantil e berçário: a câmera dentro da sala de aula. Vejam as notícias:

Escolas deduram alunos pela internet

Em tempos de Internet, cada vez mais "mentira tem pernas curtas" - pelo menos para os alunos das escolas que colocam na Web dados como faltas, notas e até tarefas atrasadas.A prática vem se tornando comum na rede particular de ensino. Em colégios paulistanos como Bandeirantes e Dante Alighieri, os pais podem saber, logo depois de terminado o turno, se os filhos assistiram a todas as aulas do dia.

"O objetivo não é vigiar. É estimular a responsabilidade. O aluno tem o direito de faltar, mas tem de aprender a assumir os próprios atos", diz Sérgio Américo Boggio, diretor de tecnologia aplicada à educação do Colégio Bandeirantes.No site do colégio Dante Allighieri, de São Paulo, também são publicadas informações sobre indisciplina ou problemas de desempenho escolar dos alunos. "Não há mais a possibilidade de o aluno dizer que perdeu o bilhete, esqueceu de entregá-lo ou mesmo falsificar assinaturas", diz Lauro Spaggiari, diretor pedagógico do colégio.

Lição em dia
Além de vilã dos alunos que "matam" aula, a Internet vem ganhando outra função: a de "dedo-duro" dos que não fazem tarefa-escolar."Meu filho sempre dizia estar com as lições em ordem, mas descobri, no site da escola, que não era bem assim", diz Elaine Petenussi, com dois filhos matriculados na escola Guedes de Azevedo, em Bauru (SP).No site da escola, há uma lista dos deveres que os alunos devem fazer em casa e observações sobre os trabalhos não entregues. "Mesmo quem faltou à aula pode saber o que deve estudar em casa. No ano passado, fizemos uma campanha que incentivava os alunos a fazer as tarefas, o que fez com que as médias nas provas subissem 20%", diz Sílvia Bertolaccini, coordenadora pedagógica da escola.

"Clima de Big-Brother"

Na Europa, as escolas já enviam mensagens por celular - SMS (Short Message Service, "serviço de mensagem curta", em inglês) - alertando aos pais de que os filhos faltaram à aula.Na Catalunha, região da Espanha, foram enviados, no último ano, um milhão dessas mensagens delatando os "cabulões", segundo o jornal local Avui. Lá, os professores dos colégios públicos entram em sala de aula com "palmtops" e disparam, daí, as informações para os pais.A diretora do colégio paulistano Oswald de Andrade Caravelas, Maria de Lourdes Trevisan, considera que há certo "exagero" no uso dessas tecnologias. "Enviamos por e-mail comunicados sobre atividades extra-curriculares, ou festas. Questões disciplinares preferimos tratar pessoalmente, com os pais", diz Trevisan. Fonte:UOL

Pais de alunos de escolas públicas inglesas poderão receber informações sobre o desempenho de seus filhos via celular ou Internet. O governo britânico está estudando a possibilidade, e pensa inclusive em criar salas de chat onde pais e professores poderiam conversar.

A produção de podcasts informativos das escolas também está sendo cogitada. O objetivo da iniciativa, segundo a BBC, seria melhorar as relações entre pais e escola e oferecer auxílio às crianças que enfrentam dificuldades de aprendizado.

O anúncio oficial poderá ser dado pelo ministro da Educação, Jim Knight, no início do ano que vem. "Trata-se não apenas de facilitar as coisas para os pais, mas sim de descobrir novas formas envolver estes pais no aprendizado de seus filhos, principalmente aqueles pais com quem não conseguimos conversar", explicou um porta-voz do ministério inglês. Redação Terra