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segunda-feira, julho 01, 2013

Professores de hoje

Em Primeira-mão 
Meu professor tem 13 anos
Por Marcelo Freitas

Como muitos dos leitores, tenho dois filhos em idade pré-adolescente. Uma experiência ímpar em todos os sentidos. Para nós educadores, então, um laboratório de observação sem igual. Lembro-me quando Júlia, a mais nova, interveio numa conversa entre os “adultos” da casa para fazer uma observação sobre a cultura Maia e me deixou de boca aberta. Tinha apenas 6 anos, à época. Intrigado, perguntei se havia aprendido aquilo na escola e, de repente, ela soltou: “não papai, foi no Discovery Kids”. 

Algumas conversas depois e lá vinha ela com outra consideração desse naipe. De novo perguntei: sua professora te disse isso? E ela novamente soltou: “não papai, passou no programa “X”, do Disney Chanel”. Bingo. Aí me perguntei: continuo pagando a escola ou somente a TV a cabo?

Ainda com aquilo girando pela cabeça saí com o Rafa, o mais velho. 8 aninhos na época. Enquanto dirigia, emprestei-lhe meu novo smartphone e disse que tinha um joguinho legal para ele brincar. Comentei que depois de pelo menos uma hora jogando, ainda não tinha conseguido avançar da primeira fase. Pelo retrovisor podia vê-lo no banco de trás, concentrado, “fuçando” o celular. Quando chegamos ao destino, perguntei a ele: “Conseguiu encontrar o joguinho? Tentou jogar”? E ele me respondeu, com a maior naturalidade: “Tô na fase 3”.

Hoje em dia, já com 13 anos, ele é meu consultor de mídias. Me ensina a jogar aqueles games que exigem atenção múltipla, destreza manual e raciocínio extremamente rápido para tomar decisões. Me mostra como baixar filmes, instalar softwares e coisas do gênero. Quando pergunto a ele como descobriu determinados “atalhos” no game, ele simplesmente me responde: “Ué, pai, digita aí no Google  - manhas do game X - que vc acha. Aproveita e assiste uns vídeos no Youtube sobre o joguinho. O que eu não descobri eu entrei numa comunidade com outros jogadores e eles me ensinaram”. Cheque-mate.

Estou dizendo tudo isso apenas para ilustrar como as novas gerações aprendem e lidam com o conhecimento. Chegam ao ponto de uma criança de 8 anos ensinar a outras em idade as mais variadas. A escola já não é mais o centro das atenções e da aprendizagem, embora esteja lá para cumprir a missão de ensinar. As novas gerações “se viram” de outras formas e o resultado final é extremamente próximo daqueles alcançados pela escola. Às vezes, até melhor.

Vi recentemente uma palestra  do indiano Sugata Mitra, na plataforma do conhecimento TED – Ideas Worth Spreading, onde ele relata situações semelhantes e suas experiências nesse universo. Fala sobre o modelo que suporta as escolas e de como preparamos nossos alunos para serem iguais, uns aos outros. E comenta sobre a capacidade das novas gerações em experimentar e aprender sozinhos ou com a ajuda de outras crianças e agentes, que não aqueles da escola formal. 

A exemplo do que ele fez, tente disponibilizar a uma criança em idade escolar um computador e veja o que acontece. Se os programas estiverem em outro idioma, não tem problema. Eles dão um jeito. Você se surpreenderá com o que essa criança fará num curto espaço de tempo. 

A moral da história é que a lógica do nosso sistema educacional e, em particular das nossas escolas, não se sustenta mais. É preciso incorporar novos paradigmas e começar a trabalhar noutra direção. Pergunto: Por que nossas escolas dividem as turmas de acordo com a faixa etária, por exemplo? Certamente não faltarão argumentos de professores e pedagogos para justificar essa premissa. Não os discuto. Apenas questiono se isso trás, de fato, resultados acima daqueles que seriam obtidos no caso de um grupo mais diversificado. Afinal, em casa, os irmãos geralmente aprendem uns com os outros, sem que tenham a mesma idade. As trocas e experiências nesse sentido são ricas. 

Os resultados apresentados por Sugata Mitra, os quais compartilho, nos faz realmente pensar diferente. Os maiores ensinando os menores. Os menores questionando os mais velhos e instigando-os a buscar respostas. Por que não?

As tecnologias estão à disposição para novas experiências de ensino-aprendizagem mas, antes de qualquer coisa, é preciso mudar o olhar. Ousar. Arriscar passos novos. Enxergar o que está acontecendo e, a partir daí, dar forma às novas maneiras de se aprender, tendo como base novas premissas. E aí sim, gerir um novo negócio chamado, quem sabe, “escola”.

(artigo a ser publicado na edição de agosto da Revista Gestão Educacional)

domingo, fevereiro 06, 2011

iPad na educação

Troque a mochila pelo tablet


De um jeito ou de outro o problema das pesadas e desumanas mochilas escolares está encontrando alternativas de solução. Antes, a ideia era colocar escaninhos espalhados pelas escolas para que os alunos deixassem ali o "peso da responsabilidade" estudantil.

Solução "meia-boca", pois ainda são obrigados a revezar o pesado material ao deixar a escola. Ninguém se lembrou de que utilizam-no para fazer as tarefas de casa.

Outra solução, essa de fato mais duradoura, seria atualizar o conceito e o modelo de escola, vigentes. A era do conteudismo já acabou, mas nossos educadores ainda fincam o pé nesse território. Para manter no alto essa bandeira, precisam de um astronômico aparato de livros e cadernos. Coitados dos alunos que durante anos arrastam esse pesado fardo e, ao chegarem à vida adulta, ou sentem a obsolescência de todo aquele conteúdo ou percebem que não fazem a menor ideia de como utiliza-lo.

Mas, para amenizar as coisas, uma outra alternativa vem se juntar às anteriores. O arrojado e inovativo ambiente da tecnologia proporcioinou a recente difusão dos tablets. Com eles é possível reunir todo o material didático a ser utilizado num único e leve aparelhinho. E com inúmeras vantagens de conecção com a internet, visualização de filmes, acesso a e-books, videoconferência, jogos e por aí vai. Ao vivo e em cores! Instantâneo...

Como já havíamos cantado a pedra tempos atrás, algumas escolas já perceberam as vantagens e começaram a fazer deles uso obrigatório. A maioria nos Estados Unidos, onde vem se tornando material obrigatório para os alunos. As próprias escolas criaram, também, alternativas de acesso aos equipamentos, desde financiamentos até leasing e comodato, de modo que os alunos possam desfrutar dessa facilidade.

Acontece, porém, que dois entraves ainda persistem. O primeiro, velho conhecido, é a aversão dos professores à inovação. O corporativismo faz voz uníssona e rejeita qualquer tentativa de novos ares no segmento.

O segundo, deve-se, ao meu ver, à falta de aplicativos direcionados ao segmento educacional. Não se trata apenas de copiar o livro impresso para a versão digital. É mais que isso. Muito mais. Por ser um equipamento multimídia, será necessário reinventar métodos e formas de aprendizagem para que se possa tirar proveito de todo esse potencial. E aí voltamos ao primeiro entrave: os educadores.

Para resumir, deixo então a dica para o pessoal da tecnologia aplicada: A bola da vez são os aplicativos educacionais para tablets, em especial, para o iPad.

Agora é correr...

segunda-feira, outubro 10, 2005

Informática

Pragas da Tecnologia

A tecnologia é, sem dúvida, uma das questões mais relevantes da atualidade. Digo isso porque, dentre outras coisas, dependo dela para desenvolver meu trabalho. Aliás, sem ela é quase impossível fazê-lo.

O fato é que, vez por outra, nos vemos em conflito com ela. Já faz uma semana que tive problemas no meu computador. Depois de 5 dias na assistência técnica veio um veredito fulminante: temos que trocar a placa-mãe. Traduzindo em cifrões, são aproximados R$3,5 mil. Nesse valor não deveria se chamar placa-mãe, afinal é uma família inteira... Daí que aqui estou eu, num cibercafé, postando esta mensagem.

Aproveitando esse infortúnio, tenho encontrado sempre em meio ao círculo de educadores ferrenhos inimigos da tecnologia. E por razões bem menos pecuniárias que aquelas que agora me afligem. Apenas pelo fato de não a entenderem... e não tentarem entendê-la. Acreditam que passar seus conteúdos no quadro-negro, no velho e cansado modelo cuspe-giz ainda é o mais eficaz. Será que perguntaram isso aos seus alunos?

Enquanto isso eles seguem trocando torpedos em seus celulares...