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terça-feira, outubro 24, 2023

ChatGPT e seu impacto

 

ChatGPT: Qual o impacto no RH das escolas?

 Se professores do Ensino Médio terão que se reinventar diante da acessibilidade e popularização dos novos e poderosos algoritmos de Inteligência Artificial, o que dizer dos profissionais de RH?

 Por Marcelo Freitas


Segunda-feira, início da manhã. Soa o sinal e todos se acomodam nas suas respectivas salas de aula, em meio ao característico burburinho das turmas do Ensino Médio. Em seguida, o professor toma seu lugar à frente de todos e pede aos alunos que escrevam uma resenha sobre um dos livros de literatura listados para o próximo vestibular. Em menos de 5 minutos vários alunos já apresentam suas folhas de respostas.

Enquanto isso, do outro lado da escola, na sala da assessoria de Marketing, o gestor escolar solicita ao analista um panorama do mercado local e pede ações de enfrentamento à concorrência, com base nas informações colhidas. Embora o levantamento dos dados e a composição da análise tenham transcorrido rapidamente, as conclusões e recomendações encalham.  

 Nos dois exemplos acima, o uso intensivo da tecnologia se fez presente. No primeiro, o aluno faz uso do ChatGPT e tem a tarefa solicitada pelo professor concluída rapidamente pela ferramenta tecnológica, de forma autônoma. Já na segunda situação, o uso dos algoritmos permitiu colher as informações e rapidamente disponibiliza-las em forma de texto. Entretanto, a exploração dessas informações, o cruzamento desses dados com a realidade interna e, finalmente, um desfecho conclusivo com a profundidade e o feeling que um experiente analista pode agregar, não aconteceu.

 Ocorre que para realizar várias tarefas - tanto na vida pessoal quanto profissional – contamos hoje em dia com o auxílio de aplicativos e algoritmos. Em muitas situações, chegamos ao ponto em que as máquinas, e seus softwares nelas embarcados, definem o que deve ser feito. Mas até a que ponto podemos levar essa situação? Quanto a Inteligência Artificial deve interferir nessas tomadas de decisões ou mesmo na execução de uma tarefa? E no caso dos gestores, estariam eles ameaçados de perder suas funções de gestão para um avatar inteligente? Essas e muitas outras perguntas começam a circular, não somente entre professores que veem trabalhos acadêmicos dos alunos sendo feitos por algoritmos, mas também entre os especialistas de RH.

 Muitas perguntas, poucas respostas no horizonte

 É fato que, a cada dia, novos e poderosos algoritmos de Inteligência Artificial avançam sobre todos os setores de atividades e as escolas não estão imunes a eles. Pelo contrário. Elas serão altamente impactadas e é importante que seus gestores entendam isso. Esses impactos virão de vários lados, o principal deles na sala de aula e nas metodologias de ensino, aprendizagem e critérios de avaliação. Mas a escola também será atingida pelos flancos, em especial nos aspectos ligados à sua principal “matéria-prima”: seus professores e profissionais. Um viés, portanto, ainda pouco explorado e, por conseguinte, ainda incipiente nas estratégias de gestão de pessoas das instituições educacionais.

 Por outro lado, é bom lembrar que esse movimento de avanço da IA ocorre simultaneamente à crescente valorização das competências e habilidades das pessoas. Isso tanto no eixo educacional, em processos de ensino-aprendizagem, como no empresarial, nas políticas de seleção, desenvolvimento e remuneração de profissionais. Esse movimento remete à premissa de que os melhor qualificados serão aqueles que souberem agregar valor ao que a máquina e seus algoritmos produzam. Gente que saiba pensar fora da caixa, ter ideias, ser criativo e tomar decisões baseadas em situações inusitadas. Gente que será capaz de superar os códigos de programação usando habilidades que só os humanos possuem (pelo menos, ainda). Gente capaz de gerar empatia e sinergia.

 De aluno a profissional

 Algoritmos são capazes de aprender a grade inteira de um curso e todas as habilidades de uma função em poucos minutos, o que facilita e agiliza inúmeros processos. Dado que estamos em uma era onde a eficiência é a chave para uma organização ser infinita, os avatares parecem mesmo ser uma boa solução para os negócios. Mas nesse processo, a escola estaria formando um contingente de profissionais que vai agregar valor aos seus pares digitais ou apenas criando uma geração que, aos poucos, vai deixando de pensar e se tornando tecno dependente?

 Esse dilema é ainda mais relevante quando lembramos que o mesmo jovem que utiliza a IA para se dar bem na tarefa solicitada pelo professor é aquele que estará no mercado de trabalho daqui alguns anos.

 Ligados nessa visão de futuro, alguns professores estão redesenhando seus cursos completamente, adotando mudanças que incluem mais exames orais, trabalhos em grupo e atividades que precisam ser realizadas manualmente. Mas, na outra ponta, será que os profissionais de RH das escolas e mantenedoras estão se preparando adequadamente para lidar com esse novo desafio?

(Artigo publicado na Revista Linha Direta)

terça-feira, janeiro 29, 2019

Inovação

De volta para o futuro

Compartilho com vocês nosso artigo publicado pela revista Linha Direta, edição de novembro 2018. Uma reflexão sobre a importância do uso de cenários nas estratégias de negócios.



terça-feira, novembro 13, 2018

Cara de unicórnio,
cabeça de dinossauro.


Muitas empresas e escolas estão buscando se adaptar rapidamente ao novo ambiente 4.0. Entretanto, não basta apenas se encher de tecnologia. Nesse artigo que escrevi para a revista Linha Direta, procuro apresentar algumas facetas dessa revolução. Acompanhe.




quarta-feira, março 14, 2018

Educação e inovação

Os novos rumos da Educação


Oi pessoal. Tive o prazer de conversar com a jornalista Déborah Rajão, da Rádio Inconfidência de Belo Horizonte e falamos um pouco sobre os rumos da Educação diante da Revolução Tecnológica. Acompanhe aí o nosso papo.


quinta-feira, fevereiro 15, 2018

2030

Tá preparado? 2030 já está em curso. 

Por Marcelo Freitas



Imagine que você é contratado para criar um veículo. Ele, entretanto, deverá circular pelas ruas da sua cidade, não no próximo ano, mas em 2030. Embora vá começar a esboçar o projeto de imediato, seria sensato imaginar que você, sendo um bom projetista, se debruçaria sobre a análise do ambiente onde este veículo seria introduzido, não é mesmo?

  • Qual contexto o envolveria? 
  • Como seriam as vias de tráfego nesse ano, localizado no futuro? 
  • Quais os materiais estariam disponíveis? 
  • Que tipo de combustível? 
  • Qual a tecnologia de produção a ser utilizada? 
  • E que tipo de pessoas usaria esse veículo? 
  • Qual seria o perfil dos profissionais que sua equipe necessitaria para tocar a fábrica?


Agora imagine uma organização em que a matéria-prima dos seus serviços leva algo em torno de 20 anos para ser transformada em resultado final. Não seria igualmente sensato avaliar o contexto e o ambiente no qual seria integrada, quando o processo fosse terminado?

Estou falando da empresa "Você S/A". Para que se torne um profissional, esse foi o tempo dispendido na sua preparação. São aproximados 20 anos de trabalho e construção. E que não pode parar.

Usando a mesma analogia do veículo, é importante que você observe o futuro para, desta maneira, direcionar sua preparação profissional para encarar os desafios que ele vai te apresentar. Vamos à reflexão:

  • Que conhecimentos você vai precisar? 
  • Quais as competências lhe serão exigidas no seu ambiente de trabalho, um local que certamente será dominado por automação sem precedentes? 
  • Quais aptidões deverão ser fomentadas no seu desenvolvimento, para se caracterizarem como diferenciais competitivos em um mundo inundado de inteligência artificial? 


Um estudo

Pensando nessas questões, três grandes instituições se juntaram para produzir o relatório “The Future of Skills: Employment in 2030”  (O futuro das habilidades: Emprego em 2030). Esta publicação, organizada pela Pearson, uma das organizações líderes mundiais em educação, em parceria estratégica com a Nesta, fundação dedicada à inovação, e a Escuela Oxford Martin, o centro de investigação em problemas globais da Universidade de Oxford, no Reino Unido, aprofunda a discussão sobre a automação e propõe um caminho para lidar com a situação.

Trata-se de indicar as habilidades, competências e conhecimentos que os profissionais de distintas áreas necessitarão para permanecer relevantes em um futuro não muito distante. Importante salientar que o estudo não considerou apenas a automação, mas também outros fatores como a globalização; as mudanças demográficas; a sustentabilidade ecológica; a crescente urbanização e disparidade econômica e as incertezas políticas.

A informação relevante é que as competências socioemocionais estão em alta, até por serem elas mais duradouras e pertinentes num ambiente em constante mudança. Por outro lado, os diplomas e licenciaturas deixarão de ser o principal requisito de empregabilidade, na medida em que os profissionais se adaptarão a trabalhar em um ambiente tecnológico em constante evolução.

Para finalizar, aí vão as principais habilidades e competências apontadas pelo estudo:

Ranking Reino Unido

1 Fluidez de Ideias
2 Critério e Tomada de Decisões
3 Originalidade
4 Aprendizagem ativa
5 Avaliação de Sistemas
6 Estratégias de Aprendizagem
7 Resolução de problemas complexos
8 Pensamento Crítico
9 Análise de Sistemas
10 Raciocínio Lógico e dedutivo

Esta na hora, portanto, de focar no futuro e se preparar para os novos desafios. E se for preciso uma ajudinha, conte conosco!

quinta-feira, janeiro 25, 2018

Gamefication

O “faz de conta” digital 


Antes de colocar os pés em um avião militar, os pilotos são exaustivamente treinados para conhecer cada minúcia daquele equipamento. São jornadas exaustivas, estudando e conhecendo o seu funcionamento, a função de cada peça e dos seus instrumentos de controle.

Mas isso não basta. É igualmente importante entender a reação do equipamento, e do piloto, em situação de voo, sob os mais diversos tipos de ambiente. Para tal, é preciso desenvolver habilidades e competências próprias, como raciocínio rápido, tomadas de decisão em situações de emergência ou sob fogo cruzado. Habilidades desse tipo não se aprendem lendo manuais. É preciso colocar a mão na massa. Mas como fazer isso sem colocar em risco a vida do piloto e um equipamento de milhões de dólares?

A resposta é através do “faz de conta”. Sem tirar as rodas do chão, réplicas das cabines e painéis de controle são utilizados com eficiência nos treinamentos. Abastecidos com sistemas inteligentes que reproduzem situações da realidade, os simuladores são altamente eficazes na tarefa de avaliar situações problemas, as tomadas de decisão e as consequências decorrentes. Com uma grande vantagem: não há mortes nem perdas reais.

Uma outra virtude do uso de simuladores, é que as decisões tomadas em cada exercício, e suas consequências, podem ser depois avaliadas, revistas e compartilhadas. O uso desse tipo de prática em segmentos como o militar, tem demonstrado alto grau de eficiência no processo de aprendizagem e aquisição de competências por parte dos treinandos.

Tomando esse exemplo como referência, podemos inferir que metodologias semelhantes poderiam, e deveriam, ser utilizadas com mais intensidade nas escolas. Embora no Ensino superior essa prática já venha acontecendo em áreas como a saúde e as engenharias, ela ainda não é uma prática muito comum nas escolas de Educação Básica.

Nesse caso específico, ao contrário do que se pode imaginar, não é necessário um alto investimento para tornar o uso de simuladores uma prática corriqueira. Isso porque o mercado de games dessa natureza já está bastante recheado de alternativas. Elas vão dos jogos de estratégia, àqueles que desenvolvem habilidades de gestão, passando por um espectro de possibilidades bastante sortido. Neles o participante pode assumir o papel de um presidente da república, que precisa lidar com a diplomacia internacional, ou um executivo, que negocia contratos com fornecedores de outros países, ou ainda um general, que conduz seu exército para batalhas que envolvem ganhos de territórios. Também pode ser o piloto de um avião em plena segunda guerra mundial, ou um agente de polícia, que tem que desbaratar um cartel de traficantes.

A grande vantagem é que esses games estão disponíveis em qualquer loja física ou plataforma digital, pagos ou gratuitos. E mais: em alguns deles se pode jogar em equipe e online, em tempo real.
Até mesmo a aplicação de estudos de casos, método de aprendizagem já bem difundido entre os professores, podem ser amplamente enriquecidos com a utilização de games e simuladores. Além de possibilitar avaliações de causa e efeito, o uso de games torna o aprendizado leve e atraente para os alunos, mesmo em situações complexas da realidade.

Além do desenvolvimento de habilidades socioemocionais, os simuladores também permitem maior interação dos estudantes com a situação problema, a troca constante de opiniões entre eles e, a partir daí, a construção colaborativa do conhecimento.

Some-se a todas essas vantagens o fato de que a utilização de simuladores permite aos alunos ter o resultado imediato de uma avaliação sobre sua aprendizagem, porém, não como uma nota ou avaliação numérica, mas com distintivos e condecorações decorrentes da utilização de princípios de gameficação. Esse tipo de avaliação permite que os professores estabeleçam distintivos digitais de acordo com os resultados e consequências das decisões tomadas nos casos.

Bom pra todo mundo. Que tal, então, transformar a escola num lugar onde o “faz de conta” é uma ferramenta eficaz para o desenvolvimento de competências? Se precisar de uma mãozinha, conte conosco . Basta entrar em contato e conversamos.

(Artigo publicado na revista Linha Direta de outubro/2017)

quarta-feira, julho 23, 2014

Projetos e games na pauta
Marcelo Freitas

Uma das grandes questões que desafiam as escolas de hoje é, sem dúvida, encontrar um novo caminho para o processo de ensino e aprendizagem. No mundo inteiro, escolas e seus educadores trabalham para alinhar as metodologias aos novos tempos de informação Just in Time. Algumas dessas experiências, felizmente, já dão sinal de vida.

Imagine uma faculdade sem aulas, nem provas e na qual é possível se formar no tempo que os estudantes quiserem ou conseguirem? Ela existe nos Estados Unidos e atende pelo nome de College for America[1].
Para se formar nessa escola, uma instituição fundada em outubro de 2013 e ligada à Universidade do Sul de Nova Hampshire, os alunos precisam realizar projetos que comprovem que eles desenvolveram um conjunto de competências exigidas pelo programa. E isso ocorre somente através de interação on-line.

O projeto foi desenvolvido a partir do laboratório de inovação, criado pela universidade, para atender as pessoas que já estão no mercado de trabalho, mas sentem necessidade de melhorar sua formação para conquistar melhores oportunidades, uma realidade também muito comum no Brasil, onde apenas 12% dos que têm 25 anos ou mais têm curso superior completo. Daí a flexibilidade.

Preocupada com o futuro da educação superior nos Estados Unidos, cujo modelo atual enfrenta dificuldades de financiamento (o volume de empréstimos estudantis supera o de créditos disponíveis) o projeto foi desenvolvido para ter o preço, como grande diferencial. A anuidade custa US$ 2.500, o que representa pelo menos a metade do que é cobrado por cursos semelhantes em instituições voltadas a alunos de menor renda, os chamados community colleges. Para alcançar esse patamar, o projeto recebeu apoio e financiamento da Fundação Bill & Melinda Gates, o que  permitiu fundar a nova faculdade.

Este é outro bom exemplo para os nossos gestores educacionais. Ele demonstra a necessidade de abertura e envolvimento da escola com outros agentes da sociedade, no sentido de financiar as suas operações, reduzindo-se a dependência das mensalidades.

Como os alunos não têm obrigação de assistir a aulas, algumas pessoas que participaram da fase piloto, que começou em janeiro de 2013, já foram diplomados. Outras, com menos disponibilidade ou mais dificuldades, poderão demorar mais do que tempo considerado usual. O referido diploma, ao qual os alunos têm acesso na College for America, é um “Associate Degree”, uma formação sem equivalência no ensino superior brasileiro, que compreende um curso de formação de tecnólogos (também correspondente aos dois primeiros anos de um bacharelado nos EUA).

A participação da College for America ainda é insignificante no contexto das mais de 1.000 community colleges, que atendem 13 milhões[2] de alunos nos EUA, mas seu ritmo de crescimento é acelerado. Em junho de 2012, quando o laboratório que inventou o modelo foi criado, quatro pessoas trabalhavam nele. Hoje, com cerca de 50 funcionários, atende 500 alunos, número que cresce todos os meses. Por enquanto, só é possível participar do programa quem for indicado por uma empresa ou associação comunitária, que normalmente também fornece um auxílio para se pagar pelo curso. Mas a ambição dos criadores é transformá-lo num modelo que possa ser replicado e diversifique o ensino superior nos EUA.

A ideia, e a operação, são interessantes. Os estudantes da College for America têm acesso a um sistema on-line onde encontram instruções, recursos, fontes e indicações de onde devem pesquisar o que não sabem ainda para realizar os projetos, assim como as competências que precisam cumprir e os critérios pelos quais serão avaliados. Cada um deles também conversa desde o início com um tutor, que o ajuda a definir e planejar os projetos a serem feitos, tira dúvidas e tenta antecipar dificuldades que podem surgir.

Para receber o diploma, é preciso realizar de 20 a 55 projetos, dependendo da complexidade de cada uma dessas atividades. Alguns são menores, como escrever uma redação, e outros maiores, como uma tarefa de história da arte em que os alunos devem criar uma exposição virtual de um museu e ensinar como observar os trabalhos artísticos, como se fossem um guia. Ao todo, os estudantes devem comprovar 120 competências em áreas como comunicação, pensamento crítico e negócios.

Uma vez concluídos, os projetos são submetidos a uma comissão que os analisa a partir de rubricas em até 48 horas. Isso significa que os avaliadores observam uma série de critérios que, por sua vez, correspondem às competências exigidas. Se os alunos atingem o esperado, seguem em frente. Se não, recebem um relatório com comentários sobre cada critério.

Esse modelo de avaliação, totalmente focado em projetos, deixa bem claro para os alunos o que é exigido deles e o que eles devem cumprir.

O conceito de aprendizagem por projetos não é novo. Entretanto, nem sempre é bem utilizado e avaliado. Um projeto desenvolvido para o curso “Fundamentos de Estratégia para Gestores Empreendedores”[3], tem inovado nesse sentido. Nele os participantes trabalham conceitos de estratégia empreendedora utilizando um simulador, no formato de game. Assim, ao mesmo tempo em que aprendem os conceitos, os participantes os colocam em prática e verificam quais foram os resultados produzidos por suas estratégias, a partir de indicadores e metas contidos no game e definidos pelos participantes.

Cursos como este e ideias como a da College of America são uma boa maneira de educadores e gestores educacionais explorarem novos modelos e usos de projetos e metodologias, que podem mudar o rumo dos processos de ensino e aprendizagem.



Artigo publicado pela Revista Linha Direta

[1] Fonte: Porvir (fragmentos)
[2] Fonte: Dados da AACC (American Association of Community Colleges), de 2011.
[3] Curso oferecido na modalidade “in company” pelo Movimento Escola Responsável. Obtenha maiores detalhes através do email contato@escolaresponsavel.com

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Tecnologia da Informação

Um sucesso!


No evento, tivemos a oportunidade de falar sobre como as novas tecnologias podem contribuir para a educação e como estão impactando a escola. como consequência, tornou-se evidente a necessidade de criar um ponto de ruptura nos modelos de ensino-aprendizagem até hoje adotados.

A evolução tecnológica está mudando o conceito de aquisição do conhecimento. No atual, mas já ultrapassado modelo, o processo é baseado no binômio ESTRUTURA > JUST IN CASE. A escola estrutura o conhecimento e o transfere em enormes quantidades para os alunos, para o caso de necessitarem dele, um dia, quem sabe.

Hoje, a demanda é CONJUNTURA > JUST IN TIME. O conhecimento é organizado de acordo com a conjuntura e é disponibilizado no momento em que dele se precisa. Uma total mudança de paradigmas, que, infelizmente, educadores e escolas ainda não incorporaram.

Além disso, também comentamos sobre alguns dos entraves em se adotar novos conceitos educacionais que se alinhem à evolução tecnológica:
  • corporativismo docente;
  • estrutura do sistema de ensino (que ainda privilegia o conteúdo - vide vestibular, em detrimento das competências e habilidades);
  • falta de métodos consistentes para a incorporação de novas tecnologias;
  • carência de softwares de gestão do conhecimento e programas educacionais que possam ser embarcados em equipamentos de ponta, como os tablets.
Esses foram alguns dos problemas apontados e que merecem a atenção de educadores e gestores educacionais para que haja o tão esperado salto qualitativo da nossa educação.


domingo, fevereiro 06, 2011

iPad na educação

Troque a mochila pelo tablet


De um jeito ou de outro o problema das pesadas e desumanas mochilas escolares está encontrando alternativas de solução. Antes, a ideia era colocar escaninhos espalhados pelas escolas para que os alunos deixassem ali o "peso da responsabilidade" estudantil.

Solução "meia-boca", pois ainda são obrigados a revezar o pesado material ao deixar a escola. Ninguém se lembrou de que utilizam-no para fazer as tarefas de casa.

Outra solução, essa de fato mais duradoura, seria atualizar o conceito e o modelo de escola, vigentes. A era do conteudismo já acabou, mas nossos educadores ainda fincam o pé nesse território. Para manter no alto essa bandeira, precisam de um astronômico aparato de livros e cadernos. Coitados dos alunos que durante anos arrastam esse pesado fardo e, ao chegarem à vida adulta, ou sentem a obsolescência de todo aquele conteúdo ou percebem que não fazem a menor ideia de como utiliza-lo.

Mas, para amenizar as coisas, uma outra alternativa vem se juntar às anteriores. O arrojado e inovativo ambiente da tecnologia proporcioinou a recente difusão dos tablets. Com eles é possível reunir todo o material didático a ser utilizado num único e leve aparelhinho. E com inúmeras vantagens de conecção com a internet, visualização de filmes, acesso a e-books, videoconferência, jogos e por aí vai. Ao vivo e em cores! Instantâneo...

Como já havíamos cantado a pedra tempos atrás, algumas escolas já perceberam as vantagens e começaram a fazer deles uso obrigatório. A maioria nos Estados Unidos, onde vem se tornando material obrigatório para os alunos. As próprias escolas criaram, também, alternativas de acesso aos equipamentos, desde financiamentos até leasing e comodato, de modo que os alunos possam desfrutar dessa facilidade.

Acontece, porém, que dois entraves ainda persistem. O primeiro, velho conhecido, é a aversão dos professores à inovação. O corporativismo faz voz uníssona e rejeita qualquer tentativa de novos ares no segmento.

O segundo, deve-se, ao meu ver, à falta de aplicativos direcionados ao segmento educacional. Não se trata apenas de copiar o livro impresso para a versão digital. É mais que isso. Muito mais. Por ser um equipamento multimídia, será necessário reinventar métodos e formas de aprendizagem para que se possa tirar proveito de todo esse potencial. E aí voltamos ao primeiro entrave: os educadores.

Para resumir, deixo então a dica para o pessoal da tecnologia aplicada: A bola da vez são os aplicativos educacionais para tablets, em especial, para o iPad.

Agora é correr...

segunda-feira, setembro 25, 2006

Política e voto


Liberdade do voto
Uma verdadeira democracia começa pela liberdade do cidadão de escolher seus representantes? Não. Na verdade ela começa pelo poder de exercer ou não esse direito. Essa questão precede a primeira. Nenhum cidadão deveria ser obrigado a votar, pois isso acaba ferindo o direito ao livre arbítrio, na sua raiz.

A obrigatoriedade do voto acaba por arranhar o direito básico da democracia e da liberdade. Como pode alguém dizer que é livre para votar em quem quiser se, antes disso, ele é obrigado a fazê-lo? A questão do voto compulsório, no fundo, desqualifica o voto. Permite que cidadãos apenas o exercitem por força da obrigatoriedade, transformando-o numa simples atividade que, se não realizada, implica em penalidades.

Através do voto obrigatório, transformamos a qualidade em quantidade. Multidões de despreparados, mal-informados e alienados políticos votam em qualquer um ou naqueles cujas promessas de benefícios voláteis lhe são apresentados na forma de promessas ou ameaças. O resultado disso estamos presenciando: a verdadeira espoliação do bem público por um bando de ladrões instalados no poder. Até quando teremos que sujeitar o país às escolhas daqueles menos iluminados? A quem interessa o voto do menos esclarecido (apesar da resposta nos parecer óbvia!)? Quanto deixaremos de trocar a qualidade pela quantidade?

Se a reforma política um dia vier a acontecer, que tal começar pela não-obrigatoriedade do voto?

terça-feira, maio 02, 2006

Educação


O Estado de São paulo 16/4/2006
Escolas decretam o fim da lousa

Com a invasão da tecnologia nos colégios particulares, aluno usa controle remoto e professor ensina em tela
Ricardo Westin

As provas já podem ser feitas em casa, pela internet. Os professores fazem a chamada com computadores de mão. As circulares endereçadas aos pais chegam pelo e-mail. O avanço da revolução digital sobre as salas de aula não poupa nem mesmo a boa e velha combinação do giz com o quadro-negro: as lousas agora são digitais e interativas.

As novas tecnologias não se limitam à casa ou ao trabalho. Também os colégios - obviamente com mais força os particulares - têm se preocupado em adotar as novidades. Aos poucos, deixam de encarar a revolução digital na educação como um laboratório cheio de computadores destinados a lições de informática aplicada. "As crianças e os adolescentes de hoje são nativos digitais. Nasceram no mundo do computador, do celular. Ao contrário de nós, que somos imigrantes digitais. Se não nos adaptarmos, o diálogo com eles ficará difícil", afirma o professor Sérgio Américo Boggio, um dos diretores do Colégio Bandeirantes, de São Paulo.

O avanço é tão rápido que essa escola aboliu o quadro-negro de 70% das salas. A chamada lousa digital, vedete dos colégios hi-tech, ocupou seu lugar. Parece um simples projetor ligado a um computador. Mas é só a primeira impressão. Além de escrever, o professor pode usar som e vídeo e acessar a internet. E não precisa se debruçar sobre o computador: tudo é feito diretamente na lousa, com canetas e apagadores especiais.

Assim, numa aula de geografia que tem a Índia como tema, o professor pode recorrer ao mundialmente conhecido Google Earth (site que traz detalhadas fotos de todo o planeta tiradas por satélite), exibir imagens da capital do país, Nova Délhi, e abrir a página do primeiro-ministro indiano. Além disso, a aula toda pode ser gravada e jogada na página do colégio na internet. O aluno que faltou não perde a lição.

FIM DA ABSTRAÇÃO

Isso, na avaliação dos profissionais da área, é uma vantagem tanto para alunos como para professores. "Acho um privilégio que eles pertençam a uma geração com tantos recursos", diz Solange Perazza, coordenadora do Colégio Pentágono, também em São Paulo. "Antes, as coisas vinham de uma forma abstrata. Nós tínhamos dificuldade para aprender, elaborar internamente determinados assuntos. Hoje se aprende com muito mais facilidade. E nós, professores, precisamos correr para acompanhar."

O site de outro colégio paulistano, o Dante Alighieri, tem um espaço para que se criem blogs (páginas pessoais). Os professores podem apresentar conteúdos extras (como links para reportagens de jornais) e criar fóruns de discussão - uma sala de aula virtual. Os alunos também criam suas páginas. "Resgatamos a colaboração. Fugimos das atividades solitárias, típicas da internet", explica Valdenice Minatel, coordenadora de Tecnologia Educacional.

Nem as provas têm a mesma cara. No Colégio Peretz, em São Paulo, os alunos as resolvem pelo computador. Discursivas? É só imprimir para a correção. Testes? Mais fácil ainda - a máquina corrige na hora, sem gasto de papel nem trabalho para o professor. Para evitar a cola, a internet fica bloqueada durante o exame.

No Pentágono, algumas provas podem ser resolvidas em casa, via internet. "Os estudantes ficaram eufóricos porque poderiam colar", lembra a professora de matemática Yuri Sano. "Depois entenderam que o objetivo não é a nota. Quando resolvem as questões, mesmo consultando o livro, estão aprendendo. Nesse caso, a prova também é um momento de estudo."

PROGRAMA DE TV

Alguns colégios já estão de olho na tecnologia que a faculdade Faenac, de São Caetano do Sul (SP), usa como diário de classe. Cada um dos 220 professores tem um computador de mão (handheld), onde marca o nome dos ausentes e as notas. Médias e faltas são calculadas automaticamente e vão logo para a internet - mais uma vez sem gastar papel, sem passar pelos digitadores da secretaria.

Uma sala equipada com lousa digital não sai por menos de R$ 20 mil. As escolas esclarecem que a parafernália é incorporada aos poucos, para não assustar os pais na hora da cobrança da mensalidade. Tanta novidade às vezes espanta até os alunos. "Não imaginava que poderia haver tanta coisa numa sala de aula", diz Emília Arapenha, de 18 anos, estudante do Colégio Bandeirantes, referindo-se aos momentos em que a turma recebe controles remotos. Diante da pergunta do professor, em vez de o sabe-tudo levantar a mão, todos apertam a alternativa que julgam correta. Um aparelho "apura os votos", e o professor fica sabendo se o tema foi bem explicado. "A aula fica dinâmica. Até parece gincana de TV", ri Emília.

sábado, abril 01, 2006

Trabalho Remoto


Os atendentes foram para casa
23.03.2006
EXAME


"Na última década, as centrais de atendimento telefônico transformaram-se num gigantesco canal de absorção de mão-de-obra, razão pela qual ficaram conhecidas como "o chão de fábrica do século 21". Agora, os avanços da tecnologia estão levando as empresas do setor a mandar seus trabalhadores para casa. Nos Estados Unidos, o número de atendentes que trabalham remotamente aumentou 20% no ano passado. No Brasil, a Automato, do Rio de Janeiro, passou a usar uma central que faz ligações pela internet. Com isso, os 32 funcionários do call center começaram a trabalhar em escritórios domésticos. A novidade cortou os custos em 50% e praticamente eliminou a rotatividade desses empregados -- que continuam a ter carteira assinada e jornada de trabalho de 6 horas diárias."

Uma inovação que já vinha ganhando terreno em diversos setores no mercado de trabalho, agora começa a ser mais ampliado em função do avanço tecnológico. Seria interessante estudar agora uma forma de suportar legalmente as empresas e empregados, pois não vai demorar acontecer questionamentos na justiça do trabalho sobre os limites dessa nova forma de atuação.

Da parte dos empregados, até onde dura a jornada? Como é controlada? Como poderia ser a remueração de horas extras e produtividade?

Por parte das empresas, quais as salvaguardas contra ações relativas ao desvio de informações? E quanto aos pleitos por pagamento de horas-extras?

Sem dúvida haverá um bom caminho a ser vencido...