Alguma novidade?
Os movimentos de inovação são lentos quando se trata de gestão educacional. Mas lá fora algumas coisas novas estão acontecendo.
Tive a oportunidade de assistir a um vídeo da IBM, cerca de vinte anos atrás, sobre as perspectivas de inovação na área de tecnologia. Uma das cenas que mais me marcou era a de um alemão que entrava numa espécie de cabine telefônica e começava a conversar com um árabe, do outro lado do planeta. Havia um dispositivo holográfico que projetava a imagem do interlocutor, colocando-os frente a frente. Cada um deles falava em seu idioma nativo. A tradução da conversa era feita em tempo real pela "cabine" e, ao final do encontro, havia a opção de imprimir todo o diálogo, ali mesmo.
O que parecia coisa de ficção naquela época começa a ser bem palpável por esses novos tempos... Empresas como Microsoft, Google e Yahoo já testam programas de tradução simultânea de voz e estão muito próximos de chegar a um dispositivo que possa ser utilizado em escala comercial.
Citar exemplos como esse na educação, um segmento onde as práticas se perpetuam há séculos, entretanto, seria no mínimo, estranho. Se nos conceitos e na metodologia há poucas novidades, o que dizer então da incipiente tecnologia de negócios dessas instituições? Já não é de hoje que os especialistas vêm afirmando que no segmento educacional o que não falta é espaço para inovar, principalmente em se tratando de gestão ou de modelo de negócios.
Nesse quesito, aprender com as experiências diversas é um bom exercício de auto-ajuda. Em termos de gestão, ao contrário do que acontece na educação, uma boa prática é “colar” o que está dando certo em outras empresas e adaptar às suas próprias atividades. As empresas, não raras vezes, utilizam-se dessa “colinha” para passar na prova do mercado consumidor. Copiam o que outras fizeram de acertado e, com isso, ganham terreno na busca por melhor oferta de serviços e produtos.
Pensando assim, decidi partilhar com os gestores educacionais uma pitada do que vem acontecendo em outros países. São mudanças de conceitos, quebras de paradigmas e avanços interessantes na busca da adequação dos serviços educacionais ao novo, rápido e mutante ambiente que uma população interconectada propicia, em escala mundial.
Neste artigo comentaremos sobre um modelo de negócios que vem sendo usado no ensino superior. A acirrada concorrência dentro de seus próprios mercados está fazendo com que as grandes universidades busquem alternativas para abrir, ou ocupar, novos nichos e mercados potenciais. Daí que várias delas partiram para a implantação de um modelo de organização que não é novidade em outros segmentos, mas que não é usual em termos de instituições educacionais: os “campi offshore”. Segundo um relatório recente, do Observatório de Ensino Superior Sem Fronteiras (OBHE), de 2002 até setembro de 2009, o número de universidades offshore, no mundo, aumentou oito vezes.
Trata-se de uma alternativa importante dentro da estratégia das universidades, considerando o panorama global da educação. A proposta é oferecer aos estudantes o diploma de uma universidade de reputação internacional, sem que eles precisem deixar o seu país ou a região do mundo onde habitam.
Se do ponto de vista da redução de custos associados a questões como “vistos”, viagens e estadia é de uma vantagem óbvia para os estudantes, para as universidades estrangeiras representa uma nova alternativa de fontes de receita, consolidação da marca e aumento de market share, além de garantir, indiretamente, um fluxo marginal de alunos para outros cursos da instituição, no país de origem.
Se em nações como o Reino Unido e a Austrália a estratégia de campi offshore tem partido das instituições, em outros casos o incentivo ao modelo tem sido proposto pelos próprios líderes governamentais dos países de acolhimento. Um bom exemplo dessa política de suporte aos grandes centros educacionais offshore está no Oriente Médio e Cingapura. Nessas regiões os governos locais têm apoiado fortemente a entrada dessas universidades, como forma de melhorar o nível de oferta de ensino superior. Só nos Emirados Árabes Unidos, existem atualmente 40 campi offshore.
Mas há também, nesse movimento, um aspecto singular de atratividade, no tocante a nichos de clientes bem específicos. Imagine que na Universidade John Cabot, uma faculdade de artes liberais americana, criada na Itália em 1972, 80 por cento do corpo discente no campus de Roma vem dos Estados Unidos. É que os estudantes americanos optam por estudar lá devido à excelência acadêmica e a fantástica localização, no caso, em Roma. Ou seja, jovens americanos viajam ao exterior para conhecer novas culturas mas garantem o ensino de primeira linha do seu próprio país, em território estrangeiro.
Além de acolherem esses estudantes, algumas universidades como a Hult International Business School - com base no E.U.A. e com campis offshore em Londres e Dubai, desde 2008,- viram sua popularidade aumentar junto aos estudantes americanos, pois a existência dos campi permite-lhes tomar o primeiro semestre de seus estudos no exterior e ainda voltar à cidade de origem para terminar seu grau de formação.
Um dos pontos de atenção, entretanto, deve ser a manutenção da qualidade. Na Malásia, a Universidade de Tecnologia Swinburne Sarawak Campus - estabelecida em 2000 - tem colocado um grande esforço para assegurar que os padrões de qualidade correspondam aos do país originário, a Austrália. Outro cuidado a ser tomado é garantir que os programas oferecidos em universidades e campus offshore obedeçam às normas impostas por autoridades competentes, tanto no país de origem quanto no de acolhimento. Essa medida visa assegurar que a titulação mantenha o padrão para além das fronteiras do país. Para isso, algumas instituições têm usado da “acreditação”. Todas as provas escritas na África do Sul Monash Campus são externamente moderadas pela Universidade Monash, na Austrália. Há uma grande quantidade de comunicação permanente entre os campi.
Em síntese, para a maioria dos campi universitários, o principal apelo de venda é a reputação internacional que detêm para fornecer uma escola de primeiro mundo e de qualificação reconhecida.
Mas como em todo processo de inovação, nem tudo são flores. O próprio relatório da OBHE identifica cinco campi offshore que tiveram suas atividades encerradas nos últimos três anos. As limitações sobre as instalações e os recursos disponíveis em um campus offshore podem ser um fator limitante, principalmente nos primeiros anos. Nesses casos, no período inicial, essas instituições só foram capazes de oferecer uma gama limitada de cursos.
Um tempo significativo de prospecção e pesquisa de mercado é necessário para atender à demanda. Variáveis como as condições econômicas também desempenham um papel preponderante no sucesso ou fracasso da empreitada.
Voltando às fronteiras tupiniquins e a sua inserção nesse novo ambiente de negócios, como as nossas instituições de ensino superior se prepararam, ou estão se preparando, para uma nova onda de concorrência vinda de fora? O período de consolidação interna continua e será preciso muita massa muscular para suportar uma disputa de mercado com as renomadas universidades internacionais. Temos fôlego, recursos e tempo para nos preparar para a batalha?
Antes tarde do que nunca...
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quarta-feira, dezembro 07, 2011
Educação lá fora...
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quinta-feira, março 24, 2011
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quarta-feira, janeiro 03, 2007
Marketing - A nova onda
Quem faz o comercial é você
A última novidade do marketing: convidar consumidores para criar e produzir anúncios publicitários
David Bergman / Corbis
Por Daniel Hessel Teich
EXAME
A rede de lanchonetes Burger King resolveu romper os limites da propaganda tradicional para comemorar a abertura de sua 25a loja no Brasil, em dezembro. Na tentativa de potencializar os efeitos de sua estratégia de marketing, a empresa convocou seus clientes para produzir o comercial. O vídeo que apresentar a forma mais criativa de pedir um hambúrguer da rede será exibido pela MTV a partir da próxima semana. "A idéia é seguir no Brasil a mesma linha de vanguarda da publicidade da matriz americana", diz Afonso Carlos Braga, executivo de marketing da empresa. As campanhas publicitárias do Burger King nos Estados Unidos, feitas pela agência Crispin Porter + Bogusky, tornaram-se ícones de criatividade e interatividade na internet. Uma das criações da agência é o site Subservient Chicken (Galinha Subserviente), no qual o internauta cria situações encenadas por um sujeito fantasiado de galinha. Desde que entrou no ar, há dois anos, o site já teve mais de 500 milhões de acessos -- um dos maiores sucessos da rede de computadores.
O Burger King brasileiro embarcou em uma tendência que ganha fôlego nos Estados Unidos. Em fevereiro do ano que vem, pelo menos três comerciais feitos por pessoas comuns serão exibidos nos intervalos do Super Bowl, a finalíssima do campeonato nacional de futebol americano, que neste ano foi assistida por 90 milhões de pessoas. É a maior vitrine de marketing do país, na qual a veiculação de um filme de 30 segundos custa 2,6 milhões de dólares. Entre os anunciantes do Super Bowl que investiram na fórmula estão nomes como GM (com a marca Chevrolet), Frito-Lay (Doritos) e a própria Liga Nacional de Futebol Americano (NFL), a pro motora do evento. O sistema de escolha varia de acordo com o anunciante. A NFL vai premiar um roteiro que será filmado por um diretor profissional. O Doritos adota estratégia semelhante à do Burger King brasileiro, com os vídeos enviados pelo YouTube. Já a GM preferiu centrar seu concurso em estudantes de publicidade e cinema. "É uma forma de atingir o público jovem, bastante reticente aos formatos tradicionais de propaganda", disse Steve McGuire, gerente de publicidade da Chevrolet americana, à revista especializada em publicidade Adweek.
Os comerciais interativos, hoje consagrados por anunciantes de grande porte, surgiram na internet há dois anos. Munidos de câmeras de vídeo digitais e valendo-se do recém-criado YouTube para divulgar seus filmes, os internautas começaram a produzir paródias de comerciais de marcas famosas. Os marqueteiros das empresas resolveram tirar partido dessa situação. A primeira grande empresa a usar o recurso foi a Converse, dona da marca All Star. A empresa criou um site chamado Converse Gallery para que artistas e estudantes de cinema e de publicidade enviassem filmes que simulassem comerciais. Foi um tremendo sucesso. Ainda hoje os internautas mandam contribuições para o site, que conta com um acervo de 80 filmes, todos feitos por consumidores.
Como toda novidade, campanhas interativas implicam riscos. Uma visita ao site brasileiro do Burger King mostra um deles -- os filmes postados para a promoção estão abaixo de qualquer padrão de qualidade. Outro risco é a perda de controle sobre a imagem pública da marca. No início deste ano, a Chevrolet inaugurou um site dotado de uma série de ferramentas que permitiam ao internauta criar um vídeo para o automóvel Tahoe (utilitário esportivo de grande porte). Alguns consumidores passaram, então, a usar as ferramentas para produzir paródias que criticavam e ridicularizavam o carro. A principal crítica dos consumidores/ativistas era o alegado alto consumo de combustível de modelos como o Tahoe. Por conseqüência, na visão dos internautas, a GM tornava-se uma das principais vilãs do aquecimento global. Quando a empresa percebeu, era tarde demais. A página foi tirada do ar, mas cópias dos vídeos já estavam circulando no YouTube, onde podem ser vistas até hoje. "Esse é um lado que temos de levar em conta quando abrimos espaço para a colaboração do público. A situação pode sair do controle", diz Abel Reis, vice-presidente de tecnologia da agência Click, que criou uma campanha interativa para o automóvel Idea Adventure, da Fiat, para ser exibida em cinemas. Diferentemente do que aconteceu com a GM e do formato adotado pelo Burger King, a campanha da Fiat não leva a interatividade às últimas conseqüências. O consumidor escolhe trechos pré-gravados para montar o comercial. Ao todo serão possíveis 16 combinações diferentes, mas nenhuma oferece risco.
Nosso Comentário
Como toda novidade, esta também há de causar ainda muita polêmica. Importante, nesse momento, é avaliar os pontos positivos e negativos, além daqueles já apontados acima. É inegável que tal iniciativa deve acarretar uma significativa redução nos custos de propaganda, uma vez que atua em duas vertentes: transfere para o cliente os custos de produção e criação e ainda proporciona um estreitamento nas relações entre a empresa e o seu público. Além disso, na medida em que os clientes se aproximam da empresa, cria-se também a possibilidade de ampliar o leque de pesquisas para novos produtos, em virtude da percepção sobre a demanda e os pontos de vista dos clientes em relação aos produtos existentes.
Na outra ponta, uma das maiores desvantagens é abrir o flanco para arranhões na imagem institucional. Além disso, mensagens mal passadas podem gerar zonas de desconforto junto a clientes atuais, possibilitando o abandono de serviços e produtos.
A sorte está lançada... vamos ver no que vai dar.
A última novidade do marketing: convidar consumidores para criar e produzir anúncios publicitários
David Bergman / Corbis
Por Daniel Hessel Teich
EXAME
A rede de lanchonetes Burger King resolveu romper os limites da propaganda tradicional para comemorar a abertura de sua 25a loja no Brasil, em dezembro. Na tentativa de potencializar os efeitos de sua estratégia de marketing, a empresa convocou seus clientes para produzir o comercial. O vídeo que apresentar a forma mais criativa de pedir um hambúrguer da rede será exibido pela MTV a partir da próxima semana. "A idéia é seguir no Brasil a mesma linha de vanguarda da publicidade da matriz americana", diz Afonso Carlos Braga, executivo de marketing da empresa. As campanhas publicitárias do Burger King nos Estados Unidos, feitas pela agência Crispin Porter + Bogusky, tornaram-se ícones de criatividade e interatividade na internet. Uma das criações da agência é o site Subservient Chicken (Galinha Subserviente), no qual o internauta cria situações encenadas por um sujeito fantasiado de galinha. Desde que entrou no ar, há dois anos, o site já teve mais de 500 milhões de acessos -- um dos maiores sucessos da rede de computadores.
O Burger King brasileiro embarcou em uma tendência que ganha fôlego nos Estados Unidos. Em fevereiro do ano que vem, pelo menos três comerciais feitos por pessoas comuns serão exibidos nos intervalos do Super Bowl, a finalíssima do campeonato nacional de futebol americano, que neste ano foi assistida por 90 milhões de pessoas. É a maior vitrine de marketing do país, na qual a veiculação de um filme de 30 segundos custa 2,6 milhões de dólares. Entre os anunciantes do Super Bowl que investiram na fórmula estão nomes como GM (com a marca Chevrolet), Frito-Lay (Doritos) e a própria Liga Nacional de Futebol Americano (NFL), a pro motora do evento. O sistema de escolha varia de acordo com o anunciante. A NFL vai premiar um roteiro que será filmado por um diretor profissional. O Doritos adota estratégia semelhante à do Burger King brasileiro, com os vídeos enviados pelo YouTube. Já a GM preferiu centrar seu concurso em estudantes de publicidade e cinema. "É uma forma de atingir o público jovem, bastante reticente aos formatos tradicionais de propaganda", disse Steve McGuire, gerente de publicidade da Chevrolet americana, à revista especializada em publicidade Adweek.
Os comerciais interativos, hoje consagrados por anunciantes de grande porte, surgiram na internet há dois anos. Munidos de câmeras de vídeo digitais e valendo-se do recém-criado YouTube para divulgar seus filmes, os internautas começaram a produzir paródias de comerciais de marcas famosas. Os marqueteiros das empresas resolveram tirar partido dessa situação. A primeira grande empresa a usar o recurso foi a Converse, dona da marca All Star. A empresa criou um site chamado Converse Gallery para que artistas e estudantes de cinema e de publicidade enviassem filmes que simulassem comerciais. Foi um tremendo sucesso. Ainda hoje os internautas mandam contribuições para o site, que conta com um acervo de 80 filmes, todos feitos por consumidores.
Como toda novidade, campanhas interativas implicam riscos. Uma visita ao site brasileiro do Burger King mostra um deles -- os filmes postados para a promoção estão abaixo de qualquer padrão de qualidade. Outro risco é a perda de controle sobre a imagem pública da marca. No início deste ano, a Chevrolet inaugurou um site dotado de uma série de ferramentas que permitiam ao internauta criar um vídeo para o automóvel Tahoe (utilitário esportivo de grande porte). Alguns consumidores passaram, então, a usar as ferramentas para produzir paródias que criticavam e ridicularizavam o carro. A principal crítica dos consumidores/ativistas era o alegado alto consumo de combustível de modelos como o Tahoe. Por conseqüência, na visão dos internautas, a GM tornava-se uma das principais vilãs do aquecimento global. Quando a empresa percebeu, era tarde demais. A página foi tirada do ar, mas cópias dos vídeos já estavam circulando no YouTube, onde podem ser vistas até hoje. "Esse é um lado que temos de levar em conta quando abrimos espaço para a colaboração do público. A situação pode sair do controle", diz Abel Reis, vice-presidente de tecnologia da agência Click, que criou uma campanha interativa para o automóvel Idea Adventure, da Fiat, para ser exibida em cinemas. Diferentemente do que aconteceu com a GM e do formato adotado pelo Burger King, a campanha da Fiat não leva a interatividade às últimas conseqüências. O consumidor escolhe trechos pré-gravados para montar o comercial. Ao todo serão possíveis 16 combinações diferentes, mas nenhuma oferece risco.
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Como toda novidade, esta também há de causar ainda muita polêmica. Importante, nesse momento, é avaliar os pontos positivos e negativos, além daqueles já apontados acima. É inegável que tal iniciativa deve acarretar uma significativa redução nos custos de propaganda, uma vez que atua em duas vertentes: transfere para o cliente os custos de produção e criação e ainda proporciona um estreitamento nas relações entre a empresa e o seu público. Além disso, na medida em que os clientes se aproximam da empresa, cria-se também a possibilidade de ampliar o leque de pesquisas para novos produtos, em virtude da percepção sobre a demanda e os pontos de vista dos clientes em relação aos produtos existentes.
Na outra ponta, uma das maiores desvantagens é abrir o flanco para arranhões na imagem institucional. Além disso, mensagens mal passadas podem gerar zonas de desconforto junto a clientes atuais, possibilitando o abandono de serviços e produtos.
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segunda-feira, setembro 25, 2006
Política e voto
Liberdade do voto
Uma verdadeira democracia começa pela liberdade do cidadão de escolher seus representantes? Não. Na verdade ela começa pelo poder de exercer ou não esse direito. Essa questão precede a primeira. Nenhum cidadão deveria ser obrigado a votar, pois isso acaba ferindo o direito ao livre arbítrio, na sua raiz.
A obrigatoriedade do voto acaba por arranhar o direito básico da democracia e da liberdade. Como pode alguém dizer que é livre para votar em quem quiser se, antes disso, ele é obrigado a fazê-lo? A questão do voto compulsório, no fundo, desqualifica o voto. Permite que cidadãos apenas o exercitem por força da obrigatoriedade, transformando-o numa simples atividade que, se não realizada, implica em penalidades.
Através do voto obrigatório, transformamos a qualidade em quantidade. Multidões de despreparados, mal-informados e alienados políticos votam em qualquer um ou naqueles cujas promessas de benefícios voláteis lhe são apresentados na forma de promessas ou ameaças. O resultado disso estamos presenciando: a verdadeira espoliação do bem público por um bando de ladrões instalados no poder. Até quando teremos que sujeitar o país às escolhas daqueles menos iluminados? A quem interessa o voto do menos esclarecido (apesar da resposta nos parecer óbvia!)? Quanto deixaremos de trocar a qualidade pela quantidade?
Se a reforma política um dia vier a acontecer, que tal começar pela não-obrigatoriedade do voto?
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