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segunda-feira, dezembro 16, 2013

Competências na escola

Crianças Pasteurizadas S/A.
Por Marcelo Freitas

Nos últimos anos tenho pregado a necessidade de reinventarmos a escola. Precisamos descobrir o mapa da mina de como as pessoas aprendem nesse mundo conectado para, em seguida, desvendarmos novas maneiras de ensinar.

Venho batendo na mesma tecla: o nosso modelo de escola, exauriu. Não comporta mais ajustes e remendos. Precisa de ruptura. É difícil para muita gente conceber essa ideia e, por isso mesmo, as coisas simplesmente não acontecem. O nosso modelo atual parte de premissas lineares, como a ideia de que todas as pessoas têm que saber um leque de conteúdos que apenas poucos de nós vão usar. Eu sempre me pergunto: Por quê?

Uns dizem que só assim teremos uma boa base, outros que se trata de cultura geral. Os mais entusiasmados, dizem que isso é ser educado. O fato é que ainda não conseguiram me convencer. A realidade é que somos todos incompetentes em alguma coisa. Somos humanos e isso é parte da nossa natureza. Se somos incompetentes em certos campos o inverso disso também é verdadeiro: cada um de nós é competente em alguma coisa. Então, por que as escolas insistem em focar nas fraquezas quando deveriam se esforçar para fortalecer nossas virtudes?

O pilar educacional de hoje nivela todos os conhecimentos, pois parte do princípio de que todos são iguais em suas capacidades. Ele desconsidera as habilidades naturais e as competências que temos mais aptidão para desenvolver e foca nos nossos pontos fracos. Naquilo que temos dificuldades em aprender.  Quer um exemplo? Quantas vezes já chamamos pais na escola porque seu filho(a) perdeu média em determinada disciplina? Dizemos que precisa de reforço escolar, que precisa estudar mais... Desconsideramos o fato de que este mesmo aluno(a) tenha sido excepcionalmente bem numa outra disciplina. É ou não é assim?
Pois entre um compromisso e outro, naqueles intermináveis minutos numa sala de embarque, me conectei e assisti a palestra de Susan Cain, uma especialista em comportamento. O título da apresentação era: O poder dos introvertidos. Ela comenta sobre como as pessoas introvertidas (e não tímidas, existe uma diferença) podem contribuir para os processos criativos, sobre como lidam com o ambiente à sua volta e como as escolas alimentam o preconceito sobre este tipo de pessoa. No ambiente escolar, os alunos são estimulados a aprender e a serem mais comunicativos. São, em geral, projetos e ambientes criados para os extrovertidos, que precisam de muita estimulação. Quem não segue o padrão, está fora. É esquisito, caladão.

Temos a falsa ideia de que toda a criatividade e produtividade vêm de um lugar curiosamente gregário. A questão é que precisamos, sim, de trabalho em equipe. Mas também precisamos de locais silenciosos, onde possamos dar oportunidade àqueles que se sentem bem em ambientes calmos, onde conseguem produzir mais e melhor. Isso não acontece só na escola. No trabalho, pessoas introvertidas são colocadas de lado nos cargos de liderança. Então por que pessoas com o perfil de Gandhi se deram tão bem, arrastando multidões?

É importante considerarmos que a introversão muitas vezes é o ingrediente crucial para a criatividade. Vejam o caso de Darwin, que fazia longas caminhadas sozinho enquanto meditava sobre suas observações ou algo mais recente: Steve Wozniak. Ele inventou o primeiro computador Aple, sozinho, sentado em seu cubículo na HP, onde trabalhava.

Todas essas considerações são apenas para dizer o óbvio: precisamos de um modelo escolar que considere as características individuais, construído sobre as diferenças e não sobre as semelhanças. Algo que consiga direcionar esforços para os pontos fortes e não para as fraquezas e dificuldades individuais de cada um de nossos estudantes. Onde as virtudes possam ganhar mais espaço que as deficiências. Que se danem o currículo único, as mesmas métricas para todos e a pasteurização dos nossos jovens. Precisamos estimular competências únicas, habilidades individuais e apoiar currículos que considerem essas particularidades.
Precisamos formar pessoas que sejam criativas, inovadoras e aptas a exercer liderança positiva e proativa. Penso, particularmente, que a chamada geração Y pode dar um importante contributo o sentido de quebrar paradigmas no segmento educacional, a partir do momento em que assumir cargos de liderança e direção. Novas ideias no comando, novas maneiras de entender e dirigir o negócio Escola.  Vamos dizer “Não” à pasteurização dos nossos jovens.


(Artigo Publicado pela revista Gestão Educacional / 2013)

quinta-feira, março 01, 2012

EAD

Perfil do aluno no Brasil

Interessante para quem está no segmento educacional e, principalmente para aqueles que pretendem se lançar nele. O segmento de Educação à Distância é um dos que mais cresce no país e vem criando alguns nichos de oportunidade. Um deles, o sustentado pelas novas classes C e D.

Confira o perfil do aluno, segundo dados do INEP, e tire suas próprias conclusões.




quarta-feira, dezembro 07, 2011

Educação lá fora...

Alguma novidade?

Os movimentos de inovação são lentos quando se trata de gestão educacional. Mas lá fora algumas coisas novas estão acontecendo.



Tive a oportunidade de assistir a um vídeo da IBM, cerca de vinte anos atrás, sobre as perspectivas de inovação na área de tecnologia. Uma das cenas que mais me marcou era a de um alemão que entrava numa espécie de cabine telefônica e começava a conversar com um árabe, do outro lado do planeta. Havia um dispositivo holográfico que projetava a imagem do interlocutor, colocando-os frente a frente. Cada um deles falava em seu idioma nativo. A tradução da conversa era feita em tempo real pela "cabine" e, ao final do encontro, havia a opção de imprimir todo o diálogo, ali mesmo.

O que parecia coisa de ficção naquela época começa a ser bem palpável por esses novos tempos... Empresas como Microsoft, Google e Yahoo já testam programas de tradução simultânea de voz e estão muito próximos de chegar a um dispositivo que possa ser utilizado em escala comercial.

Citar exemplos como esse na educação, um segmento onde as práticas se perpetuam há séculos, entretanto, seria no mínimo, estranho. Se nos conceitos e na metodologia há poucas novidades, o que dizer então da incipiente tecnologia de negócios dessas instituições? Já não é de hoje que os especialistas vêm afirmando que no segmento educacional o que não falta é espaço para inovar, principalmente em se tratando de gestão ou de modelo de negócios.

Nesse quesito, aprender com as experiências diversas é um bom exercício de auto-ajuda. Em termos de gestão, ao contrário do que acontece na educação, uma boa prática é “colar” o que está dando certo em outras empresas e adaptar às suas próprias atividades. As empresas, não raras vezes, utilizam-se dessa “colinha” para passar na prova do mercado consumidor. Copiam o que outras fizeram de acertado e, com isso, ganham terreno na busca por melhor oferta de serviços e produtos.

Pensando assim, decidi partilhar com os gestores educacionais uma pitada do que vem acontecendo em outros países. São mudanças de conceitos, quebras de paradigmas e avanços interessantes na busca da adequação dos serviços educacionais ao novo, rápido e mutante ambiente que uma população interconectada propicia, em escala mundial.

Neste artigo comentaremos sobre um modelo de negócios que vem sendo usado no ensino superior. A acirrada concorrência dentro de seus próprios mercados está fazendo com que as grandes universidades busquem alternativas para abrir, ou ocupar, novos nichos e mercados potenciais. Daí que várias delas partiram para a implantação de um modelo de organização que não é novidade em outros segmentos, mas que não é usual em termos de instituições educacionais: os “campi offshore”. Segundo um relatório recente, do Observatório de Ensino Superior Sem Fronteiras (OBHE), de 2002 até setembro de 2009, o número de universidades offshore, no mundo, aumentou oito vezes.

Trata-se de uma alternativa importante dentro da estratégia das universidades, considerando o panorama global da educação. A proposta é oferecer aos estudantes o diploma de uma universidade de reputação internacional, sem que eles precisem deixar o seu país ou a região do mundo onde habitam.
Se do ponto de vista da redução de custos associados a questões como “vistos”, viagens e estadia é de uma vantagem óbvia para os estudantes, para as universidades estrangeiras representa uma nova alternativa de fontes de receita, consolidação da marca e aumento de market share, além de garantir, indiretamente, um fluxo marginal de alunos para outros cursos da instituição, no país de origem.

Se em nações como o Reino Unido e a Austrália a estratégia de campi offshore tem partido das instituições, em outros casos o incentivo ao modelo tem sido proposto pelos próprios líderes governamentais dos países de acolhimento. Um bom exemplo dessa política de suporte aos grandes centros educacionais offshore está no Oriente Médio e Cingapura. Nessas regiões os governos locais têm apoiado fortemente a entrada dessas universidades, como forma de melhorar o nível de oferta de ensino superior. Só nos Emirados Árabes Unidos, existem atualmente 40 campi offshore.

Mas há também, nesse movimento, um aspecto singular de atratividade, no tocante a nichos de clientes bem específicos. Imagine que na Universidade John Cabot, uma faculdade de artes liberais americana, criada na Itália em 1972, 80 por cento do corpo discente no campus de Roma vem dos Estados Unidos. É que os estudantes americanos optam por estudar lá devido à excelência acadêmica e a fantástica localização, no caso, em Roma. Ou seja, jovens americanos viajam ao exterior para conhecer novas culturas mas garantem o ensino de primeira linha do seu próprio país, em território estrangeiro.

Além de acolherem esses estudantes, algumas universidades como a Hult International Business School - com base no E.U.A. e com campis offshore em Londres e Dubai, desde 2008,- viram sua popularidade aumentar junto aos estudantes americanos, pois a existência dos campi permite-lhes tomar o primeiro semestre de seus estudos no exterior e ainda voltar à cidade de origem para terminar seu grau de formação.

Um dos pontos de atenção, entretanto, deve ser a manutenção da qualidade. Na Malásia, a Universidade de Tecnologia Swinburne Sarawak Campus - estabelecida em 2000 - tem colocado um grande esforço para assegurar que os padrões de qualidade correspondam aos do país originário, a Austrália. Outro cuidado a ser tomado é garantir que os programas oferecidos em universidades e campus offshore obedeçam às normas impostas por autoridades competentes, tanto no país de origem quanto no de acolhimento. Essa medida visa assegurar que a titulação mantenha o padrão para além das fronteiras do país. Para isso, algumas instituições têm usado da “acreditação”. Todas as provas escritas na África do Sul Monash Campus são externamente moderadas pela Universidade Monash, na Austrália. Há uma grande quantidade de comunicação permanente entre os campi.

Em síntese, para a maioria dos campi universitários, o principal apelo de venda é a reputação internacional que detêm para fornecer uma escola de primeiro mundo e de qualificação reconhecida.

Mas como em todo processo de inovação, nem tudo são flores. O próprio relatório da OBHE identifica cinco campi offshore que tiveram suas atividades encerradas nos últimos três anos. As limitações sobre as instalações e os recursos disponíveis em um campus offshore podem ser um fator limitante, principalmente nos primeiros anos. Nesses casos, no período inicial, essas instituições só foram capazes de oferecer uma gama limitada de cursos.

Um tempo significativo de prospecção e pesquisa de mercado é necessário para atender à demanda. Variáveis como as condições econômicas também desempenham um papel preponderante no sucesso ou fracasso da empreitada.

Voltando às fronteiras tupiniquins e a sua inserção nesse novo ambiente de negócios, como as nossas instituições de ensino superior se prepararam, ou estão se preparando, para uma nova onda de concorrência vinda de fora? O período de consolidação interna continua e será preciso muita massa muscular para suportar uma disputa de mercado com as renomadas universidades internacionais. Temos fôlego, recursos e tempo para nos preparar para a batalha?

Antes tarde do que nunca...

terça-feira, setembro 21, 2010

Vestibular inovador

Novos Ares

É sabido que o segmento educacional é um dos mais conservadores do mundo. Algumas instituições, entretanto, vêem tentando se ajustar aos novos tempos incorporando ferramentas mais modernas aos seus sistemas de ensino e vestibulares.

Veja algumas dessas iniciativas.

 A Tufts University, fundada há 158 anos, a partir de 2010, vai exigir pouco mais de um minuto de quem quiser estudar na instituição. Pelo menos durante a primeira etapa de seu processo seletivo. Localizada na região metropolitana de Boston, em Massachusetts, a universidade oferece agora aos candidatos a oportunidade de escolherem entre fazer uma tradicional redação ou registrar um vídeo com cerca de um minuto no YouTube – ou outro portal de fácil acesso. Mais...(http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI131508-16353,00-UNIVERSIDADE+ACEITA+VIDEO+DO+YOUTUBE+NO+LUGAR+DE+REDACAO+PARA+SELECIONAR+AL.html)

Em Bolonha (Itália), a recessão econômica transformou um curso na Universidade do Sorvete, num verdadeiro sucesso em 2009. Após perderem o emprego em grandes bancos e empresas, dezenas de executivos decidiram tentar a mão como empreendedores no maravilhoso mundo do sorvete italiano, aumentando em 90% o número de inscritos em relação ao ano anterior, que era de 6 mil alunos. Os estudantes, que pagam o equivalente a R$ 1.800 por semana por um dos seis cursos oferecidos na Carpigiani Gelato University, incluem também chefs vindos da Austrália, China, Sudão, Líbano e Reino Unido. Mais... (http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI119191-16367,00-COM+RECESSAO+EXECUTIVOS+VAO+REFRESCAR+IDEIAS+NA+UNIVERSIDADE+DO+SORVETE.html)

A Missouri University publicou uma regra que diz que, a partir das novas turmas que começam no outono deste ano (nos Estados Unidos, em setembro), todos os alunos de graduação de jornalismo são obrigados a ter ou um iPod Touch, ou um iPhone.

Segundo a universidade, o aparelho servirá para que os estudantes recebam palestras da própria faculdade, informações e outros complementos para as aulas assistidas. Os vídeos serão enviados pelo iTunes, a loja de mídias da Apple, e a universidade diz que não será cobrada nenhuma taxa para que os estudantes baixem os vídeos. Para os estudantes que provarem não ter condições de comprar ou o iPhone, ou o iPod Touch, a universidade oferece financiamentos, por meio de recursos para crédito estudantil do governo dos Estados Unidos. Mais...(http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI72133-16382,00-FACULDADE+EXIGE+IPOD+TOUCH+OU+IPHONE+PARA+ALUNOS+DE+GRADUACAO.html)
 
Será que os novos tempos, enfim, estão chegando à escola?

segunda-feira, outubro 17, 2005

Recesso Escolar

Estaríamos formando os parlamentares do futuro?

Dia 12 de outubro é comemorado o Dia da Criança. As escolas aproveitam para comemorar também o Dia do Professor. Neste ano caiu na quarta-feira. O que fizeram então as escolas? Decretaram recesso escolar. Algumas emendaram o restante da semana. Outras suspenderam as aulas durante toda ela.
Como formar cidadãos comprometidos com o trabalho e os resultados quando as instituições formadoras se comportam assim? Que exemplo estão dando aos pequenos? Não estaríamos formando para o ócio?


E depois cobramos dos nossos parlamentares que estejam em plenário durante toda a semana!...


Trabalho não falta. O que falta é compromisso!