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segunda-feira, janeiro 09, 2017

Humanware


Humanware: O lado mais complexo da inovação 


Temos à nossa volta um ambiente de mudanças em alta velocidade, com inovações tecnológicas cada vez mais presentes na vida do cidadão comum e jovens ávidos por novidades. A união entre a internet, os dispositivos móveis e as mídias interativas trouxe uma enorme complexidade para a cena educacional, pois tornou obsoletas antigas ferramentas de ensino, descartou práticas pedagógicas emboloradas e fez ligação direta entre o conteúdo e o usuário.

Nesse cenário, elementos intermediários entre o hardware e o software, precisam realmente agregar valor para manter a audiência, pois a concorrência com os inúmeros formatos de conteúdo que o aluno tem a disposição permite escolhas até então inimagináveis. E isso só tende a aumentar.

Um desses elementos intermediários é o que podemos chamar de “humanware”. Não há como se falar em melhorias, inovações ou novas metodologias de ensino-aprendizagem se não houver profissionais preparados para colocar todo esse aparato em prática, para fazer acontecer.

 E se atualmente a situação já é difícil em face da diversidade de oferta de novos recursos tecnológicos, imagine então como será o ambiente mais à frente, com o ritmo frenético em que a inovação acontece!

É exatamente essa perspectiva de futuro que precisa ser explorada quando pensamos em preparar as novas gerações de professores. Driblar a obsolescência das metodologias e do instrumental tecnológico é apenas um dos desafios a ser ultrapassado nessa tarefa. Já não basta ao futuro professor estar familiarizado com a tecnologia atual e o domínio dos aparelhos que a embalam. Ou incorporar a utilização da lousa eletrônica e dar lugar a um novo formato de sala de aula. A questão quando se fala em capacitação e formação de futuros professores é mais ampla e envolve a construção, ou desenvolvimento, das competências de que necessitarão quando embarcarem, pra valer, em uma sala de aula completamente fora dos padrões atuais.

Familiarizá-los a lidar com os gadgets é importante, porém, não menos importante é desenvolver as habilidades que eles precisam para ajudar seus alunos a prosperar a partir desses dispositivos. No final das contas, os aparelhos sempre se tornarão obsoletos rapidamente.

Diante dessa realidade, torna-se fundamental aos futuros docentes o domínio de habilidades que os permitam adaptarem-se rapidamente aos ambientes em constante mudança. Vejamos algumas dessas habilidades que qualquer futuro professor vai precisar, considerando esse novo ambiente educacional.

A primeira delas é exatamente a adaptabilidade. A capacidade de se tornar um camaleão. Todos nós sabemos que os dispositivos baseados em tecnologia mudam da noite para o dia. Identificar como as inovações podem ser integradas em uma classe de 25-30 alunos é verdadeiramente uma habilidade a ser desenvolvida. Avaliar o seu potencial, promovendo a aprendizagem e, ao mesmo tempo, reconhecer as suas armadilhas, é fundamental. O ensino com a utilização da tecnologia é uma curva de aprendizagem constante e isso requer uma adaptação permanente às novidades.

Outra habilidade importante é “sujar as mãos”, colocar a “mão na massa”, aventurar. Olhar, ouvir e estar dentro do processo envolve correr certos riscos. Para isso, estar preparado para aplicar algumas técnicas básicas de resolução de problemas para quando as coisas não caminharem bem é uma habilidade essencial num ambiente cercado de tecnologia. "No fear" (sem medo) deve ser o mantra de professores que abraçam as novidades e novas engenhocas eletrônicas.

E isso nos traz outra habilidade importante: Entender como as coisas funcionam. Cabos, conexões e protocolos fazem parte do ambiente tecnológico! Mas como conversam entre si? De fato, a interface dos dispositivos muda quase tão rápidamente como fralda de criança. Os professores do futuro terão de estar familiarizados com terminologias básicas do mundo tecnológico. Entretanto, será ainda mais importante que compreendam a relação tênue de como as coisas se conectam e, quando não o fazem, onde encontrar soluções. O recado é: Acompanhe as inovações. Seja “compatível” com o ambiente.

Outro fator importante é como lidar com as mídias sociais. Os futuros docentes precisam dominar as estratégias de comunicação para combater pragas terríveis como o cyberbullying ou as questões éticas no espaço virtual. A escola é um ambiente rico para o desenvolvimento da cidadania digital e é importante que o professor esteja preparado para lidar com o equilíbrio entre o virtual e o presencial.

E, nesse aspecto, as estratégias de comunicação são elos importantes desta relação.
Nessa perspectiva, caberá aos futuros professores, em escala crescente, a missão de preparar seus alunos para o exercício da cidadania envolvendo as consequências do uso de tecnologia em espaços como o das redes sociais, assim como orientá-los bem sobre as melhores práticas para se proteger online. Ensinar os alunos a serem bons cidadãos digitais requer currículos, práticas e políticas que promovam a utilização segura e responsável da Internet e da tecnologia. Os alunos, por sua vez, precisam ser orientados sobre o alto impacto da sua pegada digital, e como ela pode afetar suas perspectivas futuras de educação e emprego. Isso exigirá docentes com habilidades específicas de relacionamento.

Como se vê, os desafios trazidos pela inovação não são poucos. Entretanto, se realmente queremos fazer uma educação de qualidade, é urgente repensar o desenvolvimento desse importante elo do ambiente tecnológico: o humanware.  É notório o descompasso entre a formação atual e os espaços de aprendizagem que se desenham. O perfil da função mudou e não é mais cabível apostar em práticas tradicionais de desenvolvimento docente. As novas demandas exigem novas competências e é a partir delas que todo o processo de formação deve ser desenhado. Hora de olhar para a frente!

quinta-feira, agosto 11, 2011

Harvard

Educação de primeira

Que a escola precisa se reinventar parece já não ser novidade pra ninguém. No mundo dos negócios o processo de intergração planetária tem forçado as empresas a mudar seus paradigmas. Uma das escolas mais conceituadas do mundo, a Harvard, tem procurado se adaptar a isso ao mesmo tempo em que mantém nos "estudos de caso" o diferencial para permanecer em sintonia com a realidade.

O reitor da escola, Nitin Nolria, deu uma reveladora entrevista à Revista Época Negócios, recentemente, a qual tomo a liberdade de reproduzir abaixo. Vale a pena.


"Nota boa não é o suficiente para Nitin Nohria, reitor da Harvard Business School


Para entrar em uma escola de elite, como a HBS, os candidatos precisam ter muito mais do que excelência acadêmica

Por Karla Spotorno


Nitin Nohria, reitor da Harvard Business School, fala sobre as expectativas que da famosa escola de negócios sobre seus alunosEstudar nas melhores escolas e formar-se com as melhores notas são condições importantes, mas não suficientes para entrar na Harvard Business School. É o que diz o reitor da escola Nitin Nohria. Escolas de negócios como a de Harvard têm dado atenção à experiência dos candidatos, sua capacidade para a liderança e a motivação pessoal. As novas condições são, na realidade, um reflexo do que espera os líderes do mundo dos negócios. Confira a entrevista exclusiva:

Qual a bagagem cultural e intelectual o senhor espera dos candidatos aos cursos da escola?

Além de excelência acadêmica, que demonstra comprometimento do candidato aos estudos, buscamos pessoas que demonstrem alguma experiência, o que pode significar dois ou três anos de trabalho. Nos processos de seleção, procuramos os melhores e também os que estão mais alinhados com a proposta da escola. Quando observamos os currículos, buscamos evidências que comprovem a capacidade e o potencial de liderança dessas pessoas. O candidato pode ter desempenhado um papel ativo na vida estudantil ou ter sido capitão do time da escola. Evidenciar essa capacidade é importante porque não será em um período de dois ou três anos que a escola conseguirá formar uma liderança. Além disso, tentamos entender a motivação do candidato em estudar aqui. Precisa ter uma relação com um projeto maior, uma aspiração. Não pode, simplesmente, se restringir ao objetivo de ele evoluir pessoalmente. Nem está de acordo com a missão da escola de educar líderes para o futuro, sejam eles empresários, executivos ou empreendedores sociais. Queremos educar essas pessoas para que possam ganhar o mundo e criar algo novo, liderar um projeto.

Quais atividades extracurriculares o senhor considera importantes? Fazer intercâmbio? Estudar chinês? Trabalhar como voluntário em um programa social?

Não há uma fórmula para preparar um jovem para uma carreira de sucesso. Os estudantes da Harvard Business School que têm sucesso têm uma gama ampla de interesses e experiências pessoais e profissionais. Procuramos os jovens com a maior variedade interesses. Isso normalmente significa que eles são pessoas viajadas, bem educadas, curiosas e motivadas para aprender. Eles também têm de demonstrar capacidade para autoreflexão e autoconsciência. Muitos dos estudantes trabalharam como voluntários ou até mesmo fundaram organizações sem fins lucrativos. Mais da metade fala mais de três idiomas. Todas essas questões contribuem para formar o caráter uma pessoa. Mas fazem parte de algo maior.

Como o senhor vê a escola do século 21 e as novas dinâmicas de aula e formas de transmitir o conhecimento?

A compreensão histórica da educação está, definitivamente, ultrapassada. O conhecimento está em todo lugar. Os estudantes podem obter o conteúdo pela internet. Olhando dessa forma não haveria mais a necessidade de o aluno ir à sala de aula. Olhe o exemplo do Salman Khan [ex-aluno do MBA da Harvard Business School]. Milhões de pessoas assistem às aulas que ele produz em vídeo e coloca no site, no YouTube. O ganho de o jovem vir à universidade está na interação com os professores e também com os alunos. A discussão entre eles, a troca de experiências e de opiniões é que fazem a diferença para os alunos. Acreditamos na aprendizagem através da experiência. Por isso, as aulas trazem casos reais para os alunos buscarem soluções para problemas reais. O professor ajuda os estudantes a aplicar os conceitos em casos da vida real.

Qual a parcela de responsabilidade das escolas de negócios na falência moral do sistema financeiro? E o que deveriam ter feito para evitar a crise?

De certa forma, todos os educadores têm responsabilidade na transmissão de valores éticos. Em Harvard, acrescentamos a discussão da responsabilidade ética no currículo obrigatório há mais de uma década. Uma iniciativa que defendo pessoalmente é o juramento dos alunos de MBA no final do curso. É uma espécie de compromisso ético com a profissão, como têm os médicos. Apesar das aulas e de todo debate na universidade, compreendemos que os alunos falham. Uma pesquisa mostra que o ser humano é muito suscetível e que apenas uma média de 10% das pessoas persistem em seus valores sob condições desfavoráveis e altíssima pressão. A questão é: como convencer as pessoas a resistir em situações adversas? O que tentamos fazer na escola é ajudar as pessoas a perceberem e melhorarem as suas próprias incosistências. Por outro lado, também buscamos entender o que as pessoas pensam sobre risco e como se comportam em cenários onde os ganhos extrapolam todas as expectativas. No ano passado, a escola lançou um programa sobre gerenciamento de risco, dirigido pelo professor Robert Kaplan e por Anette Mikes. A ideia é estudar como as pessoas pensam em risco em diferentes áreas, como quem projeta pontes ou quem produz remédios. Queremos trazer essas experiências multidisciplinares para as empresas e pensar em um novo sistema financeiro com novas ferramentas para mitigar e controlar os riscos.

Por que o programa de educação executiva admite somente pessoas que estão empregadas?

Um das desvantagens de admitirmos profissionais autônomos ou freelancers está na relação que surgirá entre os alunos. Percebemos que eles buscam construir relações comerciais com os colegas, além da convivência acadêmica. Não queremos desvirtuar a natureza do networking. As amizades que nossos estudantes constroem aqui são para a vida inteira Esse é um dos principais ativos que os estudantes levam ao voltar para casa.

E como o senhor tem observado a educação dada pelos pais às crianças?

Percebo uma obsessão na educação dos jovens e uma busca excessiva por notas boas. Isso não está certo. O esporte é algo muito importante para a formação das crianças e deveria ser estimulado.

A Harvard Business School possui um campus em uma economia emergente? Há planos de oferecer cursos no Brasil?

Apesar de existirem muitas instituições com a meta de expandir seus campi para outros países, nossa escola não tem planos nesse sentido. Queremos expandir nosso alcance intelectual. Isso significa ter uma presença modesta [fora da sede nos Estados Unidos] e desenvolver relações no exterior para conduzir pesquisas. Também oferecemos cursos de educação executiva em alguns lugares, mas não de forma permanente. Nossas instalações em Xangai faz parte de uma estrutura da universidade mais ampla disponível para professores e estudantes de Harvard. Estamos fazendo uma experiência semelhante na Índia no próximo ano.
A escola promove ou encoraja programas de ex-alunos? Se sim, como e por quê?

Temos 70 mil alumni, sendo 622 do Brasil. Trabalhamos para permanecer influentes nas suas vidas depois que eles saem de Harvard. Nosso objetivo é permanecermos como um recurso relevante para que eles se desenvolvam profissionalmente.

O senhor poderia descrever uma aula típica na escola?

Não há uma aula típica. Em termos de espaço físico, as salas de aula são únicas. São equipadas com o que há de mais novo em tecnologia. Dessa forma, o professor pode mostrar suas apresentações, navegar pela internet ou mesmo chamar pelo Skype um CEO que está em algum lugar do planeta. Nosso maior diferencial é a forma como lecionamos: o método dos casos. Em todas as aulas, o papel do professor é facilitar a discussão entre os estudantes, trabalhando para que todos saiam da aula com uma compreensão profunda do desafio enfrentado no caso de negócios estudado e como o líder tomou sua decisão.

fonte: http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI255279-16356,00-NOTA+BOA+NAO+E+O+SUFICIENTE+PARA+NITIN+NOHRIA+REITOR+DA+HARVARD+BUSINESS+SC.html

sexta-feira, janeiro 21, 2011

Carreira e pós-carreira

Vai pendurar as chuteiras?

Momento importante na carreira de qualquer profissional é aquele em que chega a hora de pendurar as chuteiras. Seja um executivo, um profissional liberal ou um empresário, chega um momento em que não dá mais pra manter o mesmo pique e é necessário partir pra outra.

Já pensou nisso? Para algumas dicas, ouça o podcast no link, abaixo. Como tudo na vida, vale a pena planejar.

http://revistaepocanegocios.globo.com/Mp3Podcasts/47_pod/PTDC_avidanoposcarreira_jan11.mp3

terça-feira, setembro 21, 2010

Vestibular inovador

Novos Ares

É sabido que o segmento educacional é um dos mais conservadores do mundo. Algumas instituições, entretanto, vêem tentando se ajustar aos novos tempos incorporando ferramentas mais modernas aos seus sistemas de ensino e vestibulares.

Veja algumas dessas iniciativas.

 A Tufts University, fundada há 158 anos, a partir de 2010, vai exigir pouco mais de um minuto de quem quiser estudar na instituição. Pelo menos durante a primeira etapa de seu processo seletivo. Localizada na região metropolitana de Boston, em Massachusetts, a universidade oferece agora aos candidatos a oportunidade de escolherem entre fazer uma tradicional redação ou registrar um vídeo com cerca de um minuto no YouTube – ou outro portal de fácil acesso. Mais...(http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI131508-16353,00-UNIVERSIDADE+ACEITA+VIDEO+DO+YOUTUBE+NO+LUGAR+DE+REDACAO+PARA+SELECIONAR+AL.html)

Em Bolonha (Itália), a recessão econômica transformou um curso na Universidade do Sorvete, num verdadeiro sucesso em 2009. Após perderem o emprego em grandes bancos e empresas, dezenas de executivos decidiram tentar a mão como empreendedores no maravilhoso mundo do sorvete italiano, aumentando em 90% o número de inscritos em relação ao ano anterior, que era de 6 mil alunos. Os estudantes, que pagam o equivalente a R$ 1.800 por semana por um dos seis cursos oferecidos na Carpigiani Gelato University, incluem também chefs vindos da Austrália, China, Sudão, Líbano e Reino Unido. Mais... (http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI119191-16367,00-COM+RECESSAO+EXECUTIVOS+VAO+REFRESCAR+IDEIAS+NA+UNIVERSIDADE+DO+SORVETE.html)

A Missouri University publicou uma regra que diz que, a partir das novas turmas que começam no outono deste ano (nos Estados Unidos, em setembro), todos os alunos de graduação de jornalismo são obrigados a ter ou um iPod Touch, ou um iPhone.

Segundo a universidade, o aparelho servirá para que os estudantes recebam palestras da própria faculdade, informações e outros complementos para as aulas assistidas. Os vídeos serão enviados pelo iTunes, a loja de mídias da Apple, e a universidade diz que não será cobrada nenhuma taxa para que os estudantes baixem os vídeos. Para os estudantes que provarem não ter condições de comprar ou o iPhone, ou o iPod Touch, a universidade oferece financiamentos, por meio de recursos para crédito estudantil do governo dos Estados Unidos. Mais...(http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI72133-16382,00-FACULDADE+EXIGE+IPOD+TOUCH+OU+IPHONE+PARA+ALUNOS+DE+GRADUACAO.html)
 
Será que os novos tempos, enfim, estão chegando à escola?

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Marketing - A nova onda

Quem faz o comercial é você

A última novidade do marketing: convidar consumidores para criar e produzir anúncios publicitários


David Bergman / Corbis
Por Daniel Hessel Teich
EXAME


A rede de lanchonetes Burger King resolveu romper os limites da propaganda tradicional para comemorar a abertura de sua 25a loja no Brasil, em dezembro. Na tentativa de potencializar os efeitos de sua estratégia de marketing, a empresa convocou seus clientes para produzir o comercial. O vídeo que apresentar a forma mais criativa de pedir um hambúrguer da rede será exibido pela MTV a partir da próxima semana. "A idéia é seguir no Brasil a mesma linha de vanguarda da publicidade da matriz americana", diz Afonso Carlos Braga, executivo de marketing da empresa. As campanhas publicitárias do Burger King nos Estados Unidos, feitas pela agência Crispin Porter + Bogusky, tornaram-se ícones de criatividade e interatividade na internet. Uma das criações da agência é o site Subservient Chicken (Galinha Subserviente), no qual o internauta cria situações encenadas por um sujeito fantasiado de galinha. Desde que entrou no ar, há dois anos, o site já teve mais de 500 milhões de acessos -- um dos maiores sucessos da rede de computadores.
O Burger King brasileiro embarcou em uma tendência que ganha fôlego nos Estados Unidos. Em fevereiro do ano que vem, pelo menos três comerciais feitos por pessoas comuns serão exibidos nos intervalos do Super Bowl, a finalíssima do campeonato nacional de futebol americano, que neste ano foi assistida por 90 milhões de pessoas. É a maior vitrine de marketing do país, na qual a veiculação de um filme de 30 segundos custa 2,6 milhões de dólares. Entre os anunciantes do Super Bowl que investiram na fórmula estão nomes como GM (com a marca Chevrolet), Frito-Lay (Doritos) e a própria Liga Nacional de Futebol Americano (NFL), a pro motora do evento. O sistema de escolha varia de acordo com o anunciante. A NFL vai premiar um roteiro que será filmado por um diretor profissional. O Doritos adota estratégia semelhante à do Burger King brasileiro, com os vídeos enviados pelo YouTube. Já a GM preferiu centrar seu concurso em estudantes de publicidade e cinema. "É uma forma de atingir o público jovem, bastante reticente aos formatos tradicionais de propaganda", disse Steve McGuire, gerente de publicidade da Chevrolet americana, à revista especializada em publicidade Adweek.
Os comerciais interativos, hoje consagrados por anunciantes de grande porte, surgiram na internet há dois anos. Munidos de câmeras de vídeo digitais e valendo-se do recém-criado YouTube para divulgar seus filmes, os internautas começaram a produzir paródias de comerciais de marcas famosas. Os marqueteiros das empresas resolveram tirar partido dessa situação. A primeira grande empresa a usar o recurso foi a Converse, dona da marca All Star. A empresa criou um site chamado Converse Gallery para que artistas e estudantes de cinema e de publicidade enviassem filmes que simulassem comerciais. Foi um tremendo sucesso. Ainda hoje os internautas mandam contribuições para o site, que conta com um acervo de 80 filmes, todos feitos por consumidores.


Como toda novidade, campanhas interativas implicam riscos. Uma visita ao site brasileiro do Burger King mostra um deles -- os filmes postados para a promoção estão abaixo de qualquer padrão de qualidade. Outro risco é a perda de controle sobre a imagem pública da marca. No início deste ano, a Chevrolet inaugurou um site dotado de uma série de ferramentas que permitiam ao internauta criar um vídeo para o automóvel Tahoe (utilitário esportivo de grande porte). Alguns consumidores passaram, então, a usar as ferramentas para produzir paródias que criticavam e ridicularizavam o carro. A principal crítica dos consumidores/ativistas era o alegado alto consumo de combustível de modelos como o Tahoe. Por conseqüência, na visão dos internautas, a GM tornava-se uma das principais vilãs do aquecimento global. Quando a empresa percebeu, era tarde demais. A página foi tirada do ar, mas cópias dos vídeos já estavam circulando no YouTube, onde podem ser vistas até hoje. "Esse é um lado que temos de levar em conta quando abrimos espaço para a colaboração do público. A situação pode sair do controle", diz Abel Reis, vice-presidente de tecnologia da agência Click, que criou uma campanha interativa para o automóvel Idea Adventure, da Fiat, para ser exibida em cinemas. Diferentemente do que aconteceu com a GM e do formato adotado pelo Burger King, a campanha da Fiat não leva a interatividade às últimas conseqüências. O consumidor escolhe trechos pré-gravados para montar o comercial. Ao todo serão possíveis 16 combinações diferentes, mas nenhuma oferece risco.

Nosso Comentário
Como toda novidade, esta também há de causar ainda muita polêmica. Importante, nesse momento, é avaliar os pontos positivos e negativos, além daqueles já apontados acima. É inegável que tal iniciativa deve acarretar uma significativa redução nos custos de propaganda, uma vez que atua em duas vertentes: transfere para o cliente os custos de produção e criação e ainda proporciona um estreitamento nas relações entre a empresa e o seu público. Além disso, na medida em que os clientes se aproximam da empresa, cria-se também a possibilidade de ampliar o leque de pesquisas para novos produtos, em virtude da percepção sobre a demanda e os pontos de vista dos clientes em relação aos produtos existentes.


Na outra ponta, uma das maiores desvantagens é abrir o flanco para arranhões na imagem institucional. Além disso, mensagens mal passadas podem gerar zonas de desconforto junto a clientes atuais, possibilitando o abandono de serviços e produtos.


A sorte está lançada... vamos ver no que vai dar.

quarta-feira, outubro 25, 2006

Valores Corporativos

Valores, na prática

Por Lisa Fabish e Nancy McGaw*
De acordo com uma pesquisa do Aspen Institute e Booz Allen Hamilton, nove em cada dez empresas escrevem declarações dos valores corporativos. Mas, a pesquisa também mostra que formular uma declaração e colocá-la em prática são tarefas diferentes. Para encurtar a brecha entre o que é dito e os fatos, oferecemos a seguir algumas sugestões:

Primeira: convidar para conversar
Convide os funcionários de todos os níveis e diferentes funções para falar sobre o que significa para eles a declaração de valores corporativos. Eles acham que falta alguma coisa? Alguns valores estão implícitos em outros? Consideram que foi intencional ou um simples descuido excluir alguns valores?
A reflexão coletiva sobre os valores realmente importantes contribui de maneira significativa a transformar esses valores em uma parte integral da prática do management.

Segunda: insistir para que os presidentes executivos façam o que dizem
Quais os fatores possibilitam que as pessoas tomem decisões coerentes com os valores corporativos? Um dos mais importantes é que as escolhas dos presidentes executivos sejam o reflexo dos compromissos declarados para os clientes e funcionários, mesmo quando implicam custos no curto prazo. Mais que isso: que dêem poder para os seus funcionários ter as mesmas atitudes. A liderança é crucial; por isso, as juntas diretivas têm que avaliar de que forma os atos dos presidentes executivos estão em sintonia com as suas palavras.

Terceira: aprender com empresas que não pertencem ao seu setor
Em matéria de percepção do “valor” dos valores, as diferenças entre setores oferecem boas lições. Pergunte para colegas que estão fora de seu setor como gerenciam o desafio da gestão de valores.

Quarta: nomear os obstáculos
O que impede que os funcionários atuem em consonância com os valores? Os custos econômicos de curto prazo, uma desvantagem competitiva potencial e um clima econômico frágil são as razões que mencionam 30% dos entrevistados. Incentivar os funcionários a mencionar os obstáculos internos abre a discussão sobre sua possível gestão.

Quinta: contar histórias
Estimule os funcionários a compartilhar histórias sobre como usaram um valor corporativo para superar os desafios e ganhar vantagens competitivas.

Sexta: reescrever os critérios para a avaliação do desempenho
Durante as avaliações de desempenho, compare os comportamentos e os resultados com os valores declarados. Alguns valores se impõem sobre outros? O escasso compromisso com o trabalho em equipe é ignorado quando se trata de vendedores “estrelas” que superam os objetivos trimestrais? Ajuste os critérios nas avaliações de desempenho até que mostrem corretamente os valores importantes no longo prazo.

Sétima: capacitar para a tomada de decisões baseadas nos valores
Espera-se que os executivos tomem decisões que possam exigir certa negociação entre os benefícios sociais e os custos financeiros, porém, com freqüência carecem de capacitação para fazer escolhas bem informadas. Apenas 50% cento dos entrevistados afirmam que suas empresas oferecem esse tipo de treinamento. São muito poucos os cursos que ajudam os gerentes a entender os efeitos sociais, ambientais e econômicos de suas decisões. Os programas de capacitação que abrem oportunidades de diálogo com os grupos de ação local e com as organizações não governamentais são úteis para que os gerentes aprendam a estimar os custos e os benefícios.

Oitava: medir o retorno nos valores
Existem várias maneiras de avaliar o retorno nos valores e detectar as oportunidades para melhorar. Uma é a avaliação 360 graus sobre o desempenho dos valores corporativos, ou seja, a forma como os valores são colocados em prática no cotidiano: pergunte aos seus clientes e aos membros da comunidade como vêem o comportamento da empresa e depois discuta o aprendido com os funcionários.

Nona: sair para o mundo para melhorar o negócio
Aprenda com a comunidade. As empresas que se baseiam unicamente nos programas de trabalho voluntário dos funcionários como meio para aprender algo a respeito da comunidade, com freqüência passam por alto as oportunidades de entender seus mercados e de evitar os erros estratégicos e operacionais.

Décima: seja honesto com você mesmo
Os gerentes têm de avaliar se os valores da empresa são o reflexo dos valores apreciados por eles. Imagine o quanto você estaria mais envolvido com seu trabalho se levasse em conta seus próprios princípios e os da empresa cada vez que toma uma decisão.

Revista HSM Management / © 2006 Harvard Business School Publishing, distribuido por New York Times Syndicate

Fabish, Lisa
Consultora da Booz Hamilton
McGaw, Nancy
Diretora do Programa Negócios e Sociedade do Aspen Institute

quarta-feira, agosto 23, 2006

Tecnologia

Com uma câmera e um notebook na mão


Há uma boa dose de bits sem fio movendo um dos fenômenos atuais da tecnologia: o YouTube e a nova geração de serviços de vídeo online. De celulares equipados com câmeras que captam clipes inusitados do cotidiano a notebooks que fazem o upload instantâneo de vídeos em hotspots, o mundo wireless dá um tremendo gás para manter a interatividade da web 2.0.

A dupla câmera digital e notebook é justamente o aparato usado para manter um dos hits atuais de audiência do YouTube, o clipe "Where the Hell is Matt?". Durante três minutos e quarenta e dois segundos, o americano Matt Harding, de 29 anos, desfila pelos mais variados lugares do mundo. Detalhe: dançando de uma forma bem característica. Ele passou por 39 países, do Peru e Itália a Botsuana e Laos. Na cena acima ele está na Noruega.

Harding, que é desenvolvedor de games, resolveu tirar uma licença do trabalho para viajar durante seis meses. Brincalhão, ele costumava dançar de forma desengonçada no meio escritório para provocar os colegas de trabalho. Durante a viagem um amigo fez a proposta: "por que você não dança enquanto eu filmo?". Foi assim que Harding começou a fazer o clipe: dançava por cada lugar por onde passava.

Os filmes foram feitos com uma câmera digital Powershot, da Canon. "É suficientemente pequena para caber no meu bolso", disse Harding em entrevista à INFO de agosto, na matéria de capa que fala das oportunidades geradas pelo vídeo online para os profissionais de tecnologia. Harding foi editando seu clipe durante a viagem. Para isso, rodou o software Vega, da Sony, em seu notebook. Durante os seis meses, ele gravou mais de uma hora de imagens.
O sucesso do clipe no YouTube acabou chamando a atenção de um patrocinador, a marca de chicletes Stride e mostrou um novo modelo de negócios para os adeptos do site. O contrato, no entanto, proibe que Harding revele quanto dinheiro recebeu. Clique aqui para ver o clipe: http://www.youtube.com/watch?v=Pkh5opBp6K4. Fonte: Blog da Débora Fortes

Nosso Comentário: Com tantas possibilidades e experiências inovadoras de utilização da tecnologia, segmentos como o da Educação, por exemplo, mantêm as mesmas práticas de séculos atrás. O tradicionalismo no processo de ensino e aprendizagem, além da gestão das escolas e a postura dos professores, podem estar comprometendo o futuro de uma geração que nasceu em meio à tecnologia e dela fará uso intensivo quando adulta. Será que nossos jovens estão sendo preparados para atuarem nessa sociedade?