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terça-feira, janeiro 07, 2014

Educação em 2013

O ano de 2013 no segmento educacional


Mais um ano se foi e com ele a rotina das escolas. Melhorias aqui e ali, ambiente mais tecnológico avançando gradativamente, educadores ainda meio perdidos sobre os caminhos a tomar e gestores educacionais diante de novos desafios.

Apesar do descompasso entre o ambiente educacional e o “mundo real”, agora encorpado também com o ambiente virtual, algumas experiências mais arrojadas começam a pipocar mundo afora. E isso é muito bom.

No meu entendimento, o atual cenário educacional nos remete a dois grandes desafios: entender o novo paradigma do processo de aprendizagem e incluí-lo no modelo educacional e, concomitantemente, tornar sustentável o modelo de negócios necessário a torná-lo realidade.

O advento do livre acesso ao conteúdo proporcionado pela tecnologia, tornou evidente o que todos já sabiam. Cada pessoa tem sua própria maneira de aprender. Uns pesquisando sozinhos, outros trabalhando em grupo. Alguns com tutoria, outros usando a criatividade. Somos diferentes. O grande desafio, portanto, é tornar a educação “sob medida” uma realidade.

Experiências nesse sentido estão acontecendo e mostrando que isso é possível. Partindo do pressuposto de que cada aluno tem necessidades diferentes e aprende de maneira própria, o projeto School of One[1], desenvolvido numa parceria entre o governo americano e empresas de ponta no segmento de tecnologia, tem proporcionado resultados de aprendizagem até 30% acima da média dos modelos convencionais.

Do outro lado do planeta, a “Young Foundation”, uma organização que se propõe apresentar um instrumental na condução do pensamento, ação e mudança social no Reino Unido em áreas como a educação, vem desenvolvendo o projeto denominado Escola Estúdio. Ele parte de constatações concretas baseadas em pesquisas. Através delas, os educadores locais constataram que um grande número de jovens:

·        Aprende melhor fazendo;
·        Aprende ainda mais, fazendo coisas “de verdade”;
·        E apresentam melhor rendimento quando trabalhando em grupo.

Com o projeto ainda em fase de adaptações, a percepção dos alunos que passaram pela experiência é de que, dessa maneira, o processo de aprendizagem é mais motivador e mais estimulante. A escola passou a ser um lugar de desafios e conquistas. Um lugar mais atraente e muito mais prazeroso, portanto.

O resultado é que, dois anos depois de implantado o projeto, os alunos que estavam nos grupos de pior performance saltaram para o topo da lista e engordaram o quartil mais alto.

Ainda no Reino Unido, a Steve Jobs School tem trabalhado com a introdução de ferramentas tecnológicas dentro das salas de aula de uma maneira contextualizada e eficaz.

Na Suécia, uma empresa que opera cerca de trinta escolas ameaça revolucionar completamente o modelo convencional. Os centros docentes de Vittra não são escolas usuais. Essa rede de escolas considera que o modelo educacional deve mudar completamente e, por isso, mesmo propuseram acabar com as salas de aula. O objetivo é incentivar a criatividade dos alunos e tornar concreto o fato de que qualquer lugar é bom para se aprender.

Os alunos dessas escolas não são regidos pelos mesmos princípios que o sistema educacional convencional, nem estão organizados em torno de temas e lições de vida. Sua filosofia está comprometida com a tecnologia intensiva, educação bilíngue e aprendizagem baseada na experiência. Para fechar, propõe um sistema educacional capaz de recriar ambientes de aprendizagem baseadas na vida real.

Embora essas e outras experiências estejam dando partida a uma mudança de conceitos educacionais, é fundamental rever os paradigmas também no negócio chamado escola. Nesse aspecto, o ano de 2013 introduziu uma nova realidade com a qual, por anos, já sinalizávamos. As escolas entraram, definitivamente, numa era de competição global. O tempo em que o seu concorrente era a escola ao lado, meu caro gestor, está indo embora. Acredito que a grande “novidade” no ambiente educacional são os MOOC’s – Massive Open Online Courses.

Essa modalidade introduz, definitivamente, a concorrência em escala mundial. Tanto as escolas, quanto seus profissionais, estarão diante de fortes adversários na arena de negócios e no próprio mercado de trabalho. O professor da sua escola concorre agora com aquele profissional da Harvard, Yale, MIT...

Os MOOC’s colocam à disposição de pessoas do mundo inteiro cursos de altíssimo nível a custos irrisórios ou, em sua maioria, gratuitos. E é aí que surge a outra variável: sustentabilidade. Como deve ser o modelo de negócios para sustentar esse novo tipo de empreendimento? Como concorrer com produtos educacionais de alto valor agregado que nada custam e ainda tornar a escola rentável?

Meus caros gestores e educadores sinto dizer-lhes que a chapa está esquentando... que venha 2014!



* Comentário escrito para a edição especial da Revista Linha Direta/dez 2013


[1] www.schoolofone.org

segunda-feira, julho 09, 2012

Tablets na sala de aula

O que fazer com o meu tablet?

Tenho visto um movimento significativo no sentido de levar a tecnologia para as salas de aula. Esse movimento, entretanto, ainda tem seu foco na infraestrutura, ou seja, nos equipamentos. O fato é que isso é apenas o começo do processo. A grande maioria dos nossos docentes não sabe mesmo o que fazer com eles, quando o recebem.

Escrevi um artigo para a revista Gestão Educacional sobre o assunto e gostaria de compartilhá-lo com você, caro frequentador desse blog.



O que eu faço com o meu tablet?

Por Marcelo Freitas

Tenho certeza de que a pergunta do título é uma daquelas que a maioria dos professores gostaria de fazer ao receber esse objeto de trabalho “modernoso”, das mãos do diretor da escola. Isso mesmo... ferramenta de trabalho. Evidente que nem todas as escolas ainda incorporaram o equipamento às suas práticas educativas e, assim, nem todos os professores ficaram de saia justa. Ainda.

Depois de muitos e muitos anos, a tecnologia que batia à porta das escolas recebeu permissão para entrar. Não que tenha sido fácil. Acredito mesmo que quem girou a maçaneta foram os alunos e aí...

O fato é que agora esses equipamentos estão pousando nas mesas e carteiras das salas de aula. Bom? Certamente. Eficaz? Ainda é cedo para dizer. Isso porque o equipamento é apenas o meio e não o fim do processo. Para que seja de fato eficaz é preciso que os professores saibam operá-lo com maestria. É fundamental que saibam extrair dele o melhor e, principalmente, que definam que conteúdo será colocado lá dentro e o que fazer com ele na sala de aula.

A equação não é fácil. Se o processo de encaixá-lo no material didático está sendo parcialmente “resolvido” pelas redes de ensino (embora a maioria tenha apenas digitalizado seu material apostilado e depositado no equipamento, substituindo a papelada pelo conteúdo em bits e bytes), a maneira com que será utilizado em todo o seu potencial ainda é uma questão a descoberto.

A nova mídia requer outros conceitos de aprendizagem e novas metodologias de apresentação dos conteúdos, centradas nas hipermídias. Não é apenas a transposição do papel para a telinha. Isso não funciona. É preciso dar dinâmica aos conteúdos, manter o pique multitarefa dos alunos. Envolver e mesclar vários temas simultaneamente. Fazer essa geração de antenados manter a concentração não é mole.

E nesse aspecto o que se vê é uma carência conteúdos concebidos para o uso pedagógico nas mídias digitais. Não é por acaso que as aulas no YouTube fazem tanto sucesso, com milhões de acessos. Mas é preciso pensar maior. É importante explorar, e integrar, não somente as possibilidades de tablets e notebooks, mas também dos celulares. Eles são uma poderosa ferramenta para a aprendizagem. Fazer pequenas tarefas ou jogar em rede com os colegas pode ser uma fonte inesgotável a explorar. E para isso não basta apenas o conteúdo. É preciso forma, interatividade, criatividade, desafio.

Nesse particular, os jogos saem na frente. Se aproveitados com imaginação, eles podem se transformar numa excelente ferramenta de ensino. E é aqui que o papel dos educadores se torna fundamental. É deles que deve partir a iniciativa de transformar e adaptar o conteúdo dos currículos aos jogos e aplicativos. E isso pode ser feito de imediato, pois existe uma enormidade de games nas prateleiras das grandes livrarias capazes de preencher espaços significativos na aquisição de habilidades e competências.

Um exemplo? SimCity. Esse famoso game é a simulação de uma cidade em construção. Nela o jogador assume a posição de prefeito e, a partir daí, é colocado em contato com uma gama de situações e problemas. Já imaginou que potencial de aprendizagem para competências e habilidades como planejamento, tomada de decisão, gestão de recursos, definição de prioridades etc...etc.... ? E em relação aos conteúdos específicos, como geografia e matemática?

Na linha dos simuladores, existe ainda uma infinidade de outros títulos que podem ser trabalhados na perspectiva multidisciplinar, envolvendo desde a gestão de clubes de futebol e basquete, até simuladores de vôo e construção de ferrovias, passando por jogos de estratégia e conhecimento. Enfim, um mundo de opções a explorar.

No frigir dos ovos, não está faltando tanto assim. Falta apenas mais criatividade para sair da mesmice. Educadores, segurem suas manetes e boa viagem.



segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Tecnologia da Informação

Um sucesso!


No evento, tivemos a oportunidade de falar sobre como as novas tecnologias podem contribuir para a educação e como estão impactando a escola. como consequência, tornou-se evidente a necessidade de criar um ponto de ruptura nos modelos de ensino-aprendizagem até hoje adotados.

A evolução tecnológica está mudando o conceito de aquisição do conhecimento. No atual, mas já ultrapassado modelo, o processo é baseado no binômio ESTRUTURA > JUST IN CASE. A escola estrutura o conhecimento e o transfere em enormes quantidades para os alunos, para o caso de necessitarem dele, um dia, quem sabe.

Hoje, a demanda é CONJUNTURA > JUST IN TIME. O conhecimento é organizado de acordo com a conjuntura e é disponibilizado no momento em que dele se precisa. Uma total mudança de paradigmas, que, infelizmente, educadores e escolas ainda não incorporaram.

Além disso, também comentamos sobre alguns dos entraves em se adotar novos conceitos educacionais que se alinhem à evolução tecnológica:
  • corporativismo docente;
  • estrutura do sistema de ensino (que ainda privilegia o conteúdo - vide vestibular, em detrimento das competências e habilidades);
  • falta de métodos consistentes para a incorporação de novas tecnologias;
  • carência de softwares de gestão do conhecimento e programas educacionais que possam ser embarcados em equipamentos de ponta, como os tablets.
Esses foram alguns dos problemas apontados e que merecem a atenção de educadores e gestores educacionais para que haja o tão esperado salto qualitativo da nossa educação.


segunda-feira, setembro 25, 2006

Política e voto


Liberdade do voto
Uma verdadeira democracia começa pela liberdade do cidadão de escolher seus representantes? Não. Na verdade ela começa pelo poder de exercer ou não esse direito. Essa questão precede a primeira. Nenhum cidadão deveria ser obrigado a votar, pois isso acaba ferindo o direito ao livre arbítrio, na sua raiz.

A obrigatoriedade do voto acaba por arranhar o direito básico da democracia e da liberdade. Como pode alguém dizer que é livre para votar em quem quiser se, antes disso, ele é obrigado a fazê-lo? A questão do voto compulsório, no fundo, desqualifica o voto. Permite que cidadãos apenas o exercitem por força da obrigatoriedade, transformando-o numa simples atividade que, se não realizada, implica em penalidades.

Através do voto obrigatório, transformamos a qualidade em quantidade. Multidões de despreparados, mal-informados e alienados políticos votam em qualquer um ou naqueles cujas promessas de benefícios voláteis lhe são apresentados na forma de promessas ou ameaças. O resultado disso estamos presenciando: a verdadeira espoliação do bem público por um bando de ladrões instalados no poder. Até quando teremos que sujeitar o país às escolhas daqueles menos iluminados? A quem interessa o voto do menos esclarecido (apesar da resposta nos parecer óbvia!)? Quanto deixaremos de trocar a qualidade pela quantidade?

Se a reforma política um dia vier a acontecer, que tal começar pela não-obrigatoriedade do voto?