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terça-feira, agosto 01, 2017

Posse de bola não é gol.

Como as escolas podem melhorar a gestão de seus processos escolhendo os indicadores adequados.


No inverno de 2014, o Brasil era tomado por uma bolha de euforia. Em meio às crises políticas e um noticiário econômico nada animador, o circo do futebol fazia unir ideologias antagônicas em torno da seleção brasileira de futebol. A Copa do Mundo era a cortina de fumaça que trazia a alegria de volta ao cenário tupiniquim. Era a pátria de chuteiras em campo.

Se não encantava pela magia da seleção de Telê Santana, o “selecionado canarinho” avançava no torneio e chegava às semifinais contra a simpática, e politicamente correta, seleção da Alemanha. O palco não poderia ser mais acolhedor. Mineirão lotado, hino nacional cantado à capela e um belo horizonte como moldura. Mas...

Se hoje um extraterrestre fizesse um “pitstop” no Brasil e pegasse um dos jornais da época, lá encontraria os principais números do jogo:
  • ·        Posse de bola: Brasil, 52%. Alemanha, 48%.
  • ·        Chutes a gol: Brasil, 18 . Alemanha, 14 .
  • ·        Faltas cometidas: Brasil, 11. Alemanha, 14.
  • ·        Impedimentos: Brasil, 3. Alemanha, 0.
  • ·        Minutos com a bola: Brasil, 32. Alemanha, 30.

O ET não teria dúvidas em adivinhar a sequência. Enfim, Brasil na final. Mas todos sabemos, amargamente, não foi bem isso o que aconteceu. Alemanha 7, Brasil 1.

Esse episódio nos leva a pensar em uma situação muito comum no mundo corporativo, e a escola não está fora dele. A eleição de indicadores de performance para auxiliar a gestão da  organização na tomada de decisões. É a partir do seu monitoramento, que muitas delas traçam planos estratégicos, conferem o andar dos processos, definem as prioridades e estabelecem objetivos e metas.

Acontece porém que, em muitos casos, esses indicadores com o tempo se afastam dos reais fatores de sucesso de uma organização. Isso faz com que as lideranças passem a buscar a melhoria do desempenho em processos que já não são mais relevantes para o resultado, em virtude de mudanças no ambiente, seja ele interno ou externo.

O exemplo da nossa seleção fala bem de perto nesse caso, e serve para mostrar esse desvio. O objetivo do jogo de futebol é fazer gol, e tentar não levar. Mas muitos técnicos se prendem a estatísticas como essa para justificar o injustificável. Aproveitando a contundência do placar naquela fatídica partida, é importante ressaltar algumas lições importantes que podemos levar para a escola:

Posse de bola não é gol. Qual seleção foi mais eficiente: o Brasil, que se manteve o maior tempo com a bola nos pés, mas não foi capaz de converter isso em gols, ou a Alemanha, que mesmo não tendo superioridade na posse da bola, foi objetiva em transformar as oportunidades que teve em vantagem no placar? Isso se chama foco no resultado!

Chute a gol não conta ponto. Tentar, apenas, não adianta. É preciso eficiência nos processos para gerar resultados. Treinar a equipe, tendo como base o objetivo final, é fundamental. Agregar valor é uma missão de todos no time, cada um na sua esfera de competência. E nesse ponto é preciso que haja eficiência e produtividade.

Impedimento é retrabalho. Quando um jogador é pilhado em impedimento, todo o trabalho de construção da equipe é jogado por terra. A falha de posicionamento de apenas um atleta representa o mesmo que a existência de um elo fraco no processo. Daí a necessidade de ter todas as atividades alinhadas com a proposta de valor da organização, neste caso particular, os processos que realmente são necessários à eficiência da escola.

Em todas essas questões, um bom planejamento, e um olhar crítico sobre a necessidade de cada processo existente, são fundamentais. Nesse aspecto, é importante que haja desprendimento dos gestores para abandonar práticas obsoletas quando se constata que o ambiente mudou. Em muitos casos, é preciso promover a disrupção, abandonar definitivamente processos e modelos que tornaram aquela escola um expoente durante muitos anos, mas que já não conseguem mais responder à proposta de valor da escola junto aos seus clientes.

Para tornar mais ágil e eficiente essa análise, o auxílio de recursos tecnológicos, hoje disponíveis em abundância, tornam o trabalho mais assertivo, reduzindo o risco implícito nas decisões. Alguns deles, como o Panorama Escola, uma plataforma que agrega recursos de pesquisa e dashboard de gerenciamento de indicadores, podem encurtar a distância entre a obsolescência e a efetividade. Essa plataforma, criada pela Corporate*[1], utiliza conceitos de business intelligence, permitindo ao gestor cruzar dados internos e externos para avaliar possíveis desalinhamentos e mudanças de rumo do mercado.

Assim como um técnico de futebol, os gestores educacionais devem ter em mente o foco principal e os objetivos a serem alcançados. Pesquisar, analisar e acompanhar os processos-chave por meio de indicadores eficientes, faz com que suas decisões não se baseiem em uma cortina de fumaça.
Ao contrário, trabalhar com afinco para tornar melhores velhos processos que foram sucesso no passado, mas não agregam valor à demanda atual da escola, significa investir nos “impedimentos” e nas “bolas chutadas para fora”. E a escola não pode ser eficiente em tomar de 7 a 1, não é mesmo?

 (Artigo publicado pela Revista Linha Direta, ed. 231/ junho 2017)




[1] Saiba mais em www.corporateconsultoria.com

sexta-feira, janeiro 14, 2011

Copa 2014

Copa 2014.
Como seria bom!


O Brasil é o país ideal para sediar uma Copa do Mundo. Povo acolhedor, alegre, amante do futebol. Por isso mesmo, seria muito bom realizar aqui a Copa de 2014. Seria.

Seria ótimo se, antes dela, a montanha de dinheiro que será investida na reforma e construção de estádios fosse canalizada para melhorar a educação dos brasileiros. Ou, se o rio de dólares que que vai jorrar na forma de propinas das empreiteiras, irrigasse o sistema de saúde para que o cidadão alegre, mas de saúde frágil, tivesse a dignidade de ser prontamente atendido pelo sistema único de saúde.

Seria mesmo muito bom acolher a Copa de 2014, se o gasto com os projetos de hotelaria e infraestrutura fosse, antes, direcionado para levar esgoto e água tratada para todos os lares tupiniquins. Seria melhor ainda se essa dinheirama toda servisse para humanizar as nossas favelas ou executar obras de contenção das áreas de risco das cidades, onde, todo ano, centenas de mortes acontecem assim que o período de chuvas se acirra.

Seria muito bom receber a Copa de 2014, se os engenheiros e arquitetos envolvidos em obras de estádios e concentrações fossem utilizados, antes, para resolver os problemas do trânsito nas nossas metrópoles ou para construir moradias para os irmãos brasileiros que vivem abaixo da linha de pobreza.

E como seria bom realizar a Copa de 2014 se, antes dela, a pilha de dinheiro investido na logística, inteligência e organização da segurança das cidades-sede durante o evento, fosse despejada na luta pela erradicação do crime organizado e na melhoria do aparato policial.

Enfim, seria mesmo muito bom receber povos-irmãos se, antes disso, a importância dada à Copa de 2014 pelos governos populistas fosse da mesma ordem que a usada para extirpar a corrupção que reina entre os nossos políticos. Seria um orgulho para nós, brasileiros, que eles fossem tratados com o mesmo rigor dos demais criminosos. Que a festa da multiplicação das “boquinhas” para os apaniguados do poder não mais fosse vista, diariamente, nas manchetes de nossos jornais.

Porque a verdade é que, nunca antes na história desse país, a farra com o dinheiro público, e a impunidade, foram tão grandes.

Que Deus abençoe a Copa, mas que tenha misericórdia do nosso povo!