quarta-feira, janeiro 24, 2007

Escolas


Uma visita às escolas de Atlanta

Já faz quase 10 anos que fiz uma viagem a Atlanta, Geórgia – USA, para conhecer algumas instituições educacionais daquele país, juntamente com um pequeno grupo de executivos educacionais e educadores. Alguns pontos chamaram minha atenção de maneira especial:

- Em todas as escolas, em cada sala de aula, sempre se podia ver uma bandeira americana desfraldada;
- A adoção de salas ambiente é a regra e não a exceção;
- O sistema pelo qual os alunos mudam de sala, e não os professores, é uma premissa nas escolas locais;
- A presença de computadores em praticamente todas as salas de aula;
- Armários com escaninhos tomam as laterais dos corredores, evitando que os alunos sejam obrigados a transportar pesadas mochilas com os materiais didáticos;
- Numa escola, havia um local no meio do pátio dos alunos, isolada por meio de cordas, onde os professores lanchavam. Nada de sala dos professores. O espaço era dividido com os alunos, o que lhes permitia uma maior interação inclusive durante recreio. Ah, e depois do primeiro toque da sirene para avisar sobre o término do lanche, os próprios professores faziam a limpeza do local, limpando as mesas, recolhendo o lixo, latinhas, copos etc. Quando poderíamos imaginar isso por aqui?
- Noutra escola, o diretor nos relatou que, em datas comemorativas da instituição, pais se transformavam em organizadores e vendedores de cachorro-quente, professores em manobristas e alunos em garçons.
- A proximidade da escola com os organismos representativos de pais e alunos. Numa determinada instituição fomos recebidos pela mãe de um aluno. Ela era diretora da Associação de Pais e foi quem nos apresentou a escola em nome do diretor. Noutra, o presidente do Grêmio estudantil circulou com o grupo pelos quatro cantos da escola. Além de apresentá-la ao grupo, contou-nos em detalhes toda a história da instituição.
- A importância da pontualidade foi sentida quando o dirigente de uma das escolas visitadas foi resistente em nos receber em virtude de nosso atraso em 30 minutos. Por muito pouco não tivemos que dar meia-volta.
- No quesito sustentabilidade, pude perceber na estrutura organizacional das escolas a presença de um departamento cuja função exclusiva é captar recursos e doações.

As conclusões, cada um pode tirar a sua. São muitos, porém, os que criticam os estudantes americanos por confundirem a capital do Brasil com Buenos Aires, mas não são tantos assim aqueles que param para questionar a razão pela qual, ainda assim, são a nação número 1 do planeta. Até onde estariam errados?

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