Hora de
delegar
por Marcelo Freitas
É comum, e até necessário, que nos primeiros anos de vida de um pequeno negócio, que o dono assuma praticamente todas as tarefas — dos serviços de rua, como pagar contas e comprar suprimentos, até as negociações de contratos de venda. Acontece, porém, que com o passar do tempo e o eventual crescimento da empresa, concentrar tudo nas mãos de uma só pessoa torna os processos inviáveis.
Algumas dicas, entretanto, podem ser de grande utilidade a você, gestor, nessa fase do negócio.
O primeiro passo é fazer uma lista com as tarefas do
seu dia a dia. Todas elas devem ser lembradas, inclusive as mais simples, como
ir ao banco ou fazer uma entrega. Para melhor visualiza-las, organize-as por diárias,
semanais, mensais e anuais. Em seguida, assinale aquelas que podem ser
delegadas sem que haja algum tipo de perda. Fique com aquelas que dependem
exclusivamente de você ou se referem a decisões estratégicas.
O passo seguinte é identificar a pessoa que assumirá a
tarefa a ser delegada. Verifique se há profissionais qualificados na empresa ou
se será necessário contratar gente de fora. Uma vez escolhido, o funcionário deve começar a exercer as tarefas de forma gradual. Lembre-se de que ele
estará executando e, muitas vezes, tomando decisões sobre a atividade.
Portanto, faça a passagem de maneira segura.
O terceiro passo consiste em orientar formalmente o profissional que vai exercer as atividades que antes eram feitas por você. Nesse particular, é oportuno registrar em manuais o passo a passo
de cada atividade, começando do básico. Cabe também ao gestor deixar
claro suas expectativas e definir prazos de execução para as tarefas delegadas.
Transparência e objetividade evitam problemas futuros.
Aproveite para estabelecer as prioridades, de maneira que
o funcionário saiba exatamente a ordem de importância das suas atribuições,
assim como qual será o poder de decisão que ele terá, caso surja algum problema durante a execução. A sua presença e acompanhamento, nessa etapa,
são fundamentais. Um lembrete: ninguém vai fazer nada exatamente do jeito que
você faz.
Finalmente, uma vez transferidas as atribuições e delegada
a autoridade para exercê-las, é importante, periodicamente, analisar
formalmente o desempenho desse colaborador. Saber quais são as suas dificuldades
e fornecer um feedback sobre os trabalhos realizados é bacana e faz parte do
processo. Faça com ele uma avaliação.
Não se esqueça que um processo de avaliação é uma
via de mão dupla: ouça o funcionário, converse sobre o que ele achou do próprio
desempenho e esteja aberto a sugestões que ele possa fazer em relação ao seu acompanhamento. Você pode se surpreender com boas
ideias.
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