terça-feira, outubro 14, 2014
Empreender
Ensinar a empreender
Esse artigo foi bastante comentado na revista Gestão Educacional. O que você acha? Clique aqui e acesse o conteúdo da publicação.
Tecnologias e Competências
Tecnologias, saberes e competências.
Por Marcelo Freitas
Muito se fala
a respeito da educação para o século XXI. Novidades e avanços, em particular no
campo da tecnologia e dos seus impactos na vida das pessoas, impulsionam ainda
mais o debate em torno do tema. Ao mesmo tempo, a falta de sintonia e o
descompasso entre a vida real e a entidade “escola” fica cada vez mais patente.
Alunos de todos os níveis consideram a instituição educacional “um saco”, um
lugar onde não gostariam de estar.
Trazendo luz
ao debate, a Fundação Telefônica ouviu milhares de especialistas mundo afora e
publicou, recentemente, o resultado dessa pesquisa. O trecho a seguir resume as
principais conclusões e merece ser destrinchado com refinamento:
“A sociedade
de hoje requer indivíduos criativos, empreendedores, críticos, familiarizados
com o mundo digital, que se comuniquem bem e que se adaptem a ambientes
diversificados de trabalho.”
Comecemos. “A
sociedade de hoje...” Veja que estamos falando deste momento,
especificamente. Entretanto, se a situação já não é das melhores, é ainda mais
complexa se nos lembrarmos de que a educação, e notadamente, o conhecimento
gerado hoje, deverá ser usado ao longo da vida, numa sociedade que sequer
conhecemos. Trata-se de preparar pessoas para um mundo com desafios ainda
maiores.
Continuando:
“...requer
indivíduos criativos, empreendedores, críticos...”. Se confrontarmos
esses quesitos com o que encontramos nas nossas escolas atualmente,
entenderemos de imediato a razão pela qual os alunos preferem estar em outro
lugar ao invés das salas de aula. Nelas nos defrontamos com um volume excessivo
de conteúdos (maioria deles desconectados da realidade prática dos alunos),
onde não há espaço para a criação e as descobertas. Tudo já vem pronto e embalado.
Ao aluno cabe, na grande maioria das vezes, apenas decorar. Sequer imagina
onde, no seu cotidiano, aquilo lhe será útil. Ao exercitar o lado crítico em
relação a tudo isso, ele apenas é repreendido pelo professor, por estar
atrapalhando a aula e questionando as verdades absolutas que lhe são
repassadas. Inútil, portanto, remar contra a maré. Nessa situação, o aluno se
vê tolhido do desenvolvimento da habilidade que lhe será, esta sim, tão
importante na vida.
A outra
habilidade, a de empreender, igualmente passa longe das carteiras das escolas.
O tema, entretanto, começa a despontar como uma possibilidade interessante para
compor os currículos. Recentemente, desenvolvemos todo um projeto voltado para
o desenvolvimento de habilidades empreendedoras, sob demanda de uma grande rede
de educação. O mesmo aconteceu com uma escola de Belo Horizonte para a qual
trabalhamos. Ela inseriu a disciplina como módulo, dentro do próprio currículo
regular, em algumas das suas séries. Agora, mais que isso, a estamos assessorando
para que as habilidades empreendedoras tenham seus fundamentos disseminados
desde a educação infantil. Um avanço que só está se tornando realidade porque a
direção da escola resolveu, ela própria, ser crítica, criativa e empreendedora.
Seguindo,
temos “...familiarizados com o mundo digital...”. Aí a enorme trombada
com a estrutura vigente nas escolas. O grande dilema é em relação aos
professores. Uma visão arcaica e corporativista, fomentada muitas vezes pelos
organismos representativos da categoria, torna a missão mais árdua. Do outro
lado, é bom lembrar, os alunos já são familiarizados com o mundo digital. E
tendem a ser, naturalmente, cada vez mais, pois já são parte de um mundo
conectado. A questão fundamental é, portanto, tornar professores, lideranças e
gestores também familiarizados com esse universo. Se a distância entre as
gerações fortalece a dificuldade, entretanto, as tecnologias estão cada vez
mais amigáveis e a sua utilização requer apenas um pouco de abertura pessoal.
Há dez anos previ, em um artigo, a introdução do professor holográfico nas salas de aula. Não estamos longe disso. E
se pensarmos no futuro dos nossos alunos, esta será, com toda certeza, a
realidade do ambiente tecnológico por onde transitarão.
Voltando ao
enunciado, temos “...que
se comuniquem bem e que se adaptem a ambientes diversificados de trabalho.” A
comunicação é matéria-prima para a aquisição de conhecimentos, habilidades e
competências, tanto agora quanto ao longo deste século. Uma recente pesquisa[1]
promovida pela Corporate junto aos gestores e lideranças educacionais apontou a
Comunicação Interna (71,43%) como a sua principal preocupação, seguida de “baixa
qualidade dos profissionais” (57,14%) e “Liderança” (42,86%). A pergunta
natural é: como desenvolver pessoas que se comunicam bem quando a própria
estrutura da escola não é eficiente nesse quesito?
O mesmo
raciocínio vale para o a adaptação a “ambientes diversificados de trabalho”. A
escola mantém, por séculos, a mesma estrutura de ambientação, com salas de aula
padronizadas, carteiras em fila, pátios para recreio, auditórios e por aí vai.
Na era dos ambientes Wi-Fi e dos smartphones
com acesso à internet, laboratórios de informática ainda são construídos,
como sinal “de vanguarda”. Daí... sem mais comentários...
A mensagem
subliminar é que tanto as estruturas operacionais das escolas, quanto a
capacitação e preparo das principais lideranças e docentes, necessitam
urgentemente de uma ruptura nas suas premissas e nas metodologias existentes.
Para tanto, mais que nunca as direções educacionais precisam romper com modelos
que já exauriram e incrementar ações que levem à essa nova perspectiva
educacional. Nesse aspecto, cursos e programas de capacitação[2]
merecem atenção, em especial aqueles voltados para as lideranças e educadores.
Da mesma
maneira, é importante introduzir novas perspectivas de desenvolvimento para os
alunos, como projetos de empreendedorismo[3] e
outros que façam aflorar suas habilidades e tornar a escola um lugar mais
prazeroso para estar.
Essas são
reflexões importantes e pertinentes ao atual estágio em que a educação se
encontra. Caro gestor, sua hora de empreender é agora.
[1] Pesquisa com respostas múltiplas (dados relativos a 08/04/2014)
[2] A Corporate preparou alguns cursos para lideranças, gestores e
educadores visando o desenvolvimento de competências em áreas como comunicação
interpessoal, gestão de pessoas e fundamentos de estratégia educacional. Entre
em contato conosco pelo email: contato@corporateconsultoria.com.
[3] A Corporate, em parceria com a Sapien, desenvolveu ferramentas para o
desenvolvimento de empreendedorismo nas escolas. Entre em contato conosco pelo
email: contato@corporateconsultoria.com e conheça
essas novidades.
segunda-feira, agosto 04, 2014
quarta-feira, julho 23, 2014
Projetos e games na pauta
Marcelo Freitas
Imagine uma faculdade sem aulas, nem provas e na qual é
possível se formar no tempo que os estudantes quiserem ou conseguirem? Ela
existe nos Estados Unidos e atende pelo nome de College for America[1].
Para se formar nessa escola, uma instituição fundada em
outubro de 2013 e ligada à Universidade do Sul de Nova Hampshire, os alunos
precisam realizar projetos que comprovem que eles desenvolveram um conjunto de
competências exigidas pelo programa. E isso ocorre somente através de interação
on-line.
O projeto foi desenvolvido a partir do laboratório de
inovação, criado pela universidade, para atender as pessoas que já estão no
mercado de trabalho, mas sentem necessidade de melhorar sua formação para
conquistar melhores oportunidades, uma realidade também muito comum no Brasil,
onde apenas 12% dos que têm 25 anos ou mais têm curso superior completo. Daí a
flexibilidade.
Preocupada com o futuro da educação superior nos Estados
Unidos, cujo modelo atual enfrenta dificuldades de financiamento (o volume de
empréstimos estudantis supera o de créditos disponíveis) o projeto foi
desenvolvido para ter o preço, como grande diferencial. A anuidade custa US$
2.500, o que representa pelo menos a metade do que é cobrado por cursos
semelhantes em instituições voltadas a alunos de menor renda, os chamados community colleges. Para alcançar esse
patamar, o projeto recebeu apoio e financiamento da Fundação Bill & Melinda
Gates, o que permitiu fundar a nova
faculdade.
Este é outro bom exemplo para os nossos gestores
educacionais. Ele demonstra a necessidade de abertura e envolvimento da escola
com outros agentes da sociedade, no sentido de financiar as suas operações,
reduzindo-se a dependência das mensalidades.
Como os alunos não têm obrigação de assistir a aulas,
algumas pessoas que participaram da fase piloto, que começou em janeiro de
2013, já foram diplomados. Outras, com menos disponibilidade ou mais
dificuldades, poderão demorar mais do que tempo considerado usual. O referido
diploma, ao qual os alunos têm acesso na College for America, é um “Associate Degree”, uma formação sem
equivalência no ensino superior brasileiro, que compreende um curso de formação
de tecnólogos (também correspondente aos dois primeiros anos de um bacharelado
nos EUA).
A participação da College
for America ainda é insignificante no contexto das mais de 1.000 community colleges, que atendem 13
milhões[2] de
alunos nos EUA, mas seu ritmo de crescimento é acelerado. Em junho de 2012,
quando o laboratório que inventou o modelo foi criado, quatro pessoas
trabalhavam nele. Hoje, com cerca de 50 funcionários, atende 500 alunos, número
que cresce todos os meses. Por enquanto, só é possível participar do programa
quem for indicado por uma empresa ou associação comunitária, que normalmente
também fornece um auxílio para se pagar pelo curso. Mas a ambição dos criadores
é transformá-lo num modelo que possa ser replicado e diversifique o ensino
superior nos EUA.
A ideia, e a operação, são interessantes. Os estudantes da College for America têm acesso a um
sistema on-line onde encontram instruções, recursos, fontes e indicações de
onde devem pesquisar o que não sabem ainda para realizar os projetos, assim como
as competências que precisam cumprir e os critérios pelos quais serão
avaliados. Cada um deles também conversa desde o início com um tutor, que o ajuda
a definir e planejar os projetos a serem feitos, tira dúvidas e tenta antecipar
dificuldades que podem surgir.
Para receber o diploma, é preciso realizar de 20 a 55
projetos, dependendo da complexidade de cada uma dessas atividades. Alguns são
menores, como escrever uma redação, e outros maiores, como uma tarefa de
história da arte em que os alunos devem criar uma exposição virtual de um museu
e ensinar como observar os trabalhos artísticos, como se fossem um guia. Ao
todo, os estudantes devem comprovar 120 competências em áreas como comunicação,
pensamento crítico e negócios.
Uma vez concluídos, os projetos são submetidos a uma
comissão que os analisa a partir de rubricas em até 48 horas. Isso significa
que os avaliadores observam uma série de critérios que, por sua vez,
correspondem às competências exigidas. Se os alunos atingem o esperado, seguem
em frente. Se não, recebem um relatório com comentários sobre cada critério.
Esse modelo de avaliação, totalmente focado em projetos,
deixa bem claro para os alunos o que é exigido deles e o que eles devem
cumprir.
O conceito de aprendizagem por projetos não é novo.
Entretanto, nem sempre é bem utilizado e avaliado. Um projeto desenvolvido para
o curso “Fundamentos de Estratégia para Gestores Empreendedores”[3], tem
inovado nesse sentido. Nele os participantes trabalham conceitos de estratégia
empreendedora utilizando um simulador, no formato de game. Assim, ao mesmo
tempo em que aprendem os conceitos, os participantes os colocam em prática e
verificam quais foram os resultados produzidos por suas estratégias, a partir
de indicadores e metas contidos no game e definidos pelos participantes.
Cursos como este e ideias como a da College of America são uma boa maneira de educadores e gestores
educacionais explorarem novos modelos e usos de projetos e metodologias, que
podem mudar o rumo dos processos de ensino e aprendizagem.
Artigo publicado pela Revista Linha Direta
[3]
Curso oferecido na modalidade “in company” pelo
Movimento Escola Responsável. Obtenha maiores detalhes através do email contato@escolaresponsavel.com .
quinta-feira, maio 29, 2014
Ensino Superior
Marcadores:
alto desempenho,
alunos,
aprendizagem,
carreira,
competência,
ensino superior,
escolas,
mercado educacional,
processo educacional,
professores
quinta-feira, abril 17, 2014
Gestão de Talentos
Pesquisa mostra que a Holanda é o país que melhor sabe aproveitar seus talentos, enquanto Índia e China ficaram nas piores colocações
Fonte: http://epoca.globo.com/vida/vida-util/carreira/noticia/2014/04/profissionais-brasileiros-precisam-se-badaptar-melhorb-diz-estudo-do-linkedin.htmlVocê tem a capacidade de se adaptar às necessidades do mercado de trabalho? Um novo estudo publicado pela cosultoria PwC, a pedido da rede social LinkedIn, avaliou o talento de adaptação de profissionais e das empresas em 11 países diferentes, entre eles o Brasil. O estudo mostra que saber usar suas habilidades em diferentes cenários e situações pode melhorar a economia brasileira em até US$ 11 bilhões.
Segundo o estudo, a falta de adaptação atrapalha a vida das empresas na hora de encontrar novos talentos, e prejudica a carreira de profissionais, que têm mais dificuldade de encontrar cargos promissores. A Holanda é o país que melhor sabe aproveitar seus talentos, enquanto Índia e China ficaram nas piores colocações no ranking da PwC.
O que os profissionais brasileiros podem fazer para melhorar sua habilidade de adaptação? Segundo o estudo, os profissionais devem olhar além das fronteiras da sua carreira, se antecipar no desenvolvimento de novas habilidades (como aprender uma segunda língua), e construir uma rede de contatos onde possa mostrar suas habilidades.
Confira os principais resultados do estudo.
segunda-feira, março 17, 2014
Jogando
com a educação
Marcelo Freitas
Seja como projeto, negócio ou processo, a educação está diante de uma
realidade que a coloca frente a frente com inúmeros desafios. E ao invés de
olhar a situação como ameaça, prefiro ver o leque de oportunidades que se
descortina. Um relatório[1] sobre
tendências, cujo trecho transcrevo a seguir, apresenta a realidade do ponto de
vista empreendedor, ou seja, como negócio:
“Até o momento, muitos consumidores das Américas do Sul & Central
se resignaram com a falta de acesso a novas ideias, conhecimento e educação
formal e de qualidade; que, para a maioria dos cidadãos, tem um custo muito
elevado.
Mas a realidade está mudando: o mundo digital colocou uma quantidade
infinita de informação ao alcance de todos; os empreendedores se tornaram os
novos “superstars”; e a nova e mais bem educada classe-média agora busca
desenvolvimento e realização pessoal continuada.
Dois sinais dos tempos:
Em comparação com os consumidores internacionais, os consumidores das
Américas do Sul & Central são os que mais valorizam o ensino superior: 94%
dos brasileiros acreditam que o acesso ao ensino superior é vital; seguidos por
92% dos mexicanos, 92% dos chilenos e 91% dos venezuelanos – contra a média
global de 78%. (Nielsen, setembro de 2013)
6 entre os 10 países em que os consumidores estão mais inclinados a
comprar produtos e serviços produzidos por empresas que apoiam a educação se
concentram nas Américas do Sul & Central (Colômbia: 90%, Brasil e
Venezuela: 88%, Peru: 87%, Chile 83%). (Nielsen,
setembro de 2013)”.
Educação, portanto, é a oportunidade da vez e os consumidores estão
ávidos por qualidade e inovação. Eis aí um mercado e tanto para quem deseja
navegar em oceanos azuis. E de olho nele estão novos entrantes, como as
empresas de entretenimento e tecnologia. Gameficação
e MOOC’s não estão aí por acaso.
Por outro lado, reconhecemos que a oferta de serviços educacionais,
tanto no seu formato quanto no conteúdo, já não mais atende às expectativas da
sociedade em franca mudança de paradigmas. Algumas das principais premissas desta
nova realidade educacional já apresentamos em palestras e artigos anteriores,
mas não custa nada lista-los aqui:
·
Dos horários fixos para as atividades dinâmicas;
·
Dos conhecimentos adquiridos dentro da sala de
aula para aqueles obtidos fora da escola;
·
Do conhecimento teórico ao conhecimento aplicado
na prática;
·
De respostas certas às perguntas abertas;
·
De problemas fictícios para os desafios reais;
·
Da aprendizagem passiva para uma participação
ativa;
·
De aprender com a cabeça para aprender com o
corpo inteiro;
·
De trabalhos individuais para a solução de
problemas em conjunto;
·
Do professor como especialista onisciente para o
professor como facilitador;
·
Da sala de aula formal a oficina experimental.
Diante de todo esse cenário, tenho apresentado aqui neste espaço
algumas experiências inovadoras que acontecem mundo afora, sejam elas em
escolas particulares, fundações, projetos de empresas ou na própria escola
pública.
Uma delas, que considero interessante por unir várias das
características e tendências citadas anteriormente, é o da Quest to Learn (Q2L).
Quest to Learn é um colégio público de Nova York. É, nas palavras dos
responsáveis pelo projeto, “a primeira escola do mundo a ter 100% de seu
currículo baseado em jogos”. “Não somos uma escola dirigida pela tecnologia,
mas pelo engajamento”, afirma Waniewski. Para o pesquisador Tupy, da USP, “os
recursos eletrônicos não são o fim e sim um meio para desenvolver temas como
gestão de projeto, inovação, empreendedorismo”[2]. A Quest
to Learn vem tendo os melhores resultados do sistema educacional de Nova York,
segundo a matéria da revista Época Negócios.
Como boa parte das pessoas já percebeu, o sistema escolar tradicional,
baseado na memorização, molda crianças para empregos tradicionais. Com os
games, o objetivo é prepará-las para trabalho em equipe, soluções criativas,
gerenciamento do tempo e estímulo ao pensamento independente, padrões e
necessidades das novas empresas.
Para conhecer um pouco mais, veja uma síntese do projeto, a seguir.
Quem sabe você, caro leitor, não se anima e dá uma guinada na sua escola ou
rede de ensino?
“Na Q2L não existem disciplinas como matemática, gramática ou história.
Todos os assuntos são interligados em cinco matérias.
Missões e
desafios (10 semanas)
|
Fase do chefe (2
semanas)
|
Wellness: a matéria “Bem-estar” é voltada para fazer os
estudantes pensarem em saúde – física e mental. Além de missões com
exercícios físicos individuais e coletivos, também trata de temas como
alimentação saudável, condicionamento mental, relações sociais e saúde
emocional.
The way things work: União de ciências e matemática. ‘Como as
coisas funcionam’ faz de cada aluno um inventor. Algumas missões incluem
desmontar aparelhos, entender como funcionam e remontá-los com modificações e
aperfeiçoamentos.
Sports for the mind: Aqui se concentra a maior parte do
material digital da escola. Além de criar seus próprios videogames, os alunos
produzem vídeos e aprendem a conectar conteúdos de diversas áreas.
Codeworlds: As aulas de “Códigos” mostram as diversas formas
de entender o mundo, pela união dos números da matemática, das letras e da
forma como ambos se juntam a manifestações artísticas de músicas e pintura.
Being, space and places: História e Estudos Sociais são
explorados por meio de material produzido pelos alunos, como histórias em
quadrinhos, jogos de tabuleiro, teatro, cartas e textos de ficção.
|
Nas duas semanas de desafio final, os alunos precisam reunir os
conhecimentos aprendidos nas missões para convencer os professores de que
podem passar de fase. “
|
Ao entrarem na escola, cartelas com dez mandamentos necessários para
desenvolver soluções criativas e conviver com os demais membros da comunidade
são distribuídas aos alunos. Veja quais são esses mandamentos:
- “ Todas as ideias podem ser melhoradas: Fique aberto às mudanças e às oportunidades de tornar suas ideias melhores.
- Diversidade cria equilíbrio: Ser diferente é ok. Suas características únicas ajudam a tornar a equipe mais forte.
- Vença e perca com elegância: A derrota dá oportunidade de melhora, a vitória comprova o acerto;
- Tenha respeito pelos próximos: Todos são importantes para a manutenção de uma comunidade coesa e equilibrada.
- Colaborar faz diferença: Duas cabeças pensam melhor que uma. Nós precisamos do apoio e das ideias dos outros para vencer.
- Entre no jogo: Não tenha medo de sujar as mãos! Aprenda a calcular os riscos e a planejar a sua estratégia.
- Experimente: Use sua imaginação e criatividade para inventar; use os recursos da escola para dar vida às suas ideias.
- Ninguém fica à margem: Todos devem lembrar um ao outro por que fazem parte da equipe e como são importantes para ela.
- Seja persistente: Defenda a ideia em que você acredita e não desista. Se você cair, levante-se e tente novamente.
- Lidere pelo exemplo: Demonstre o comportamento positivo que você gostaria de ver nos outros. “
Será que é tão difícil assim?
quinta-feira, fevereiro 20, 2014
China
A Democracia ocidental está em cheque?
Ter a mente aberta deve ser a proposição de todo democrata. Pessoas que se abrem a novas ideias, a novos argumentos. Enfim, pessoas que se permitem ponderar sobre verdades que até então não são questionadas. Ou pelo menos são aceitas em virtude de dogmas ou paradigmas existentes.
Assisti a esta palestra no TED e achei interessante a abordagem acerca do que entendemos como um dilema entre a democracia política e a democracia econômica. Interessante reflexão para quem quer pensar um pouco fora do quadrado. Não concordo com a opinião apresentada no vídeo, mas também não discordo dela, em virtude de ser embasada em dados e fatos. Clique no link abaixo e assista. Vale a pena. Depois me diga...você, o que acha?
http://www.ted.com/talks/lang/pt-br/dambisa_moyo_is_china_the_new_idol_for_emerging_economies.html
Ter a mente aberta deve ser a proposição de todo democrata. Pessoas que se abrem a novas ideias, a novos argumentos. Enfim, pessoas que se permitem ponderar sobre verdades que até então não são questionadas. Ou pelo menos são aceitas em virtude de dogmas ou paradigmas existentes.
Assisti a esta palestra no TED e achei interessante a abordagem acerca do que entendemos como um dilema entre a democracia política e a democracia econômica. Interessante reflexão para quem quer pensar um pouco fora do quadrado. Não concordo com a opinião apresentada no vídeo, mas também não discordo dela, em virtude de ser embasada em dados e fatos. Clique no link abaixo e assista. Vale a pena. Depois me diga...você, o que acha?
http://www.ted.com/talks/lang/pt-br/dambisa_moyo_is_china_the_new_idol_for_emerging_economies.html
terça-feira, janeiro 07, 2014
Educação em 2013
O ano de 2013 no segmento
educacional
Apesar do descompasso entre o ambiente educacional e o “mundo real”,
agora encorpado também com o ambiente virtual, algumas experiências mais
arrojadas começam a pipocar mundo afora. E isso é muito bom.
No meu entendimento, o atual cenário educacional nos remete a dois grandes
desafios: entender o novo paradigma do processo de aprendizagem e incluí-lo no
modelo educacional e, concomitantemente, tornar sustentável o modelo de
negócios necessário a torná-lo realidade.
O advento do livre acesso ao conteúdo proporcionado pela tecnologia, tornou
evidente o que todos já sabiam. Cada pessoa tem sua própria maneira de
aprender. Uns pesquisando sozinhos, outros trabalhando em grupo. Alguns com
tutoria, outros usando a criatividade. Somos diferentes. O grande desafio,
portanto, é tornar a educação “sob medida” uma realidade.
Experiências nesse sentido estão acontecendo e mostrando que isso é
possível. Partindo do pressuposto de que cada aluno tem necessidades diferentes
e aprende de maneira própria, o projeto School
of One[1],
desenvolvido numa parceria entre o governo americano e empresas de ponta no
segmento de tecnologia, tem proporcionado resultados de aprendizagem até 30%
acima da média dos modelos convencionais.
Do outro lado do planeta, a “Young
Foundation”, uma organização que se propõe apresentar um instrumental na
condução do pensamento, ação e mudança social no Reino Unido em áreas como a
educação, vem desenvolvendo o projeto denominado Escola Estúdio. Ele parte de constatações
concretas baseadas em pesquisas. Através delas, os educadores locais
constataram que um grande número de jovens:
·
Aprende melhor fazendo;
·
Aprende ainda mais, fazendo coisas “de verdade”;
·
E apresentam melhor rendimento quando
trabalhando em grupo.
Com o projeto ainda em fase de adaptações, a percepção dos alunos que
passaram pela experiência é de que, dessa maneira, o processo de aprendizagem é
mais motivador e mais estimulante. A escola passou a ser um lugar de desafios e
conquistas. Um lugar mais atraente e muito mais prazeroso, portanto.
O resultado é que, dois anos depois de implantado o projeto, os alunos
que estavam nos grupos de pior performance saltaram para o topo da lista e
engordaram o quartil mais alto.
Ainda no Reino Unido, a Steve
Jobs School tem trabalhado com a introdução de ferramentas tecnológicas
dentro das salas de aula de uma maneira contextualizada e eficaz.
Na Suécia, uma empresa que opera cerca de trinta escolas ameaça
revolucionar completamente o modelo convencional. Os centros docentes de Vittra não são escolas usuais. Essa rede
de escolas considera que o modelo educacional deve mudar completamente e, por
isso, mesmo propuseram acabar com as salas de aula. O objetivo é incentivar a
criatividade dos alunos e tornar concreto o fato de que qualquer lugar é bom
para se aprender.
Os alunos dessas escolas não são regidos pelos mesmos princípios que o
sistema educacional convencional, nem estão organizados em torno de temas e
lições de vida. Sua filosofia está comprometida com a tecnologia intensiva,
educação bilíngue e aprendizagem baseada na experiência. Para fechar, propõe um
sistema educacional capaz de recriar ambientes de aprendizagem baseadas na vida
real.
Embora essas e outras experiências estejam dando partida a uma mudança
de conceitos educacionais, é fundamental rever os paradigmas também no negócio
chamado escola. Nesse aspecto, o ano de 2013 introduziu uma nova realidade com
a qual, por anos, já sinalizávamos. As escolas entraram, definitivamente, numa
era de competição global. O tempo em que o seu concorrente era a escola ao
lado, meu caro gestor, está indo embora. Acredito que a grande “novidade” no
ambiente educacional são os MOOC’s – Massive Open Online Courses.
Essa modalidade introduz, definitivamente, a concorrência em escala
mundial. Tanto as escolas, quanto seus profissionais, estarão diante de fortes
adversários na arena de negócios e no próprio mercado de trabalho. O professor
da sua escola concorre agora com aquele profissional da Harvard, Yale, MIT...
Os MOOC’s colocam à disposição de pessoas do mundo inteiro cursos de
altíssimo nível a custos irrisórios ou, em sua maioria, gratuitos. E é aí que
surge a outra variável: sustentabilidade. Como deve ser o modelo de negócios
para sustentar esse novo tipo de empreendimento? Como concorrer com produtos
educacionais de alto valor agregado que nada custam e ainda tornar a escola
rentável?
Meus caros gestores e educadores sinto dizer-lhes que a chapa está
esquentando... que venha 2014!
* Comentário escrito para a edição especial da Revista Linha Direta/dez 2013
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sexta-feira, dezembro 27, 2013
Poder dos Introvertidos
Introvertido eu?
É cada vez maior a ideia de que as pessoas, para alcançarem o sucesso, tenham que ser extrovertidas. Aquelas mais tímidas ou, como queiram, introvertidas, são postas à margem dos processos mais importante nas empresas ou esquecidas no cantinho da sala de aula.
Mas será que não estamos marginalizando cérebros fabulosos ao estabelecermos esse fator como verdade? Uma palestra interessante a respeito para você pensar e deixar seu comentário.
É cada vez maior a ideia de que as pessoas, para alcançarem o sucesso, tenham que ser extrovertidas. Aquelas mais tímidas ou, como queiram, introvertidas, são postas à margem dos processos mais importante nas empresas ou esquecidas no cantinho da sala de aula.
Mas será que não estamos marginalizando cérebros fabulosos ao estabelecermos esse fator como verdade? Uma palestra interessante a respeito para você pensar e deixar seu comentário.
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segunda-feira, dezembro 16, 2013
Competências na escola
Crianças Pasteurizadas S/A.
Por Marcelo Freitas
Nos últimos anos tenho pregado a necessidade de
reinventarmos a escola. Precisamos descobrir o mapa da mina de como as pessoas
aprendem nesse mundo conectado para, em seguida, desvendarmos novas maneiras de
ensinar.
Venho batendo na mesma tecla: o nosso modelo de escola,
exauriu. Não comporta mais ajustes e remendos. Precisa de ruptura. É difícil
para muita gente conceber essa ideia e, por isso mesmo, as coisas simplesmente
não acontecem. O nosso modelo atual parte de premissas lineares, como a ideia
de que todas as pessoas têm que saber um leque de conteúdos que apenas poucos
de nós vão usar. Eu sempre me pergunto: Por quê?
Uns dizem que só assim teremos uma boa base, outros que se
trata de cultura geral. Os mais entusiasmados, dizem que isso é ser educado. O
fato é que ainda não conseguiram me convencer. A realidade é que somos todos
incompetentes em alguma coisa. Somos humanos e isso é parte da nossa natureza. Se
somos incompetentes em certos campos o inverso disso também é verdadeiro: cada
um de nós é competente em alguma coisa. Então, por que as escolas insistem em
focar nas fraquezas quando deveriam se esforçar para fortalecer nossas
virtudes?
O pilar educacional de hoje nivela todos os conhecimentos,
pois parte do princípio de que todos são iguais em suas capacidades. Ele
desconsidera as habilidades naturais e as competências que temos mais aptidão
para desenvolver e foca nos nossos pontos fracos. Naquilo que temos
dificuldades em aprender. Quer um
exemplo? Quantas vezes já chamamos pais na escola porque seu filho(a) perdeu
média em determinada disciplina? Dizemos que precisa de reforço escolar, que
precisa estudar mais... Desconsideramos o fato de que este mesmo aluno(a) tenha
sido excepcionalmente bem numa outra disciplina. É ou não é assim?
Pois entre um compromisso e outro, naqueles intermináveis
minutos numa sala de embarque, me conectei e assisti a palestra de Susan Cain,
uma especialista em comportamento. O título da apresentação era: O poder dos introvertidos. Ela comenta
sobre como as pessoas introvertidas (e não tímidas, existe uma diferença) podem
contribuir para os processos criativos, sobre como lidam com o ambiente à sua
volta e como as escolas alimentam o preconceito sobre este tipo de pessoa. No
ambiente escolar, os alunos são estimulados a aprender e a serem mais
comunicativos. São, em geral, projetos e ambientes criados para os
extrovertidos, que precisam de muita estimulação. Quem não segue o padrão, está
fora. É esquisito, caladão.
Temos a falsa ideia de que toda a criatividade e
produtividade vêm de um lugar curiosamente gregário. A questão é que
precisamos, sim, de trabalho em equipe. Mas também precisamos de locais
silenciosos, onde possamos dar oportunidade àqueles que se sentem bem em ambientes
calmos, onde conseguem produzir mais e melhor. Isso não acontece só na escola.
No trabalho, pessoas introvertidas são colocadas de lado nos cargos de
liderança. Então por que pessoas com o perfil de Gandhi se deram tão bem,
arrastando multidões?
É importante considerarmos que a introversão muitas vezes é
o ingrediente crucial para a criatividade. Vejam o caso de Darwin, que fazia
longas caminhadas sozinho enquanto meditava sobre suas observações ou algo mais
recente: Steve Wozniak. Ele inventou o primeiro computador Aple, sozinho,
sentado em seu cubículo na HP, onde trabalhava.
Todas essas considerações são apenas para dizer o óbvio:
precisamos de um modelo escolar que considere as características individuais,
construído sobre as diferenças e não sobre as semelhanças. Algo que consiga
direcionar esforços para os pontos fortes e não para as fraquezas e
dificuldades individuais de cada um de nossos estudantes. Onde as virtudes
possam ganhar mais espaço que as deficiências. Que se danem o currículo único,
as mesmas métricas para todos e a pasteurização dos nossos jovens. Precisamos
estimular competências únicas, habilidades individuais e apoiar currículos que
considerem essas particularidades.
Precisamos formar pessoas que sejam criativas, inovadoras e
aptas a exercer liderança positiva e proativa. Penso, particularmente, que a
chamada geração Y pode dar um importante contributo o sentido de quebrar
paradigmas no segmento educacional, a partir do momento em que assumir cargos
de liderança e direção. Novas ideias no comando, novas maneiras de entender e
dirigir o negócio Escola. Vamos dizer
“Não” à pasteurização dos nossos jovens.
sexta-feira, dezembro 13, 2013
O escritório é o melhor lugar para se trabalhar. Será?
Um ponto de vista interessante sobre a produtividade no trabalho é colocada por Jason Fried, nesta palestra proferida para o TED. Já pensou numa quinta-feira onde ninguém fala com ninguém no escritório? O que aconteceria? Já imaginou 4 horas de trabalho ininterrupto, telefones mudos, emails desligados e coisas do tipo?
Assista o vídeo e compartilhe sua opinião conosco.
Um ponto de vista interessante sobre a produtividade no trabalho é colocada por Jason Fried, nesta palestra proferida para o TED. Já pensou numa quinta-feira onde ninguém fala com ninguém no escritório? O que aconteceria? Já imaginou 4 horas de trabalho ininterrupto, telefones mudos, emails desligados e coisas do tipo?
Assista o vídeo e compartilhe sua opinião conosco.
quinta-feira, novembro 28, 2013
Escola Estúdio
Escola Estúdio: Uma
experiência no Reino Unido
Em todo o
mundo, há um consenso crescente de que os nossos sistemas de educação estão
quebrados. Não são poucos os educadores que nos oferecem lições de como podemos
re-imaginar a escola. Essas ideias e experiências, entretanto, ainda que
apresentem resultados positivos, não têm sido capazes de convencer os
conservadores do “cuspe e giz” nem quebrar os paradigmas retrógrados, sempre
reforçados pelo corporativismo vigente. Mas contra fatos não há argumentos.
Vejamos.
Temos hoje
dois grandes problemas centrais em se tratando de escolas. De um lado,
estudantes entediados com o modelo educacional que não os desafia nem os
convence a ter gosto em ir para a escola. Do outro, somos brindados com um
contingente elevado de jovens despreparados para a vida e o mercado de
trabalho, como resultado do processo educacional proporcionado por essas escolas.
Então temos
de nos perguntar: Que escola é essa em que os jovens lutam para entrar mas não
estão lutando para permanecer? Que escola é essa que anda em descompasso com o
mundo? Alguma coisa está errada, certamente. Então pergunto eu: e por que não
mudamos?
Essas
perguntas ecoam mundo afora e foram objeto de um projeto educacional no Reino
Unido, alavancado pela “Young Foundation”[1],
uma organização que se propõe apresentar um instrumental na condução
pensamento, ação e mudança na inovação social no Reino Unido e no exterior,
inclusive em áreas como a educação. O projeto denomina-se Escola Estúdio. Ele
parte de constatações concretas que, assim como lá, também são verdades em
terras tupiniquins.
Através de
pesquisas, os educadores locais constataram que um grande número de jovens:
- Aprende melhor fazendo;
- Aprende ainda mais, fazendo coisas “de verdade”;
- E apresentam melhor rendimento quando trabalhando em
grupo.
Ou seja,
exatamente de maneira oposta ao que as nossas escolas, de modo geral, têm como
premissas nos seus modelos de ensino-aprendizagem, assim como nas suas ações
pedagógicas. Conteúdos desconectados da realidade prática e conceitos meramente
teóricos são a base dos nossos sistemas de ensino atuais.
Daí que esse
grupo de pesquisadores e educadores resolveu virar a educação pelo avesso. Partiram
para a execução do projeto, construindo um protótipo. Ao colocarem em prática o
modelo, identificaram o que deu errado e aprimoraram o sistema, tornando-o mais
eficiente. Ainda assim, com o projeto ainda em fase de adaptações, perceberam
que os jovens o amaram.
A percepção dos
alunos que passaram pela experiência é de que, dessa maneira, o processo de
aprendizagem é mais motivador e mais estimulante. A escola passou a ser um
lugar de desafios e conquistas. Um lugar mais atraente e muito mais prazeroso,
portanto.
O resultado é
que, dois anos depois de implantado o projeto, os alunos que estavam nos grupos
de pior performance saltaram para o topo da lista e engordaram o quartil mais
alto.
Mais
interessante ainda é que este projeto aconteceu sem o apoio da mídia e sem
grande apoio financeiro, também. Espalhou-se pelo boca-a-boca, de forma viral,
por professores, pais e pessoas envolvidas com a educação. Ganhou adeptos, em
suma, pelo poder da ideia de virar a educação pelo avesso e pela força de
vontade de pessoas que se empenharam em “fazer acontecer”.
A principal
mudança no paradigma foi pegar coisas que eram superficiais no modelo atual,
como trabalho em equipe e projetos práticos e colocá-los no núcleo da
aprendizagem, ao invés de nas margens.
sexta-feira, setembro 27, 2013
A revolucionária escola sem aulas
O atual modelo de ensino organizado em salas de aula onde os alunos são agrupados distribuídos em vários níveis foi criado na Idade Média, imitando a disposição dos fiéis e sacerdotes nas igrejas. Este sistema organizacional pouco mudou desde então.
Agora, como lemos em Yorokobu, blog vencedor Prêmio Especial do Júri Blogs 2011, uma empresa que opera cerca de trinta escolas na Suécia ameaça revolucionar completamente este modelo.
Os centros docentes de Vittra não são escolas usuais. Essa rede de escolas consideraram que o modelo educacional deve mudar completamente, então propuseram acabar com as salas de aula. O objetivo é incentivar a criatividade dos alunos, e argumentam que o campus educacional em qualquer lugar é bom para aprender.
Os alunos dessas escolas não são regidos pelos mesmos princípios que o sistema educacional convencional, nem estão organizados em torno de temas e lições de vida. Sua filosofia comprometida com a tecnologia intensiva, educação bilíngüe e aprendizagem baseada na experiência e um sistema educacional capaz de recriar ambientes de aprendizagem baseadas na vida real.
O melhor exemplo desse estilo de ensino é Telefonplan, uma escola sem salas de aula que abriu em agosto passado, no Estocolmo. O projeto foi feito pelo escritório de arquitetura Rosan Bosch e afirma que a escola é mais uma ferramenta educacional.
Assim, em vez de salas de aula , os alunos têm muito espaço para estudar “conforme sua vontade” com seus laptops. Um enorme iceberg que serve como uma tela de cinema, diversas áreas comuns para aprender e interagir ou pequenas cabines ao ar livre, projetado para trabalhos em grupo, são algumas das inovações que emergem desta escola única.
São instalações quase futuristas que lembram mais escritórios de empresas como a Google do que as escolas tradicionais. Agora só precisamos de saber se os resultados serão bastante satisfatórios.
(Fonte: abc.es)
O atual modelo de ensino organizado em salas de aula onde os alunos são agrupados distribuídos em vários níveis foi criado na Idade Média, imitando a disposição dos fiéis e sacerdotes nas igrejas. Este sistema organizacional pouco mudou desde então.
Agora, como lemos em Yorokobu, blog vencedor Prêmio Especial do Júri Blogs 2011, uma empresa que opera cerca de trinta escolas na Suécia ameaça revolucionar completamente este modelo.
Os centros docentes de Vittra não são escolas usuais. Essa rede de escolas consideraram que o modelo educacional deve mudar completamente, então propuseram acabar com as salas de aula. O objetivo é incentivar a criatividade dos alunos, e argumentam que o campus educacional em qualquer lugar é bom para aprender.
Os alunos dessas escolas não são regidos pelos mesmos princípios que o sistema educacional convencional, nem estão organizados em torno de temas e lições de vida. Sua filosofia comprometida com a tecnologia intensiva, educação bilíngüe e aprendizagem baseada na experiência e um sistema educacional capaz de recriar ambientes de aprendizagem baseadas na vida real.
O melhor exemplo desse estilo de ensino é Telefonplan, uma escola sem salas de aula que abriu em agosto passado, no Estocolmo. O projeto foi feito pelo escritório de arquitetura Rosan Bosch e afirma que a escola é mais uma ferramenta educacional.
Assim, em vez de salas de aula , os alunos têm muito espaço para estudar “conforme sua vontade” com seus laptops. Um enorme iceberg que serve como uma tela de cinema, diversas áreas comuns para aprender e interagir ou pequenas cabines ao ar livre, projetado para trabalhos em grupo, são algumas das inovações que emergem desta escola única.
São instalações quase futuristas que lembram mais escritórios de empresas como a Google do que as escolas tradicionais. Agora só precisamos de saber se os resultados serão bastante satisfatórios.
(Fonte: abc.es)
quinta-feira, julho 18, 2013
Papo de Congresso
Especial
Ensino escolar e novas mídias ainda não estão conectados
Pauta sobre utilizar as tecnologias em favor do processo de aprendizagem foi abordada pelo o especialista em Gestão Educacional Marcelo Freitas, em conferência desta quinta-feira à tarde no 12º Congresso do Ensino Privado Gaúcho
As novas mídias ensinam formas totalmente diferentes de se comunicar e relacionar todos os dias às pessoas. Crianças e adolescentes, em especial, nasceram familiarizados com estes recursos, mas as escolas e os educadores ainda estão nos primórdios de como utilizá-los em favor do processo de ensino e aprendizagem. O especialista em gestão educacional Marcelo Freitas falou acerca deste desafio ao público do 12º Congresso do Ensino Privado Gaúcho, promovido pelo SINEPE/RS. A programação da tarde desta quinta-feira (18) iniciou com conferência sobre "As mídias na arquitetura das aprendizagens".
"O que estamos chamando de novas mídias são as TIC`s (Tecnologias da Informação e Comunicação) e, apesar de toda a disseminação desses meios, eles ainda são pouco compreendidos no universo escolar", avalia Freitas. De acordo com ele, as crianças de hoje encontram na escola um ambiente arcaico, passivo, construído sobre os paradigmas dos séculos XVIII e XIX. "E eles precisam ser totalmente quebrados! Há necessidade de uma grande ruptura, de recriar muitas coisas, e não apenas readaptar", salientou.
NÃO BASTA INTRODUZIR TABLETS OU LOUSAS DIGITAIS
O mundo de agora funciona de outra maneira. As crianças e jovens, desde a fase mais tenra da idade, aprendem de forma interativa, com ou sem a presença dos adultos, pais ou professores. Freitas explicou que as mídias são apenas aquilo que o próprio nome diz: os meios. "Acontece que as TIC`s trazem consigo outra lógica e é exatamente isso o que causa o conflito. Não basta introduzir tablets, lousas digitais e ambientes tridimensionais, se continuamos colocando nossos alunos sentados em fila na sala de aula e aplicando o mesmo conteúdo de maneira homogênea para todos eles".
Cada um exige um tipo de lidar com a aprendizagem que é diferente do outro. Em sua visão, a reinvenção dos processos de ensino-aprendizagem, deve ser apoiada no uso das novas tecnologias, mas, principalmente, na quebra dos paradigmas. "Por isso, precisa haver uma revisão total dos processos, desde os parâmetros técnicos até às avaliações. "Não insistir em reforçar as fraquezas do aluno, melhor é concentrar esforços no que ele pode se sobressair". Completou refletindo que os professores não têm o papel de formar, isto é, colocar em formas, mas sim de desenvolver.
EVENTO
O Congresso do Ensino Privado Gaúcho, promovido pelo SINEPE/RS, é um dos maiores eventos do setor educacional no País. Em sua 12ª edição, neste ano reúne mais de 2,7 mil pessoas para debater o tema "A maestria do professor na arquitetura da aprendizagem", no Centro de Eventos da PUCRS, em Porto Alegre. O objetivo é discutir os desafios e as oportunidades para o professor, sua relação com as novas tecnologias e a sociedade e seu papel enquanto líder do processo de ensino e aprendizagem
por Ana Cristina Basei
segunda-feira, julho 01, 2013
Professores de hoje
Em Primeira-mão
Meu professor tem 13 anos
Por Marcelo Freitas
Algumas conversas depois e lá vinha ela com outra consideração desse naipe. De novo perguntei: sua professora te disse isso? E ela novamente soltou: “não papai, passou no programa “X”, do Disney Chanel”. Bingo. Aí me perguntei: continuo pagando a escola ou somente a TV a cabo?
Ainda com aquilo girando pela cabeça saí com o Rafa, o mais velho. 8 aninhos na época. Enquanto dirigia, emprestei-lhe meu novo smartphone e disse que tinha um joguinho legal para ele brincar. Comentei que depois de pelo menos uma hora jogando, ainda não tinha conseguido avançar da primeira fase. Pelo retrovisor podia vê-lo no banco de trás, concentrado, “fuçando” o celular. Quando chegamos ao destino, perguntei a ele: “Conseguiu encontrar o joguinho? Tentou jogar”? E ele me respondeu, com a maior naturalidade: “Tô na fase 3”.
Hoje em dia, já com 13 anos, ele é meu consultor de mídias. Me ensina a jogar aqueles games que exigem atenção múltipla, destreza manual e raciocínio extremamente rápido para tomar decisões. Me mostra como baixar filmes, instalar softwares e coisas do gênero. Quando pergunto a ele como descobriu determinados “atalhos” no game, ele simplesmente me responde: “Ué, pai, digita aí no Google - manhas do game X - que vc acha. Aproveita e assiste uns vídeos no Youtube sobre o joguinho. O que eu não descobri eu entrei numa comunidade com outros jogadores e eles me ensinaram”. Cheque-mate.
Estou dizendo tudo isso apenas para ilustrar como as novas gerações aprendem e lidam com o conhecimento. Chegam ao ponto de uma criança de 8 anos ensinar a outras em idade as mais variadas. A escola já não é mais o centro das atenções e da aprendizagem, embora esteja lá para cumprir a missão de ensinar. As novas gerações “se viram” de outras formas e o resultado final é extremamente próximo daqueles alcançados pela escola. Às vezes, até melhor.
Vi recentemente uma palestra do indiano Sugata Mitra, na plataforma do conhecimento TED – Ideas Worth Spreading, onde ele relata situações semelhantes e suas experiências nesse universo. Fala sobre o modelo que suporta as escolas e de como preparamos nossos alunos para serem iguais, uns aos outros. E comenta sobre a capacidade das novas gerações em experimentar e aprender sozinhos ou com a ajuda de outras crianças e agentes, que não aqueles da escola formal.
A exemplo do que ele fez, tente disponibilizar a uma criança em idade escolar um computador e veja o que acontece. Se os programas estiverem em outro idioma, não tem problema. Eles dão um jeito. Você se surpreenderá com o que essa criança fará num curto espaço de tempo.
A moral da história é que a lógica do nosso sistema educacional e, em particular das nossas escolas, não se sustenta mais. É preciso incorporar novos paradigmas e começar a trabalhar noutra direção. Pergunto: Por que nossas escolas dividem as turmas de acordo com a faixa etária, por exemplo? Certamente não faltarão argumentos de professores e pedagogos para justificar essa premissa. Não os discuto. Apenas questiono se isso trás, de fato, resultados acima daqueles que seriam obtidos no caso de um grupo mais diversificado. Afinal, em casa, os irmãos geralmente aprendem uns com os outros, sem que tenham a mesma idade. As trocas e experiências nesse sentido são ricas.
Os resultados apresentados por Sugata Mitra, os quais compartilho, nos faz realmente pensar diferente. Os maiores ensinando os menores. Os menores questionando os mais velhos e instigando-os a buscar respostas. Por que não?
As tecnologias estão à disposição para novas experiências de ensino-aprendizagem mas, antes de qualquer coisa, é preciso mudar o olhar. Ousar. Arriscar passos novos. Enxergar o que está acontecendo e, a partir daí, dar forma às novas maneiras de se aprender, tendo como base novas premissas. E aí sim, gerir um novo negócio chamado, quem sabe, “escola”.
(artigo a ser publicado na edição de agosto da Revista Gestão Educacional)
Marcadores:
capital humano,
competência,
crianças,
criatividade,
docentes,
educação,
educadores,
escola,
estudar,
gestão escolar,
mercado educacional,
mídia,
mudança
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